domingo, 29 de abril de 2018

Capítulo 6, 1 do Evangelho de Mateus.


Ao meditar o Capítulo 6, 1 do Livro do Evangelho de Mateus, fica perceptível o quanto um versículo pode causar uma verdadeira revolução cristã na vida de qualquer pessoa.

"Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu."

É muito comum que todos nós queiramos fazer as boas obras esperando recompensa ou pelo menos um agradecimento, quem sabe até um reconhecimento. Acontece que quem faz as boas obras esperando tudo isso, faz esperando que o ser humano tenha uma atitude que não está preparado para ter. É preciso urgentemente entender que só Deus pode recompensar de forma justa qualquer boa obra, nunca os homens.

Ainda usando essa mesma lógica, Jesus ao falar sobre os escribas e fariseus afirma no evangelho de Mateus Capítulo 23, 3 que:

"Observai e fazei tudo o que os escribas e fariseus dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem."

Isto é, faça o que eu falo e não faça o que eu faço.

Esse é o famoso farisaísmo que hoje entendemos muito bem como hipocrisia. O grande problema é que todos detestam os hipócritas, mas não pensam nem meia vez antes de ser um deles. Escrever leis e definir atitudes para outras pessoas parece ser a especialidade de alguns. O problema é escrever essas leis e atitudes e agir de forma justamente contrária.

Mas Jesus ainda continua no mesmo capítulo 23 em seu versículo 4 e seguintes:

"Atam (escribas e fariseus) fardos pesados esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem removê-los sequer com o dedo. Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos."

Exigir que os outros façam o que eu sequer tento fazer, é muito fácil. É preciso morrer tentando, se for o caso, mas nunca deixar de fazer o certo mesmo que esse certo pareça errado. De qualquer forma, a pior escolha sempre vai ser cobrar de outras pessoas que carregam esse fardo sem nunca tentar carregar o seu peso que muitas vezes é mínimo.

De outra forma, fazer qualquer coisa esperando reconhecimento ou fazer mostrando que está fazendo pelo simples prazer te satisfazer a vaidade, pode ser um dos piores precipícios a se cair. Um daqueles bem altos e com espinhos no fundo.

As nossas boas obras, boas atitudes e orações devem ser feitas de modo mais oculto possível. Assim não alimentamos a vaidade nem o orgulho. Podemos até ficar tristes e um pouco desestimulados com a falta de reconhecimento alheio, mas isso passa. O mais importante de tudo sempre é entender que o melhor está por vir. 

O que é melhor está por vir, porque Deus é justiça. A justiça, o reconhecimento e o agradecimento vindos do ser humano de nada valem. Deus conhece os corações, e só Deus. Não devemos nunca confundir o que é bom aos homens com o que é bom a Deus.

"Ora, ouviram tudo isso os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele. Jesus disse-lhes: 'vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus vos conhece os corações; pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus.'"(Lc 16, 14-15)

Portanto, o que se conclui é que não se deve procurar a satisfação dos homens antes da satisfação de Deus. Dificilmente as duas coincidirão, entretanto, caso elas estejam em confronto, que a vontade de Deus sempre prevaleça. 

"Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus?"(Jo 5, 44)

Que nós aprendamos a buscar, portanto, apenas a glória final que é aquela que vem de Deus, porque enquanto estivermos buscando Glória vinda dos homens estaremos cada vez mais incompletos.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Pessoas sem padrão e padrão sem pessoas.


Pessoas que seguem padrões não conseguem entender o relativismo. O problema é que as pessoas que seguem padrões hoje são cada vez mais raras. Isso porque seguir padrões hoje se tornou um crime tão hediondo que basicamente ninguém mais sabe o que é um padrão.

O que estou dizendo pode parecer estranho porque o pensamento relativista tomou conta de tudo o que existe em todos os lugares. Todos gostam de dizer que tem princípios, mas na verdade relativizam tudo. Todos têm princípios desde que esses princípios possam ser encurvados como a vara de goiabeira. Princípios elásticos é o que mais se vê por aqui.

