quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

José de Anchieta será declarado Santo no início do mês de abril.


O Apóstolo do Brasil será canonizado juntamente com dois Beatos canadenses

Cidade do Vaticano, 27 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Redação.

O Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno disse nesta quinta-feira à Rádio Vaticano que o Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, será declarado Santo pelo Papa Francisco no início do mês de abril.

A cerimônia será equipolente, ou seja, menos solene. Esta consiste na assinatura de um decreto em que o Santo Padre declara Santo, o Beato José de Anchieta. Dom Raymundo disse ainda que, provavelmente, haverá uma missa em Roma, no final do mês de abril, presidida pelo Santo Padre.

No Brasil, a cerimônia solene será celebrada durante a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que acontecerá no final de abril, em Aparecida. Outras celebrações deverão acontecer em diversos estados do Brasil.

A canonização do Beato José de Anchieta acontecerá juntamente com outros dois Beatos canadenses: Marie de l'Encarnação, conhecida como a Mãe da Igreja canadense, e François de Laval, primeiro bispo de Quebec


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Vietnã: ativista católico condenado a 30 meses de prisão

Le Quoc Quan: "Na prisão rezo por todos". A Anistia Internacional registrou 75 dissidentes presos
Por Ivan de Vargas

ROMA, 20 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) - O Tribunal de Recurso de Hanói confirmou na última terça-feira (18) a condenação a 30 meses de prisão para o ativista católico Le Quoc Quan. Na leitura da sentença, os juízes decidiram que não havia "nenhuma nova evidência" que provasse a inocência do advogado de 43 anos, que deverá cumprir até o fim a sentença imposta em outubro de 2013.

Quan, além do mais, terá que pagar uma multa de 1.200 milhões de dongs (€ 42.027 euros ou 56.834 dólares) por uma suposta fraude fiscal cometida em 2001, como informou a organização dissidente Viet Tan.

O advogado de Le Quoc Quan reiterou perante os juízes a sua "total inocência”. E acrescentou, dirigindo-se aos juízes que, “se querem julgá-lo pelo seu ativismo, não é preciso arrastá-lo ao tribunal por sonegação de impostos".

Enquanto isso, o acusado disse em um breve comunicado que é "vítima de uma conspiração política".

O conhecido ativista católico denunciou com frequência em seu blog as deficiências do Vietnã em direitos humanos, liberdade política e religiosa.

"Na minha prisão, eu estou em paz e mantenho uma fé firme no futuro no nosso povo. Penso em todos e rezo para que todo o mundo possa viver tranquilamente e progredir (···). Sinto-me neste momento cheio de fé na bondade, na caridade e na compaixão do homem, e com uma forte energia para lutar incansavelmente contra a crueldade e o mal, e em favor do desenvolvimento da consciência e do coração”, escreveu em uma mensagem que conseguiu enviar aos seus seguidores no mês de Janeiro (31) por motivo do ano novo lunar.

"O bem aumentará e o mal diminuirá. A democracia florecerá, a ditadura diminuirá. As pessoas saberão como conhecer os seus objetivos e realizá-los. Ninguém tem direito nem possibilidade de fazê-lo em seu lugar”, acrescentou o ativista dos direitos humanos.

Apenas publicada a primeira sentença, o diretor para Ásia do Human Rights Watch (HRW), Brad Adams, disse que "o crime que parece ter cometido Le Quoc Quan é converter-se em um crítico eficaz do governo vietnamita”. “Quando o governo aceitará que a liberdade de expressão inclui a liberdade de dizer pacificamente opiniões diversas das do partido no poder?”

Além disso, o presidente do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos no Vietnã, Vo Van Ai, denunciou recentemente que "enquanto Vietnã agrava a censura com novas leis e regulamentos, aumentam as repressões policiais, as prisões, as intimidações e até mesmo as agressões sexuais contra jovens blogueiros para assustá-los e impor-lhes o silêncio e a auto-censura".

A Constituição vietnamita prevê a liberdade de expressão e de imprensa, mas o governo se ampara no artigo 88 que criminaliza a propaganda contra o Estado ou o Partido Comunista, a fim de perseguir os críticos e dissidentes.

