Evento é organizado pelo Pontifício Conselho para
as Comunicações Sociais e pelo CELAM
Roma, 06 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Sergio
Mora
Acontece em Havana o “Seminário de Bispos sobre a
Comunicação”, que começou ontem, 4, e termina neste sábado, 8 de fevereiro.
Organizado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e pelo CELAM
(Conselho Episcopal Latino-Americano), o evento tem como objetivo “ajudar os
bispos a compreender os desafios e as oportunidades que as tecnologias de
comunicação oferecem à Igreja”, explicou na semana passada, em Roma, o
presidente do dicastério, dom Claudio Maria Celli.
Praticamente não estão sendo veiculadas notícias
sobre o seminário. Um jornalista cubano contatado por ZENIT informou que “tudo
está sendo muito controlado”.
O contexto
Nos dias 28 e 29 de janeiro, 33 países da
Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) se reuniram em Havana
para uma reunião de cúpula, aberta pelo presidente anfitrião, Raúl Castro.
O governo de Barack Obama se declarou
"decepcionado" com o fato de os líderes da América Latina e do Caribe
terem ido até a ilha para participar da reunião do bloco e não terem condenado
o sistema de partido único dos irmãos Castro. O secretário geral das Nações
Unidas, Ban Ki-Moon, se encontrou com Fidel Castro e apresentou aos
funcionários do governo castrista a necessidade de consolidar as liberdades e a
urgência de que Cuba ratifique os tratados sobre direitos humanos.
O único presidente que se reuniu com dissidentes da
ilha foi o do Chile, Sebastián Piñera, que encontrou a líder do grupo opositor,
Berta Soler, logo após a reunião dos chefes de Estado da Celac. Piñera também
se encontrou com o cardeal Jaime Ortega, mas os conteúdos da conversa não foram
divulgados. O purpurado cubano mediou em 2010 a libertação de dezenas de
dissidentes.
Por outro lado, a oposicionista Comissão Cubana de
Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional (CCDHRN), em comunicado oficial,
afirmou que, durante o mês de janeiro de 2014, o governo de Raúl Castro
realizou pelo menos 1.052 detenções arbitrárias com o objetivo de
"silenciar as vozes dissidentes" durante a II Cúpula da Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O comunicado da CCDHRN declara que
"predominaram os sequestros policiais sem a divulgação de informações
sobre o paradeiro dos detidos nem a permissão imediata para que eles se
comunicassem por telefone com os seus familiares ou advogados". A Comissão
divulga ainda que os opositores documentaram "ao menos 79 agressões
físicas, 91 atos de pressão psicológica, 89 atos de repúdio e 53 atos de
vandalismo" contra as suas casas durante a realização da cúpula.
A CCDHRN detalha que, no total, durante o mesmo
mês, 179 dissidentes cubanos foram "agredidos fisicamente"; 153
sofreram os chamados "atos de repúdio" e um número igual sofreu
"outras formas de pressão", como "atos de vandalismo"
contra seus lares.
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