Quando os princípios são realmente inegociáveis eles se tornam padrões e é aí que a coisa realmente funciona. Um homem que não gosta da cor vermelha não usa camisa vermelha, não tem um carro vermelho e tenta não usar objeto algum dessa cor. Um homem que repugna a ilegalidade, repugna ilegalidade de seus amigos e de seus inimigos. O homem que odeia a corrupção, odeia a corrupção de socialistas, conservadores e liberais. A questão toda está em os pratos da balança estarem equilibrados.

O que vemos é que há um relativismo total em todos os casos, para todas as situações. Aquele homem que não gosta da religião católica por causa da pompa, aceita a mesma pompa feita ao seu político de estimação. Aquele homem que detesta corrupção do partido ou do político que ele não votou, aceita a corrupção do partido e do político que ele apoia porque com certeza seria para uma boa causa. Aquele homem que detesta a censura, apoia que seus opositores sejam calados para o seu bem próprio ou para o bem da causa que pretende que seja vencedora. Isso é um escárnio. Isso é uma leviandade, uma falta de caráter que só quem entende as profundezas do relativismo consegue realmente enxergar. Os demais apenas sentem na própria pele os efeitos desse escárnio e dessa leviandade sem saber de onde vem o cheiro pútrido que sentem no ato natural de respirar.

Aquele homem que tem um padrão fixa seu olhar em uma única estrela, enquanto a terra gira freneticamente ao seu redor. Centrado em um ponto esse homem não fica tonto com tanto reviravolta que acontece ao seu lado. Está sempre equilibrado e pode perceber a real grandeza e distância das coisas.

terça-feira, 24 de abril de 2018

O militarismo e seus valores em alta.


No capítulo 3 do livro "Hereges" de Chesterton, o autor desenvolve uma ideia muito interessante, principalmente para os dias atuais nesse nosso Brasil. Aliás, é incrível como Chesterton conseguiu ser tão atual vivendo um século antes do que agora chamamos de atualidade.

Ele desenvolve uma ideia sobre o militarismo que chama bastante atenção. Quando se fala em militarismo obviamente que está se falando dos valores que o militar carrega consigo, especialmente a coragem e a disciplina.

O militarismo, segundo a tese, não estaria errado por mostrar para os homens como ser violentos, presunçosos e até belicosos. O mal do militarismo estaria justamente no contrário, ou seja, estaria em tornar boa parte dos homens muito mansos e pacifistas. A questão é saber de qual parte estamos falando. 

Que fique bem clara a diferença entre pacifistas e pacíficos. Mas a questão de Chesterton não é essa. A questão está justamente em entender que os homens que não são militares acabam se acostumando com o militarismo para protegê-los e para guerrear por eles. O militarismo acaba comprando as guerras que todos os homens deveriam tomar para si. 

A conclusão acaba sendo simples: quanto mais a sociedade se torna acovardada, mansa e pacifista ao extremo (qualquer semelhança com atualidade não é mera coincidência), o militarismo tende a crescer, justamente porque alguém precisa proteger a sociedade. Isso se torna um mal devido o fato de cada vez mais homens quererem cada vez menos resolver suas guerras pessoais. Deixam tudo para os militares e isso acaba destruindo a sociedade como um todo.

Chesterton exemplifica tal lógica quando menciona que a guarda pretoriana, aquela do império romano, se tornou muito importante e, a cada vez que os militares se tornavam mais e mais importante, a sociedade se tornava cada vez mais e mais luxuosa e débil. Se tornava mais e mais fútil. 

Portanto, o militar acaba ganhando cada vez mais poder civil na mesma proporção em que o civil vai perdendo cada vez mais as virtudes militares. Essa conclusão é aterradora quando se percebe que estamos vivendo exatamente isso. Vamos nos tornando uma sociedade cada vez mais covarde e por isso mesmo uma sociedade que cada vez mais busca o militarismo.