De acordo com o último relatório da Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH), pelo menos 32 blogueiros dissidentes estão presos por publicar opiniões consideradas "subversivas" pelo Governo.

Por Repórteres Sem Fronteiras (RSF)  Vietnam se classifica no ranking de número 172 de uma lista de 179 nações em seu nível de liberdade de imprensa e qualifica o país asiático como a terceira maior prisão do mundo para blogueiros depois da China e Irã.

Nos últimos anos, este país condenou a dezenas de ativistas, jornalistas e blogueiros por “ameaçar a segurança nacional”, embora oficialmente o Governo insiste em que não persegue a ninguém por causa das suas crenças políticas ou religiosas, mas sim aqueles que violam a lei.

Anistia Internacional estima que são 75 os dissidentes políticos (blogueiros ou não) que permanecem em prisões vietnamitas, “alguns deles em condições muito duras há anos”.
(Trad.TS)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Bélgica aprova a eutanásia infantil.

Pediatras protestam. Se transforma no primeiro país do mundo que não estabelece limites de idade. Será preciso o consentimento dos pais e um informe psiquiátrico da maturidade da criança
Por Ivan de Vargas

ROMA, 13 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) - Bélgica tornou-se na tarde de hoje no primeiro país do mundo que acrescenta à sua legislação a eutanásia de menores sem requisito de idade. O Congresso dos Deputados aprovou definitivamente um projeto polêmico, que contou com 86 votos a favor, 44 contra e 12 abstenções. Com a nova lei, os menores com doenças incuráveis poderão aceder a essa prática, sempre que cumpram com uns requisitos rigorosos. O principal é demonstrar a capacidade de discernimento.

A passagem pelo Congresso dos Deputados fez algumas mínimas alterações ao projeto aprovado pelo Senado, que na Bélgica é a câmera com iniciativa legislativa. O sofrimento da criança só poderá ser físico - a eutanásia para adultos contempla também o psíquico – e os médicos deverão comprovar que, em qualquer caso, o paciente morreria em curto prazo .

A Holanda era, até agora, o único país que incluía crianças na prática da eutanásia, com um requisito de idade fixado entre 12 e 18 anos, dependendo do caso. Bélgica deu um passo a mais ao optar por avaliar a maturidade mental da criança em vez de estabelecer uma idade de referência.

O texto final estabelece que será o médico encarregado do caso que avaliará se o menor é capaz de tomar a decisão, mas terá que consultar previamente um psiquiatra infantil. Na atualidade, Bélgica já prevê o direito à eutanásia a partir dos 15 anos para jovens emancipados.

Inúmeros profissionais médicos reagiram violentamente a uma lei que segundo eles não responde a nenhuma demanda da sociedade nem do setor sanitário, mas sim às cabalas eleitorais de uns políticos que nesta mesma primavera concorrem às eleições gerais.

Assim, a iniciativa aprovada hoje pelo Parlamento belga recebeu as críticas do primeiro Congresso Internacional de Cidadãos Paliativos Pediátricos celebrado nesta semana na Índia e que incluiu na sua declaração final uma “chamada urgente ao Governo belga para que reconsidere a sua decisão”.

Os especialistas reunidos no Congresso Internacional defenderam que todos os menores em estado terminal devem ter acesso aos meios adequados para controlar a dor e os sintomas, bem como aos cuidados paliativos de alta qualidade. "Acreditamos que a eutanásia não é parte da terapia paliativa pediátrica e não é uma alternativa", disse o comunicado.

Também uns 40 pediatras belgas publicaram uma carta aberta para advertir que consideram “precipitado” a tramitação desta lei e mostrar que não existe uma demanda social nem médica para dar este passo. Uma carta semelhante, à qual se somaram até 160 pediatras, como informa a mídia local, foi dirigida ontem aos grupos políticos na véspera do voto para pedir-lhes que o atrasem até a próxima legislatura.

