sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cresce o catolicismo no Brasil

De acordo com dados do Departamento Central de Estatística da Igreja, o 84, 5% da população é fiel à Igreja de Roma
Por Jill Carnà

ROMA, 19 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Uma série de estatísticas atualizadas no dia 31 de dezembro de 2011, mostram muitas mudanças na Igreja Católica no Brasil. O dossiê, editado pelo Departamento Central de Estatísticas da Igreja, foi divulgado em vistas da próxima Jornada Mundial da Juventude, a ser realizada no Rio de Janeiro (23-28 julho de 2013).

Hoje é católico o 84, 5% da população: para ser exato 165 milhões de cidadãos brasileiros de 195 milhões.

A Igreja Católica no Brasil tem demonstrado um alto grau de vitalidade e de funcionalidade: ela mostra números em crescimento e outros em declínio. Com a mudança das próprias estruturas (dioceses, paróquias e agentes de pastoral) a Igreja soube adaptar-se às novas exigências.

Comparado com o ano 2001, a densidade paroquial, ou seja, o número dos católicos por paróquia, caiu de 16.444 para 15.255. O número médio de sacerdotes por paróquia pelo contrário cresceu de 1,88 no 2001 para 1,92 no 2011. Em todo o Brasil existem 10.802 paróquias e mais de 20.000 sacerdotes no total.

Ao longo da última década, também os resultados alcançados no campo das vocações e ordenações sacerdotais relataram mudanças. Com um crescimento de 1,41%, em 2011, havia 8.956 seminaristas. Esta evolução também se reflete nos 547 neosacerdotes diocesanos em 2011 (eles são 28,7% a mais do que em 2001).

Também na vida civil, social, educativa e administrativa do País, a Igreja Católica tem uma grande influência. Em 2011, 6.882 escolas católicas de todos os níveis e ordens trabalhavam juntas com cerca de dois milhões de alunos. No total, havia 1.940.299 de estudantes de todos os níveis de educação pertencentes ou administrados por eclesiásticos.

O número de centros sociais e de caridade, tais como hospitais, clínicas familiares ou casas de anciãos, era de 8597.

Tradução Thácio Siqueira

segunda-feira, 24 de junho de 2013

É realmente legítimo receber a comunhão na mão?

Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual
Por Pe. Edward McNamara, L.C.

Uma leitora de língua italiana enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:

Por que um número cada vez maior de fiéis recebe a comunhão na mão, se não há nenhum documento da Igreja e se nenhum papa determinou assim? Não aumenta a superficialidade e a falta de respeito e de fé na presença total de Cristo em todos os fragmentos da partícula que recebemos? Além disso, inevitavelmente, muitos fragmentos se soltam quando a recebemos na mão. (MTR, Reggia Emilia, Itália).

Apresentamos a resposta do pe. McNamara:

Do ponto de vista jurídico, o recebimento da comunhão na mão foi autorizado pela primeira vez na instrução Memoriale Domini, de 29 de maio de 1969.

Esse documento possibilita que as conferências episcopais peçam a permissão da Santa Sé para autorizar a recepção da comunhão na mão. Nem todas as conferências episcopais pediram essa permissão. O viajante católico deve estar disposto a se adaptar aos usos locais quanto à postura e à maneira de receber a comunhão.

Mesmo que a conferência episcopal permita a comunhão na mão, porém, os fiéis mantêm o direito de recebê-la sobre a língua se assim o desejarem.

Em janeiro de 1973, a Congregação para os Sacramentos publicou a instrução Immensae Caritatis, que, ao falar da comunhão na mão, afirma:

Desde a publicação da instrução Memoriale Domini, há três anos, algumas conferências episcopais pediram à Santa Sé a permissão para que os ministros da Sagrada Comunhão, no ato de distribuí-la, possam depositar as espécies eucarísticas nas mãos dos fiéis.

Como recorda a mesma instrução, "as normas da Igreja e os documentos patrísticos têm abundantes testemunhos sobre o máximo respeito e a suma prudência com que a Santa Eucaristia foi tratada" e deve ser tratada.

