Nesse final de semana o jornal argentino "Clarín", bastante famoso e citado por aqui, não conseguiu, na verdade foi impedido de distribuir os cerca de 600 mil exemplares impressos no seu parque gráfico localizado no bairro portenho de Barracas. O que aconteceu foi que mais uma vez, em mais um capítulo lamentável da guerra entre o governo Kirchner e meios de comunicação privados do país, guerra que já dura desde o governo do finado marido e agora continua com a viúva, manifestantes vinculados ao líder sindicalista Hugo Moyano, aliado da Casa Rosada, impediram a circulação dos caminhões que deviam distribuir o jornal argentino. Qualquer semelhança com a patrulha petista não é mera coincidência.
Claro que o tal “protesto” foi questionado por importantes dirigentes da oposição e pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), e claro que nada saiu por aqui ainda, e dificilmente deve sair. As restrições à liberdade de imprensa na Argentina já estão chegando a graus preocupantes e o nosso belo Brasil cujo berço esplêndido está empoeirado, prefere tapar os olhos. Será que é porque pretende a mesma coisa?
Que fique bem claro que minhas insinuações não são de todo desembasadas, se é que existe essa palavra. Várias vezes durante a campanha de Dilma foi salientada essa possibilidade e o Sr. José Dirceu deu ela como certa, inclusive!
Mas voltando aos los hermanos, foram cerca de 40 manifestantes que bloquearam a entrada da empresa Artes Gráficas Rioplatenses (AGR) e, é claro, suspenderam o bloqueio depois do meio dia deste domingo, já que não dava mais pra distribuir nada mesmo.
O tal líder sindicalista Moyano, há cerca de dez dias, atacou a imprensa quando soube que o governo argentino recebera um pedido de informações da Justiça da Suíça, que está investigando empresas argentinas supostamente envolvidas em casos de lavagem de dinheiro. O documento enviado pelos tribunais suíços solicita, também, dados sobre Moyano e seus familiares.
Após vários bloqueios que foram denunciados pelos meios de comunicação argentinos, um juiz do país exigiu ao governo que garanta a livre circulação de jornais e revistas em todo o país.
A que ponto chegamos heim!
FONTES:
- O GLOBO;
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