sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cuba: em ambiente difícil, bispos realizam seminário sobre a comunicação.


Evento é organizado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e pelo CELAM

Roma, 06 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Sergio Mora

Acontece em Havana o “Seminário de Bispos sobre a Comunicação”, que começou ontem, 4, e termina neste sábado, 8 de fevereiro. Organizado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e pelo CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), o evento tem como objetivo “ajudar os bispos a compreender os desafios e as oportunidades que as tecnologias de comunicação oferecem à Igreja”, explicou na semana passada, em Roma, o presidente do dicastério, dom Claudio Maria Celli.

Praticamente não estão sendo veiculadas notícias sobre o seminário. Um jornalista cubano contatado por ZENIT informou que “tudo está sendo muito controlado”.

O contexto

Nos dias 28 e 29 de janeiro, 33 países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) se reuniram em Havana para uma reunião de cúpula, aberta pelo presidente anfitrião, Raúl Castro.

O governo de Barack Obama se declarou "decepcionado" com o fato de os líderes da América Latina e do Caribe terem ido até a ilha para participar da reunião do bloco e não terem condenado o sistema de partido único dos irmãos Castro. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, se encontrou com Fidel Castro e apresentou aos funcionários do governo castrista a necessidade de consolidar as liberdades e a urgência de que Cuba ratifique os tratados sobre direitos humanos.

O único presidente que se reuniu com dissidentes da ilha foi o do Chile, Sebastián Piñera, que encontrou a líder do grupo opositor, Berta Soler, logo após a reunião dos chefes de Estado da Celac. Piñera também se encontrou com o cardeal Jaime Ortega, mas os conteúdos da conversa não foram divulgados. O purpurado cubano mediou em 2010 a libertação de dezenas de dissidentes.

Por outro lado, a oposicionista Comissão Cubana de Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional (CCDHRN), em comunicado oficial, afirmou que, durante o mês de janeiro de 2014, o governo de Raúl Castro realizou pelo menos 1.052 detenções arbitrárias com o objetivo de "silenciar as vozes dissidentes" durante a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

O comunicado da CCDHRN declara que "predominaram os sequestros policiais sem a divulgação de informações sobre o paradeiro dos detidos nem a permissão imediata para que eles se comunicassem por telefone com os seus familiares ou advogados". A Comissão divulga ainda que os opositores documentaram "ao menos 79 agressões físicas, 91 atos de pressão psicológica, 89 atos de repúdio e 53 atos de vandalismo" contra as suas casas durante a realização da cúpula.


A CCDHRN detalha que, no total, durante o mesmo mês, 179 dissidentes cubanos foram "agredidos fisicamente"; 153 sofreram os chamados "atos de repúdio" e um número igual sofreu "outras formas de pressão", como "atos de vandalismo" contra seus lares.

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