Portanto, especialmente nesta forma de comunhão, alguns pontos devem sempre ser mantidos em mente, aconselhados pela experiência. Haja, portanto, assíduo cuidado e atenção especial aos fragmentos que eventualmente se soltam das hóstias, seja por parte do ministro, seja por parte do fiel, quando a espécie sagrada é depositada nas mãos de quem comungará.

Ainda em 1973, com a Eucharistiae Sacramentum, foi publicado o novo "Rito da Comunhão fora da Missa e Culto Eucarístico". As regras introdutórias (n º 21) citam a instrução Memoriale Domini quase ao pé da letra, mas omitem a cláusula relativa aos fiéis que pegam a hóstia diretamente do cibório.

O documento afirma muito claramente que a Eucaristia, tanto se recebida na língua quanto na mão, deve sempre "ser distribuída pelo ministro competente, que apresenta e entrega a hóstia consagrada ao comungante dizendo a fórmula ‘O Corpo de Cristo’".

Em 1985, a Congregação para o Culto Divino enviou uma carta ao presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos:

"Mesmo mantendo a forma tradicional de distribuir a comunhão, a Santa Sé, desde 1969, tem concedido às conferências episcopais que o solicitaram a faculdade de distribuir a comunhão depositando a hóstia nas mãos dos fiéis. É adequado, no entanto, chamar a atenção para os seguintes pontos:

1. A comunhão na mão deve mostrar, assim como a comunhão na língua, o devido respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia. Por este motivo, enfatiza-se, como o faziam os Padres da Igreja, a dignidade do gesto do comungante. Os novos batizados do final do século IV eram instruídos a posicionar as duas mãos fazendo da mão esquerda um trono para a direita, que recebe o Rei (Quinta mistagogia de Cirilo de Jerusalém, nº 21: PG 33, col. 1125, Sources Chretiennes, 126, p. 171; São João Crisóstomo, Homilia 47: PG 63, col. 898)*.

* Na prática, a indicação oposta deve ser dada aos fiéis: a mão esquerda deve ser colocada sobre a mão direita, de modo que a hóstia possa ser levada à boca com a mão direita.

2. Ainda seguindo o ensinamento dos Padres da Igreja, será salientado que o ‘amém’ dito pelo fiel em resposta à fórmula do ministro é uma declaração de fé: ‘Quando te aproximares para recebê-la, o padre dirá: O Corpo de Cristo; e tu responderás amém, ou seja: é verdade. A íntima persuasão preserva aquilo que a língua confessa’(Santo Ambrósio, De Sacramentis, 4, 25: SC 25 bis, p. 116).

3. O comungante que recebeu a Eucaristia na mão deve consumi-la antes de retornar ao seu lugar, dando um passo para o lado e permanecendo de frente para o altar, para que a pessoa seguinte possa se aproximar do ministro.

4. É da Igreja que os fiéis recebem a Eucaristia, que é a comunhão com o Corpo de Cristo e com a Igreja. Portanto, o comungante não deve tomá-la por si próprio do cibório, como faria com o pão normal; em vez disso, deve estender as mãos para recebê-la do ministro da comunhão.

5. Em sinal de respeito para com a Eucaristia, as mãos devem estar limpas, o que deve ser lembrado especialmente às crianças.

6. É necessário que os fiéis recebam uma sólida catequese nesta matéria, insistindo-se nos sentimentos de adoração e no respeito necessário para com este santíssimo sacramento (cf. Dominicae Cenae, nº 11). Deve-se cuidar que os fragmentos do pão consagrado não se percam (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2 de maio de 1972: Prot. 89/71, em Notitiae 1972, p. 227).

7. Os fiéis não devem ser obrigados a adotar a prática da comunhão na mão; cada um é livre para comungar de uma forma ou de outra.

Essas normas e as indicadas nos documentos acima mencionados se destinam a recordar o dever do respeito para com a Eucaristia, independentemente da forma de se receber a comunhão.

Aqueles que têm o cuidado pastoral das almas devem insistir não só nas disposições necessárias para a recepção frutuosa da comunhão, que em alguns casos demanda o recurso ao sacramento da penitência, mas também na manifestação exterior do respeito em geral e na expressão em particular da fé do cristão na Eucaristia".

Congregação para o Culto Divino, 3 de abril de 1985.