Enquanto isso, os líderes das grandes religiões da Bélgica (cristãos, muçulmanos e judeus) têm mostrado repetidamente a sua rejeição à lei. Neste sentido, no 6 de novembro emitiram uma declaração conjunta opondo-se à legalização da eutanásia para menores. "A eutanásia das pessoas mais vulneráveis ​​é desumana e destrói as bases da nossa sociedade", denunciavam. "É uma negação da dignidade destas pessoas e as abandona ao critério, ou seja, à arbitrariedade de quem decide", acrescentaram.

Na nota, divulgada pela agência Cathobel, os chefes religiosos destacavam também que estão “contra o sofrimento físico e moral, em particular das crianças", mas explicavam que "propor que os menores possam eleger a sua própria morte é uma maneira de distorcer sua capacidade de julgar e, portanto, a sua liberdade". "Expressamos nossa profunda preocupação com o risco de banalização crescente de uma realidade tão grave”, concluíam .

Os líderes religiosos da Bélgica afirmavam também em outra mensagem conjunta que “a eutanásia das pessoas mais vulneráveis é desumana e destrói as bases da nossa sociedade"; e acrescentavam que "é uma negação da dignidade dessas pessoas e as abandona à arbitrariedade de quem decide".

O número de eutanásias praticadas na Bélgica atingiu um recorde em 2012, com um total de 1.432 casos, um 25% a mais do que no ano anterior, de acordo com dados da Comissão Federal de Controle e de Avaliação da Eutanásia.

O rei Felipe deverá assinar a lei para que entre em vigor. Até agora, o rei, pai de quatro filhos, não se pronunciou publicamente sobre o assunto .

Na Europa, a eutanásia ativa (com assistência médica) está descriminalizada na Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça.

Trad.TS

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cuba: em ambiente difícil, bispos realizam seminário sobre a comunicação.


Evento é organizado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e pelo CELAM

Roma, 06 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora

Acontece em Havana o “Seminário de Bispos sobre a Comunicação”, que começou ontem, 4, e termina neste sábado, 8 de fevereiro. Organizado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e pelo CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), o evento tem como objetivo “ajudar os bispos a compreender os desafios e as oportunidades que as tecnologias de comunicação oferecem à Igreja”, explicou na semana passada, em Roma, o presidente do dicastério, dom Claudio Maria Celli.

Praticamente não estão sendo veiculadas notícias sobre o seminário. Um jornalista cubano contatado por ZENIT informou que “tudo está sendo muito controlado”.

O contexto

Nos dias 28 e 29 de janeiro, 33 países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) se reuniram em Havana para uma reunião de cúpula, aberta pelo presidente anfitrião, Raúl Castro.

O governo de Barack Obama se declarou "decepcionado" com o fato de os líderes da América Latina e do Caribe terem ido até a ilha para participar da reunião do bloco e não terem condenado o sistema de partido único dos irmãos Castro. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, se encontrou com Fidel Castro e apresentou aos funcionários do governo castrista a necessidade de consolidar as liberdades e a urgência de que Cuba ratifique os tratados sobre direitos humanos.

O único presidente que se reuniu com dissidentes da ilha foi o do Chile, Sebastián Piñera, que encontrou a líder do grupo opositor, Berta Soler, logo após a reunião dos chefes de Estado da Celac. Piñera também se encontrou com o cardeal Jaime Ortega, mas os conteúdos da conversa não foram divulgados. O purpurado cubano mediou em 2010 a libertação de dezenas de dissidentes.

Por outro lado, a oposicionista Comissão Cubana de Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional (CCDHRN), em comunicado oficial, afirmou que, durante o mês de janeiro de 2014, o governo de Raúl Castro realizou pelo menos 1.052 detenções arbitrárias com o objetivo de "silenciar as vozes dissidentes" durante a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

O comunicado da CCDHRN declara que "predominaram os sequestros policiais sem a divulgação de informações sobre o paradeiro dos detidos nem a permissão imediata para que eles se comunicassem por telefone com os seus familiares ou advogados". A Comissão divulga ainda que os opositores documentaram "ao menos 79 agressões físicas, 91 atos de pressão psicológica, 89 atos de repúdio e 53 atos de vandalismo" contra as suas casas durante a realização da cúpula.


