Certos setores da ONU desferem contra a Igreja um
ataque visivelmente ideológico
São Paulo, 06 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org)
Edson Sampel
As recentes investidas da ONU contra a Santa Sé
devem ser refletidas com muito cuidado. É claro que houve casos de abusos
sexuais contra menores praticados por padres. Conhecemos o desastre na
Arquidiocese de Boston, por exemplo. No entanto, sabemos que a Igreja tomou
providências drásticas para pôr um fim à pedofilia. Entre as medidas levadas a
cabo, destaca-se, ainda no pontificado de Bento XVI, o alargamento da
prescrição penal canônica, de 10 para 20 anos.
Os crimes de pedofilia, na verdade, são punidos,
com o rigor da lei, pelos diversos Estados ou países onde residem os clérigos
pedófilos. Cada nação faz atuar seu direito penal próprio. A Santa Sé, ou o
Vaticano, não tem como impedir que um presbítero seja processado. Demais, Bento
XVI determinou que nenhum bispo deixasse de denunciar um pedófilo às
autoridades civis. Outro dado importante a ser considerado, já tantas vezes
repisado, é que a pedofilia, desafortunadamente, infecciona outros setores da
sociedade, como a própria família desajustada, e não só o ambiente clerical.
O que está por trás desse súbito ataque da ONU? A
resposta se encontra no nuperpromulgado relatório da instituição que, além da
pedofilia, alude à posição da Igreja contra os denominados casamentos
homossexuais e o aborto. Graças à sua soberania, a Igreja, através do sucessor
de são Pedro, é a única sociedade no mundo que pode anunciar intrepidamente o
evangelho de Jesus Cristo, sem respeitos humanos, conclamando os homens à
conversão. Neste sentido, a Igreja ensina que único caminho para a vivência
sadia do sexo é a heterossexualidade, no matrimônio. Por outro lado, a Igreja
combate o aborto, pois se trata de um dos delitos mais covardes e nefandos que
se pode perpetrar.
No fundo, certos setores da ONU desferem contra a
Igreja um golpe visivelmente ideológico. Por este motivo, sob o pretexto da
pedofilia, tremulam, outrossim, as bandeiras do homossexualismo e do aborto. A
soberania da Cidade-Estado do Vaticano constitui um ingrediente imprescindível
a favor da vida e da família. Imaginem se o papa fosse um simples súdito de
algum país! Ele seria ameaçado o tempo inteiro; ele estaria cerceado no múnus
de confirmar a fé dos cristãos e pregar o evangelho.
A pedofilia será cabalmente lancetada, a partir do
instante em que os valores cristãos, como o matrimônio, voltarem a vicejar na
comunidade. O denominado iluminismo pô-los abaixo, destronou-os, sugando da
humanidade a seiva do vigor evangélico.
Edson Sampel, doutor em Direito Canônico, membro da
União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) e da Academia Marial de
Aparecida (AMA).
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