Os poemas antigos cantavam epicamente as armas e o poder do homem guerreiro. Hoje cantamos a proteção as baleias, o politicamente correto, quais os limites de um pai ao educar seu filho e uma tolerância libertina. 

No início desse texto falamos sobre alguns valores dos militares, especialmente a coragem e a disciplina. O que mais deixa o homem moderno perplexo não é sequer a coragem. Não é preciso ser militar para desenvolver essa coragem. O que mais chama atenção do homem moderno é a disciplina. Para perceber isso basta verificar o quão maravilhado fica um pai ao perceber a disciplina de um colégio militar onde seu filho agora vai estudar. Quando alguém busca um colégio militar não está buscando coragem, está buscando disciplina. Quando alguém se encanta com o desfile militar, não se encanta com a coragem, se encanta com a disciplina e o verdadeiro milagre da organização. A coragem é só uma consequência disso tudo. Não é exatamente isso que vemos na sociedade atual?

Assim sendo, não há qualquer necessidade de ser militar para buscar o militarismo. Se o militarismo é exaltado por sua disciplina, essa disciplina pode ser vista em vários locais e momentos na vida. Um padeiro é disciplinado quando acorda às 4 horas da manhã para conseguir deixar o pão pronto às 6. Nesse sentido o padeiro é tão militar quanto qualquer militar. A costureira precisa ser disciplinada ao exercer seu ofício caso contrário não fará um trabalho metódico suficiente e ainda corre o risco de sofrer várias agulhadas na mão. Nesse ponto a costureira é muito militar. Em ambos os casos essa disciplina é motivo de orgulho para os disciplinados e motivo de exemplo para os expectadores.

O militarismo surge de tempos em tempos ciclicamente. Quando a sociedade se enfraquece o militarismo cresce, quando a sociedade engloba os valores do militarismo e os usa, o militarismo cai em desuso e é esquecido. Ao ser esquecido a sociedade conta a se enfraquecer e o militarismo cresce.

Em qual período exatamente estamos vivendo?

sexta-feira, 20 de abril de 2018

O entediante e o entediado.


(Texto inspirado no livro "Hereges" de Chesterton em seus primeiros parágrafos do capítulo terceiro)

Os adjetivos entediante e entediado, que muitas vezes se tornaram não só meros adjetivos, mas verdadeiros brasões na vida de alguns, foi a forma que o poeta britânico George Gordon Byron, mais conhecido como Lorde Byron, dividiu a humanidade. É óbvio que algo tão simples, mas que demonstra a perspicácia e visão tão profunda que uma pessoa tem do ser humano, não passaria em branco nas páginas dos livros de Chesterton.

No livro "Hereges", Chesterton, logo no início do Capítulo 3, vem mostrar essa visão de mundo para o leitor e rapidamente, como é sua característica, analisa essa profundeza de pensamento e parece dizer tudo em poucas palavras. Chesterton parece conseguir esclarecer o óbvio.

Como não sou Chesterton e obviamente não tenho esse poder de síntese (na verdade acho que não tenho nenhum poder de síntese), muito menos a genialidade dele, vou ter que escrever um pouquinho mais para tentar decifrar aquele pensamento.

A ideia central de uma pessoa entediada é aquela de superficialidade, que não tem muito a oferecer para os que estão a sua volta, muito menos para a sociedade como um todo. O entediado é aquele que não consegue perceber as minúcias e os detalhes de cada ponto em específico. O entediado olha para grama e simplesmente vê a grama. O entediado não consegue olhar para a grama e definir os seus tons de verde. Se ele não consegue sequer definir tons de verde, obviamente que não vai se perguntar o porquê daqueles tons diferentes, muito menos chegar a alguma conclusão sobre quem criou aquilo. O entediado não consegue ver a beleza por trás do óbvio. Na verdade o entendiado sequer consegue ver o óbvio. É uma pessoa prática demais para ver o que está a sua frente. O entediado é aquela pessoa que deixa a vida passar à frente do seu nariz e depois de muitos anos não sabe dizer a cor do firmamento de onde viveu toda uma vida. 

