segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Aos politizados e não politizados, fico por aqui.

Atualmente todos se acham politizados, o país está politizado. Você certamente já ouviu isso por aí. A mosca-azul parece que picou a todos e agora todo mundo sabe tudo sobre política. Todos tem uma opinião pra dar, todos tem um contraponto a oferecer.

O país está politizado sim, mas não no sentido de entender de política, mas sim no sentido de achar que tudo o que acontece gira em torno da política. Isso é tão falso quanto nota de dois e cinquenta. A vulgarização da política só fez piorar as coisas.

Ver pessoas colocando todos os problemas do mundo no colo da política é tão ultrajante quanto ver políticos realmente acreditando que isso é verdade. Esse é um dos grandes problemas desse pensamento. Quando políticos passam a acreditar que tudo depende deles e tudo deve partir deles ou ter neles a linha de chegada, tudo está perdido. Quando políticos acreditam que tem essa importância toda, não temos mais solução a não ser voltar a começar novamente do zero. Como fazer isso é que é o problema.

Políticos são o meio necessário para que o povo de um Estado possa viver e não o contrário. O povo não deve servir o Estado, mas o Estado ao povo. Parece um clichê horrível, mas as vezes clichês dizem mais do que eloquentes textos.

A verdade é que o brasileiro não é politizado coisa nenhuma. O brasileiro não sabe a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo. Não sabe nem como funciona o sistema de contagem de votos para um parlamentar em sistema de quociente eleitoral, quanto mais o que é voto distrital e como funcional. Não sabe nem quantos vereadores tem a sua cidade e porque a dele tem mais ou menos que a cidade vizinha. O brasileiro não sabe o que é competência de um vereador e a de um deputado estadual. O brasileiro quer que o vereador da sua cidade de dez mil habitantes faça projetos de lei para mudar o código nacional de trânsito e impeça leis a favor do aborto. O brasileiro deixou o país ser governado por decreto por vários meses durante a pandemia. Que tipo de ser politizado é esse que não consegue entender o que faz o senado e o que faz a câmara de deputados?

Precisamos compreender, em primeiro lugar, que de politizado o brasileiro não tem nada. Depois que política não é a resposta para tudo. A responsabilidade dos problemas que acontecem na sua casa não são culpa do presidente da república. A má gestão da sua empresa não é culpa da direita nem da esquerda. A má educação dos seus filhos não é culpa do congresso nacional. Cada coisa deve ser colocada no seu lugar. O Brasil realmente esmaga o empresário? Sim. O Brasil realmente tem uma péssima educação em todos os níveis? Sim. Mas a partir de onde isso é culpa dos políticos e desde quando é sua culpa? Questões meramente religiosas não devem envolver política partidária, o que é diferente de um religioso poder ter opinião política e se envolver nela com seus valores. Você sabe fazer essa diferença? Crianças devem ser educadas em casa e não na escola. Professores não são educadores, são professores. Educadores são os pais. O que vocês tem feito com a educação dos seus filhos? Terceirizado para o Estado ou uma escola particular (que é fiscalizado pelo Estado)? Você quer mesmo que isso dê certo? A comida na sua mesa depende do seu trabalho e não do paternalismo estatal. Como é sua atitude com esse posicionamento?

Enfim, as respostas a essas diversas perguntas mostram o quão realmente politizado você é, assim como mostram o quão manipulado você também realmente é. Fico por aqui, porque os dias atuais não são os mais livres possíveis para dizer claramente o que precisa ser dito.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

A política e a informação no dia-a-dia. Qual a necessidade?

Não me parece difícil de compreender que a política é algo que pode ser muito simples ou muito complexo, dependendo da situação e do observador contudo, sem dúvida, é algo que não pode ser levianamente delimitado por um conceito fechado como direita, esquerda, reacionário ou progressista. Isso não é simplificar, isso é falsear posições, uma vez que existem nuances de todas as formas a serem analisadas e todos os tipo de tons a serem vistos antes de fechar um rótulo.

A afirmação do parágrafo anterior ocorre justamente porque o que mais vemos hoje são pessoas vazias de conteúdo querendo rotular disso ou daquilo, de direita ou de esquerda, de reacionário, progressista, fascista, comunista ou o que quer que seja sem sequer entender o que são os conceitos, quanto mais como cada um vai se comportar nos dias atuais.

Basta um pequeno lapso de bom senso para entender que um comunista das primeiras décadas do século XX não pensa da mesma forma que um comunista do início do século XXI. É um acinte à inteligência média fazer pior ainda que isso: dizer que comunismo e fascismo não existem mais. Contudo, o que vem a ser esses conceitos e como eles se adequam aos dias atuais? A pergunta vem porque parece cada vez mais comum pessoas intitulando outras de fascistas e tendo um pensando econômico, pelo menos, totalmente fascista. O mesmo como comunismo, liberalismo, progressismo e assim por diante. A pergunta então, no fundo, é outra: porque isso está acontecendo exatamente agora, nesse momento histórico?

Não estou aqui pra responder todas as perguntas, muito menos pra dar solução a todas as questões humanas. Minha ideia é só levantar um problema que salta aos olhos, mas que esse momento histórico é um momento em que as massas estão cada vez mais massificadas e que o acesso à informação é cada vez maior e cada vez mais as pessoas sabem menos o que fazer com tanta informação, isso é um fato.

Antes se pensava que restringir a informação seria um meio eficaz de impedir que a população, a massa, se movimentasse livremente, isto é, esse seria um bom meio de manipular essas massas. Hoje o caminho parece ser inverso, embora o destino final seja o mesmo. Hoje se despeja informação de todo o tipo sobre as massas e essas massas não conseguem assimilar absolutamente nada, porque não conseguem fazer as perguntas básicas: onde, como, quem e porquê. Onde isso está acontecendo e porque está acontecendo ali? Como isso está acontecendo e a quem interessa que isso aconteça?

Ruminar informação sem saber o que fazer com ela é a nova forma de manipular um povo que muitas vezes está interessado apenas em trabalhar e viver a sua vida sem maiores preocupações, sem discussões grandiosas, sem aprofundamentos transcendentais em questões sociais ou econômicas. Pessoas que só querem cuidar das suas vidas, da sua família, viver a sua fé e estar na simplicidade do dia-a-dia sem a intervenção de terceiros que sequer entender sua forma simples de pensar ou que queiram transformar essa forma simples de pensar. Estão errados? Não vejo erro ou problema em querer viver assim. O problema é: é possível viver assim atualmente?