A CCDHRN detalha que, no total, durante o mesmo mês, 179 dissidentes cubanos foram "agredidos fisicamente"; 153 sofreram os chamados "atos de repúdio" e um número igual sofreu "outras formas de pressão", como "atos de vandalismo" contra seus lares.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Pedofilia no clero.


Certos setores da ONU desferem contra a Igreja um ataque visivelmente ideológico

São Paulo, 06 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Edson Sampel

As recentes investidas da ONU contra a Santa Sé devem ser refletidas com muito cuidado. É claro que houve casos de abusos sexuais contra menores praticados por padres. Conhecemos o desastre na Arquidiocese de Boston, por exemplo. No entanto, sabemos que a Igreja tomou providências drásticas para pôr um fim à pedofilia. Entre as medidas levadas a cabo, destaca-se, ainda no pontificado de Bento XVI, o alargamento da prescrição penal canônica, de 10 para 20 anos.

Os crimes de pedofilia, na verdade, são punidos, com o rigor da lei, pelos diversos Estados ou países onde residem os clérigos pedófilos. Cada nação faz atuar seu direito penal próprio. A Santa Sé, ou o Vaticano, não tem como impedir que um presbítero seja processado. Demais, Bento XVI determinou que nenhum bispo deixasse de denunciar um pedófilo às autoridades civis. Outro dado importante a ser considerado, já tantas vezes repisado, é que a pedofilia, desafortunadamente, infecciona outros setores da sociedade, como a própria família desajustada, e não só o ambiente clerical.

O que está por trás desse súbito ataque da ONU? A resposta se encontra no nuperpromulgado relatório da instituição que, além da pedofilia, alude à posição da Igreja contra os denominados casamentos homossexuais e o aborto. Graças à sua soberania, a Igreja, através do sucessor de são Pedro, é a única sociedade no mundo que pode anunciar intrepidamente o evangelho de Jesus Cristo, sem respeitos humanos, conclamando os homens à conversão. Neste sentido, a Igreja ensina que único caminho para a vivência sadia do sexo é a heterossexualidade, no matrimônio. Por outro lado, a Igreja combate o aborto, pois se trata de um dos delitos mais covardes e nefandos que se pode perpetrar.

No fundo, certos setores da ONU desferem contra a Igreja um golpe visivelmente ideológico. Por este motivo, sob o pretexto da pedofilia, tremulam, outrossim, as bandeiras do homossexualismo e do aborto. A soberania da Cidade-Estado do Vaticano constitui um ingrediente imprescindível a favor da vida e da família. Imaginem se o papa fosse um simples súdito de algum país! Ele seria ameaçado o tempo inteiro; ele estaria cerceado no múnus de confirmar a fé dos cristãos e pregar o evangelho.

A pedofilia será cabalmente lancetada, a partir do instante em que os valores cristãos, como o matrimônio, voltarem a vicejar na comunidade. O denominado iluminismo pô-los abaixo, destronou-os, sugando da humanidade a seiva do vigor evangélico.


Edson Sampel, doutor em Direito Canônico, membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) e da Academia Marial de Aparecida (AMA).

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sacrosanctum Conclium. Parte 15. Eficácia plena na celebração da liturgia.


O número 11 da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium pode ser dividida em duas partes a serem debatidas separadamente para formarem um todo.

Primeiramente ela diz o seguinte:

11. Para assegurar esta eficácia plena, é necessário, porém, que os fiéis celebrem a Liturgia com retidão de espírito, unam a sua mente às palavras que pronunciam, cooperem com a graça de Deus, não aconteça de a receberem em vão.

Uma liturgia que tenha plena eficácia, antes de saber o porque se faz ou deixa de fazer certas coisa e antes de inculcar na mente das pessoas o que é e o que não é superstição, é preciso que todos nós, fiéis, religiosos ou leigos, entendamos que só se celebra quando se tem “retidão de espírito”. Para se ter retidão de espírito não é preciso ser doutor em teologia, muito menos especialista em liturgia, mas sim crer e amar fielmente o que se celebra.