O entediado só é assim por quê tudo para ele é chato e desnecessário. Tudo para ele precisa ser prático, objetivo e atingir a função que ele entende ser real. Ele não se atenta aos detalhes e não se atenta à beleza intrínseca das coisas. Não compreende que em cada ato da criação o motivo de existir revela sua beleza e sua beleza revela seu motivo e existir.

Já o entediante não é o contrário do entediado, mas sim o seu salvador. Se não fosse o entediante, o entediado nunca descobriria o quanto não percebe as belezas da criação muito menos perceberia o quanto sua vida é prática demais para ser levada a sério.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

O rumo moral do Progresso.

(Texto inspirado no livro "Hereges" de Chesterton).


Porque nós gostamos sempre de contrapor o que já é conhecido com uma proposta alternativa de obter algo sobre aquilo que ninguém conhece? Em outras palavras, porque preferimos lançar-nos ao desconhecido considerando que isso é algo excelente no lugar de colocarmos tudo o que foi bom e já considerado produtivo em prática?

Com uma pergunta como essa eu não estou em momento algum colocando em xeque a dignidade ou mesmo a legitimidade do progresso. O que estou colocando em xeque é a legitimidade e a dignidade de colocar o progresso acima de qualquer coisa independente de qualquer coisa.

O que acaba acontecendo é que aquele que defende o progresso acima de tudo se torna mais dogmático que o religioso e tenta ser infalível em sua proposta. O progresso não pode ser infalível sob pena de o progressista se tornar o que ele mais abomina, ou seja, um conservador.

Vivemos em uma época em que dificilmente podemos dizer que estamos em progresso. A explicação disso é bem fácil: em outros momentos históricos as pessoas podiam até tomar decisões erradas e seguirem um caminho errado, mas estavam em concordância com o caminho a ser seguido. Nos dias atuais cada um pretende seguir um caminho e cada caminho pretende ser o certo inequivocamente. Hoje discordamos de todo tipo de direção que o outro quer tomar e cada um pretende ser o seu próprio ponto cardeal.

Por outro lado nos consideramos o povo e a época mais progressista da humanidade. Não saímos do lugar e discutimos coisas banais, mas consideramos que o movimento de ir e voltar sob o mesmo passo é progresso.

A questão toda se concentra no fato de que o progresso precisa ter um alvo e esse alvo precisa ser uma doutrina moral. Quando disparamos em direção a algo que dizemos que é o progresso, caso essa não seja a direção correta no rumo de uma doutrina moral, estaremos correndo em disparada e sem freios rumo ao precipício. Há ainda o risco de que assim que for dado o tiro para essa corrida, cada um corra em uma direção acreditando que aquela é a direção certa para o progresso. Esse é o resultado quando não se tem um foco moral.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Quem quer saber o que é bom?


(Texto inspirado nos primeiros parágrafos do livro "Hereges" de Chesterton).

Parece ser uma constatação fácil de identificar que fazemos de tudo para não falar do que é o bem, do que é bom e do que é correto. Fugimos de todas as formas desses conceitos. Falamos de tudo o que está em volta, mas evitamos ao máximo entrar no mérito da questão do que é realmente bom.

É fácil você encontrar uma pessoa que, com a melhor das intenções, fala com você sobre liberdade. É óbvio que a liberdade é algo bom, mas é preciso entender que é uma faceta do algo bom. A liberdade pode ter lados que não levam para o bem. 

Facilmente você também encontra pessoas que falam de progresso. Elas usam esse expediente para fugir da discussão do que é bom. O progresso pode ser bom, mas também pode ter uma face bem ruim.