+ Augustin Mayer, OSB - Prefeito

Quanto à sua segunda pergunta, não acho que seja tão grande o perigo de os fragmentos da hóstia caírem. Se a Igreja tivesse considerado que existe um sério perigo de os fragmentos serem depositados em vários lugares como resultado da prática de receber a comunhão na mão, ela nunca teria permitido a prática.

Isto implica, naturalmente, a pressuposição de que as hóstias sejam produzidas de forma correta e não estejam sujeitas a fácil fragmentação.

Nesta resposta, eu me limitei à questão da legalidade. É perfeitamente legítimo debater se a prática da comunhão na mão é vantajosa do ponto de vista espiritual e pastoral. Sobre esta questão, muitos bons católicos estão em desacordo, como acontece no tocante a muitas outras coisas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Nota da CNBB sobre as manifestações.

Os bispos reunidos em Brasília na reunião do Conselho Permanente da CNBB divulgaram nesta sexta-feira, 21, sobre as manifestações populares que estão ocorrendo em todo o País nos últimos dias. 

Leia, abaixo, a nota na íntegra:



Ouvir o clamor que vem das ruas

Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos. 

Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passam o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: "O Gigante acordou!"

Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em "berço esplêndido". 

O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito. 

Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de nossos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!

Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo. 

Brasília, 21 de junho de 2013

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário geral da CNBB


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pela primeira vez, STJ homologa anulação de casamento religioso decretada pelo Vaticano.


O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, homologou sentença eclesiástica de anulação de casamento religioso, confirmada pelo Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, no Vaticano, com base no que prevê o acordo firmado entre o Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil (Decreto 7.107/10).

Este foi o primeiro pedido de homologação de sentença eclesiástica processado nos termos do estatuto.

O decreto estabelece que as decisões eclesiásticas confirmadas pelo órgão superior de controle da Santa Sé são consideradas sentenças estrangeiras, que têm valor legal no Brasil. Com a decisão do STJ, os ex-cônjuges passaram de casados para solteiros, uma vez que a homologação da sentença eclesiástica resultou também na anulação do casamento em termos civis.

Isso porque, segundo o artigo 12 do acordo Brasil-Vaticano, o casamento celebrado em conformidade com as leis canônicas, que também atender às exigências estabelecidas pelo direito brasileiro, produzirá efeitos civis.

Declaração de nulidade

O Código de Direito Canônico, promulgado em 1983, exige que a declaração de nulidade, para ser válida e dar direito a um novo casamento, seja dada por, pelo menos, dois tribunais diferentes. Então, se o primeiro tribunal aprovou a declaração de nulidade, dentro de 20 dias ele é obrigado a encaminhar todo o processo a um segundo tribunal. Depois do tribunal de segunda instância, cabe ao Vaticano confirmar a sentença.

Inicialmente, o marido pediu a anulação do casamento religioso ao Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Vitória, acusando a mulher de pedofilia. A sentença deferitória foi confirmada pelo Tribunal de Aparecida (SP) e, depois, pelo Vaticano.

Ao homologar a sentença estrangeira, o ministro Felix Fischer considerou que o pedido não ofende a soberania nacional, a ordem pública nem os bons costumes.

O número deste processo não é divulgado em razão de sigilo judicial

sábado, 15 de junho de 2013

França: de novo, mais de um milhão de pessoas protestam contra o 'matrimônio' gay

Monsenhor Anatrella: é preferível um contrato de bens aberto do que brincar de ser papai e mamãe
Por Sergio Mora
PARIS, 07 de Junho de 2013 (Zenit.org) - A "Manif pour tous" (Manifestação em favor de todos), realizou no domingo (26), em Paris, outra demonstração massiva que reuniu mais de um milhão de pessoas. Pediram que se retire a lei do ‘matrimônio’ entre pessoas do mesmo sexo.

A lei foi aprovada pela Assembleia Nacional, e o movimento quer evitar novas iniciativas legislativas do governo socialista, como a adoção de crianças por casais homossexuais.
Monsenhor Tony Anatrella, psicanalista e especialista em psiquiatria social, consultor do Pontifício Conselho para a Família e do da Saúde, foi um dos primeiros a alertar sobre as reivindicações do ‘matrimônio’ homossexual, a adoção de menores e de outros derivados da ideologia do gênero.

