segunda-feira, 21 de março de 2011

Discriminação e mulheres fora das exatas. É cada uma!


Tendo em vista que poucas coisas são mais politicamente incorretas do que falar mau do dia internacional da mulher, mas que isso é menos politicamente incorreto do que ser contra o aquecimento global, então eu declaro: quanta babaquice esse dia!

Nós homens acabamos por não ficar falando mal desse dia, não porque muitos não achem uma besteira assoladora, mas porque consideram cavalheirismo deixar que elas tenham um dia de comemoração, mesmo que isso não mude em nada o seu dia-a-dia. Ledo engano! Muda sim, a agenda feminista está atenta a essa data e outras, mas essa é toda especial.

Ta certo, sei que já se passaram alguns dias dessa fatídica comemoração, mas todos hão de convir comigo que foram dias de muita movimentação. Assim, só agora eu tenho tempo de falar sobre uma aberração (mais uma) que li esses tempos sobre nosso comunista governo.

Fiquei sabendo que o governo federal está muito preocupado com uma situação incrível: mulheres estão longe dos cursos de exatas. Duvidam? Vejam nesse link que vão poder acreditar no que estou falando: Discriminação de gênero tira mulheres de áreas exatas e preocupa governo

Aos que costumam ler as besteiras que escrevo aqui, sabem que não sou muito fã dessa história de datas específicas, costumo desprezá-las já que mais me parecem um tipo de discriminação positiva. Mas essa notícia salta aos olhos.

Mas voltando á preocupação de nosso governo, o jornal O Liberal, de Belém publicou a notícia que está no link acima. O texto começa assim:

“Uma fila de meninos e outra de meninas. A forma de organização que realça a diferença de gênero está na memória escolar da maior parte dos brasileiros e ainda é uma prática comum nas escolas. O que é visto com muita naturalidade por todos os agentes do ambiente escolar e pela própria sociedade pode esconder práticas que acabam também incentivando a discriminação de gênero, que, na maior parte das vezes, faz como vítima o lado feminino.”

Na verdade é melhor ler esse tipo de coisa do que ser cego, isso eu admito, mas essa esse tipo de manifestação está passando totalmente do limite.

Logo no título já me vêem com essa história de gênero. Isso é um uso cretino que se tornou costumeiro em nossa língua e em documentos oficiais, mas o assunto é mulher e não gênero. Mas o uso é cretino justamente porque o governo pretende incluir entre as mulheres para as suas políticas afirmativas todos aqueles do glossário GLBTSUVXZ!

Mas com relação ao centro da discussão que é informar que o machismo ululante que é a "discriminação de gênero", como é que tira as mulheres da área de exatas se elas nunca foram presença marcante, na verdade nem mínima em certos casos, nesse tipo de curso?

As perguntas que não querem calar: por quê isto preocupa o governo? Por quê isto deve causar preocupação ao governo? Será que os matemáticos do sexo masculino não estão executando seu trabalho a contento? Bom, talvez, um toque feminino poderá arredondar o π como arredondou os carros populares ou o sexto sentido feminino venha a descobrir, quanto exatamente mede um lado de um cubo de 2m³...

Prestem atenção no que pensa sobre o assunto a Sra ministra Iriny Lopes, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SEPM) órgão ligado à Presidência da República:

"Esse direcionamento é feito pela família e também pela escola. As meninas vão, aos poucos, migrando para as áreas de assistência social, educação. Tudo que trata da área de cuidar do outro. Ficam com os meninos as áreas de mais ousadia e inovação. Isso é parte da explicação do porquê temos tão poucas mulheres cientistas"...

De acordo com a dispensável opinião da Sra. ministra, nenhuma menina ou moça escolhe ou é capaz de escolher por si mesma se deseja seguir uma carreira ligada à área de exatas. Na verdade chamou as meninas de estúpidas manipuláveis e todas acharam uma lindeza. Se ela opta por outras profissões, notadamente em humanas, é por causa da maléfica influência dos familiares e das escolas. Coitadas! Então, o que planeja nossa "guia infalível" para assuntos de igualdade de gêneros? Trocar a péssima influência dos pais pela do Estado que, obviamente é muito melhor. Olha ai em frente:

"Uma das nossas metas é chegar em 2014 com meio milhão de professores formados em gênero e diversidade, um programa que está sendo coordenado pelo Ministério da Educação. Temos que dar escala a essa formação e melhorar as condições para trabalhar a autonomia das mulheres"...

Aos desavisados, não se trata aí de colocar meio milhão de professores (ou professoras) de matemática a mais na rede pública, seja para ambos os sexos ou com prioridade para o feminino. Se fossem capazes disso eu tiraria o chapéu. O que o governo está preparando é pagar do bolso do contribuinte meio milhão de doutrinadores ideológicos feministas para fazerem uma lavagem cerebral nas meninas de modo a fazê-las pensar que o que elas desejam para si está errado e que os conselhos dos seus pais - aqueles que amam seus filhos, que desejam um futuro melhor para eles e que, ora bolas, pagam os impostos - isto é, se é que eles de fato influenciam tanto assim - devem ser rejeitados.

Depois dizem que não há comunismo e ideais dessa porcaria de ideologia política por aqui.

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