Vamos encontrar muitas e muitas pessoas por aí que falam sobre educação, mas fogem de falar o que é algo bom. É claro que a educação é algo bom, mas é claro que a educação só pode ser algo bom quando parte do conceito de bom. Quando é usada para o mal...

O problema é que conceituar o bom é não relativizar e tomar posição sobre o assunto. Quem quer isso? O que as pessoas querem é abraçar a liberdade, mas se esquecem que é preciso conceituar uma série de coisas para conseguir chegar a essa liberdade. É preciso conceituar, inclusive, o que é liberdade. E é preciso dentro do conceito de liberdade saber se liberdade é algo bom. Para saber se algo é bom é preciso saber o que é bom. E mais uma vez eu pergunto: quem quer isso?

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Tenha um herege pra chamar de seu.


(Texto inspirado nos primeiros parágrafos do livro "Hereges" de Chesterton).

É absolutamente incrível pensar como hoje as pessoas tem um prazer quase transcendental de se dizerem heterodoxas, revolucionárias e até mesmo heréticas.

Em toda história das heresias, e não precisa ser um gênio para estudar e perceber isso, os hereges eram hereges, mas queriam ser ortodoxos. Muitas das vezes queriam ser ortodoxos até o limite do insuportável, o que os fazia ser hereges, ou dentro daquela linha tênue da semântica. Mas é fato que sempre quiseram ser ortodoxos e não heréticos. 

Esses heréticos do passado queriam tanto ser ortodoxos que às vezes chegavam a se embrenhar em meio à loucura de achar que são uma ilha de ortodoxia. Achavam que sozinhos contra todo o mundo podiam guardar a ortodoxia e acabavam caindo naquela mais baixa heresia. Faziam isso especialmente contra aquela que é a guardiã da ortodoxia. Quaisquer semelhanças com aqueles que hoje se consideram mais católicos que o próprio Papa não é mera coincidência. 

Hoje entretanto as pessoas se gabam de ser heréticas, revolucionárias, heterodoxas e fora de qualquer padrão ou qualquer linha de lógica, arrebentando aquela linha que já era tênue da semântica.

A grande dúvida que fica é o porquê de hoje as pessoas terem a intenção e fazerem tanta questão de se mostrar revoltadas, diferentes e heréticas. A impressão que dá é que a humanidade resolveu caminhar para trás e está dando passos largos em marcha ré. No lugar de melhorar e entender que cada pessoa é diferente da outra e por esse motivo cada pessoa tem necessidades diferentes das outras, ou seja, essa igualdade que tanto prezam e lutam é impossível, distante e até utópica. Esse pessoal prefere continuar insistindo na tese impossível de que precisamos de sociedades mais igualitárias. Não conseguem entender o mínimo que um gráfico pode explicar. Não conseguem entender que basta fazer a parte de baixo subir para melhorar a vida material das pessoas. No lugar preferem fazer a ponta de cima baixar, ou seja, preferem empobrecer o rico do que enriquecer o pobre.

Todo problema parece ser que o problema é o todo. Todo mundo sabe muito de pouca coisa. Há especialistas até para unha encravada do dedão esquerdo, mas você é criticado e chamado de lunático-fanático-religioso quando resolve juntar todas essas especialidades divididas de forma infinitesimal e perceber que a universalidade é perfeita e por isso só pode ser divina. Isso é a ortodoxia.

Seja como for, esse revolucionário que descrevemos acima é o nosso afamado herético moderno que levou a sua heresia chamada revolução ao patamar de sistema. O herético moderno nada mais é do que aquele que o é e faz questão de dizer que o é. É aquele que gosta de ser e faz questão de dizer que é herético e detesta a ortodoxia. É aquele que faz questão de ir contra a lógica e o bom senso e se acha acima da média por isso.

Enquanto você lia esse texto você pensou em alguém? Pois é, a intenção era essa mesmo. Adote o seu herege eu leve-o à ortodoxia. Caso não consiga entregue a Deus as raivas que vai passar como mortificação. De qualquer forma você ganha.