A coordenadora do serviço francês de ZENIT, Anita Bourdin, realizou uma ampla entrevista, na qual o prelado dá algumas chaves de interpretação, como “a força espiritual que se manifestou através dos participantes que acordaram politicamente em favor do matrimônio e da família". Lembra que “as pessoas basicamente se mobilizaram e nada vai desencorajá-las até não tirarem a lei de um lobby que reduz a família ao que ela não é”.

Acrescenta na entrevista que “em milhares de jovens se despertou uma consciência política para lutar contra esta lei funesta e os Veilleurs (vigilantes) preparam no silêncio, na reflexão e na oração, o futuro que existirá graças a eles”.

Os Veilleurs não são uma organização oficial, combinam nas redes sociais como o Twitter. Reúnem-se nas praças públicas das principais cidades da França. Leem textos sobre a liberdade, a paz e a família.

Monsenhor Anatrella também indica que "o ambiente das manifestações é fundamentalmente familiar e não de extremistas, violentos, saqueadores, como dizem algumas mídias. E que as manifestações têm sido exemplares”.

Lembra que no dia 26 de maio foram mais de um milhão, e que os serviços da polícia indicaram que somente eram 150 mil, o que não é sério e nem credível. “Fizeram de tudo para minimizar e desacreditar o fenômeno”, afirma.

Acrescenta que “nos últimos dias a polícia fez prisões arbitrárias, como por exemplo, de pessoas que vestiam camisetas com a sigla ‘Manif pour tous’ ou que tiravam fotos ou colocavam bandeiras na rua”. Denunciou também “manifestações tardias de extremistas que não têm nada a ver com ‘Manif pour tous’”.

Monsenhor Anatrella indica que "a confusão entre sexo e sentimentos leva a uma confusão das realidades e a um impasse. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é simplesmente ridículo e o ato não inspira nenhuma estima porque não contribui em nada na relação social”.

E se pergunta se os líderes atuais captam a realidade ou vivem num mundo de assexuais. Acrescenta que 22 mil dos 36 mil municípios se opõem e anunciaram que rejeitarão celebrar este tipo de matrimônio.

Lembra que “não houve espaço para o debate; certas objeções foram entendidas mas não tomadas em conta e menos ainda refletidas. E foram menosprezadas pela lei, pior ainda impostas, uma confusão que dará origem a várias confusões psicológicas, sociais e jurídicas”. Nem as manifestações de sindicatos são tão maltradas como a que realizaram estes jovens e adultos, disse.

O conselheiro do Pontifício Conselho para a Família reconhece que “só um contrato de bens aberto a todos seria o mais adequado, mais do que querer brincar de papai e mamãe sem ter as características adequadas”.

A "Manif pour tous", movimento que se define pacífico, anti-homofóbico e apolítico depositou no Conselho Econômico, Social e Ambiental da França, no dia 15 de fevereiro desse ano, as primeiras 694.428 assinaturas da petição contra o projeto de “Matrimônio para todos”. Nas suas manifestações participaram os Poissons roses; Alliance vita; Plus gay sans mariage, de Xavier Bongibault; e líderes religiosos, cristãos, judeus e muçulmanos.

Tradução Thácio Siqueira

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Papa Francesco conclui Encíclica iniciada pelo Papa Bento XVI

O Santo Padre anunciou hoje durante audiência com os membros da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos
CIDADE DO VATICANO, 13 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Esta manhã, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, o Santo Padre Francisco recebeu em audiência os membros do XIII Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, reunidos em Assembleia sobre: A nova evangelização para a transmissão da fé. Após a saudação do Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Mons. Nikola Eterovic, o Papa instaurou um diálogo com os bispos do Conselho.

Papa Francesco anunciou que irá completar a Encíclica iniciada por seu predecessor, o Papa emérito Bento XVI. Ele explicou que pretende trabalhar  na Exortação pós-sinodal numa "moldura mais ampla", que é "a evangelização em geral", retomando o Sínodo sobre a Nova Evangelização de outubro de 2012.