Por óbvio que a formação é de extrema importância e por óbvio que temos que busca-la cada vez mais, mas não podemos esquecer que não é tudo.

É uma pergunta que devemos nos fazer sempre: estamos celebrando protocolarmente ou estamos celebrando com retidão de espírito, ou seja, com união a Deus, crendo e confiando plenamente, mesmo quando não se entende plenamente?

Por quantas vezes nos pegamos procurando erros na celebração que presenciamos no lugar de nos juntar ao mistério amplo e inexplicável, e por isso mistério, que é a Santa Missa?

Queremos explicações e queremos encontrar erros. Claro que queremos o melhor para Deus e a celebração litúrgica é um ritual, como ritual precisa ser seguida como tal. Acabamos por apontar o dedo em riste para muita gente que sequer sabe do que estamos falando, precisam de formação perene, tanto quanto nós, só que estão um pouquinho atrasados, só isso. Mesmo em uma celebração cheia de erros, tais erros podem não ser propositais e precisam, claro, ser corrigidos, contudo nunca incriminando pessoas que não se sabe se fizeram dolosamente ou não. E normalmente não fazem com intenção de ferir a Santa Missa.

Precisam apenas de formação, explicação, entendimento do que é a fé que professam. Ao fazer isso ficarão, sem dúvida alguma, maravilhados com o que perceberão. Um mundo novo pode se abrir e normalmente se abre quando há essa descoberta de tudo quanto a Santa Missa representa e tudo quanto acontece dentro dela.

É exatamente nesse ponto, a formação, que entra o restante do parágrafo:

11. (...) Por conseguinte, devem os pastores de almas vigiar por que não só se observem, na ação litúrgica, as leis que regulam a celebração válida e lícita, mas também que os fiéis participem nela consciente, ativa e frutuosamente.

Primeiramente vamos fazer como os alemães, vamos definir conceitos antes de falar sobre o texto. Pastores de almas que aqui menciona, sem dúvida são os membros do clero em todos os seus níveis de hierarquia. São padres, bispos e diáconos com todos os seus níveis e títulos administrativos.

Pois bem, definido isso, fica claro que cabe primeiramente a eles a função de vigiar para que as normas litúrgicas sejam cumpridas, contudo o que vemos é que muitas vezes são eles os principais incentivadores de uma bagunça generalizada nesse campo.

Todos nós sabemos muito bem que por mais dificuldades que um padre tenha com seus fiéis, ele continua sendo padre e eles continuam sendo leigos. Essa hierarquia é muito bem entendida por todos que frequentam uma paróquia ou comunidade, mesmo que as vezes desrespeitem nesse ou naquele nível, todos tem plena consciência de quem é quem. Quando não conseguem esse discernimento, o sacerdote precisa investir em catequese e formação doutrinal para depois partir para outras mudanças mais profundas. Enfim, se são católicos mesmo obedecerão ao padre se ele estiver certo. A questão é saber pra onde caminha o rebanho.

Quando um sacerdote causa danos à liturgia e a desobedece, fazendo da sua cabeça uma nova liturgia, esse padre está mexendo em algo que não lhe pertence, portanto está absolutamente errado e é digno de reprimendas. É preciso que, a partir daí os fiéis conversem, com cuidado, humildade e caridosamente explicando e entendendo os motivos do sacerdote em fazer o errado. Vamos relevar a situação de que a formação de nossos seminários também não anda lá essas coisas.


De qualquer forma, é bom que o sacerdote responsável, bem como o diácono, façam de tudo para que o povo saiba o que faz e porque faz. Quanto mais conhecemos, mais amamos o que conhecemos. Não se trata de tentar colocar Deus dentro de nossas cabeças, Ele é muito maior que isso. Ele não cabe em nossas cabeças, contudo podemos procurar entender ao máximo nossa fé e o auge da nossa fé é a Santa Missa e a Eucaristia que dentro dela surge.