O Papa também expressou ao Conselho Ordinário, reunido nestes dias, o seu ponto de vista sobre as questões da próxima Assembleia Geral Ordinária da Secretaria do Sínodo dos Bispos. Sobretudo, temas sobre a dignidade humana, a família, a tecnologia, a relação entre a Igreja e o mundo, também por ocasião dos 50 anos da Gaudium et Spes, que ocorrerá em 2015.

Uma menção especial à questão da ecologia e, em particular ''ecologia humana" e, a nível antropológico, a questão da secularização. Por fim, o Santo Padre deteve-se sobre o tema da sinodalidade e a relação com o ministério petrino e as expectativas ligadas a este.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Estatuto do Nascituro. Análise do Dr. Claudio Fonteles

Por Claudio Fonteles
Dada a recente aprovação do Estatuto do Nascituro no Brasil pela Comissão de Finanças e Tributação (Cfr. http://www.zenit.org/pt/articles/estatuto-do-nascituro-e-aprovado-no-brasil-pela-comissao-de-financas-e-tributacao), ZENIT recebeu esse artigo do nosso colaborador habitual, Dr. Claudio Fonteles, ex-sub procurador Geral da República.

Neste artigo o Dr. Claudio explica a "imperiosa exigência de se ter o Estatuto do Nascituro", já que o nascituro não é um "amontoado desconexo de células", e ao final esclarece a questão, tornada polêmica pelos detratores do Estatuto, do assim chamado "bolsa estupro".

Acompanhe o artigo a seguir: 

***
Correto que o legislador brasileiro empenhe-se, em linha de coerência, por dedicar ao ser humano, nas diversas etapas de sua cronologia, que são marcadas por clara necessidade de proteção, estatutos próprios a cumprir com esse fundamental objetivo: o cuidado e a preservação da vida.

Digna de elogios, portanto, a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Estatuto do Idoso.

A completar esse quadro normativo, a imperiosa exigência de se ter o Estatuto do Nascituro.

Com efeito, o nascituro não é “amontoado desconexo de células”.

O avanço da ciência médica, que até consolida novo ramo da medicina, dedicado exclusivamente à saúde do feto, do nascituro portanto, que no exato momento da fecundação – a união dos gametas masculino e feminino – tem definido, para sempre, o seu código genético e, por si só, inicia, dentro do ventre materno, mas não pelo ventre materno condicionado, processo de formação autônomo de seus sistemas vitais, o avanço da ciência médica confere ao nascituro, em eloquente demonstração tecnológica advinda da ultrassonografia, sua natureza humana.

Repito: o acompanhamento mensal, feito por qualquer obstetra, no desenvolvimento do nascituro, à luz dos procedimentos tecnológicos hoje tão em voga, constatando a paulatina formação de todos os seus sistemas vitais e expressões corpóreas, por óbvio impossibilita a afirmação, que assim atinge as raias do ridículo, de que se tem: “amontoado desconexo de células”.

Portanto, em perfeita sintonia científica, o artigo 3º, do Estatuto do Nascituro, juridicamente bem preceitua que:

“Art. 3º: O nascituro adquire personalidade jurídica ao nascer com vida, mas sua natureza humana é reconhecida desde a concepção, conferindo-lhe proteção jurídica através deste estatuto e da lei civil e penal.”

Isso estabelecido, sem sobressaltos ou incoerências, alinha-se perfeitamente o que prescreve o artigo 13 ao texto principiológico, que venho de contemplar no retro transcrito artigo 3º.

Está no artigo 13:

“Art. 13: O nascituro concebido em um ato de violência sexual não sofrerá qualquer discriminação ou restrição de direitos, assegurando-lhe, ainda, os seguintes:I – direito prioritário à assistência pré-natal com acompanhamento psicológico da gestante;II – direito à pensão alimentícia equivalente a 1 ( um ) salário mínimo, até que complete dezoito anos;III – direito prioritário à adoção, caso a mãe não queira assumir a criança após o nascimento.Parágrafo único: Se for identificado o genitor, será ele o responsável pela pensão alimentícia a que se refere o inciso II deste artigo.

Tratar o artigo 13 como “bolsa estupro” é descarregar, absurdamente, todo o preconceito contra a mulher violentada e o nascituro em demonstração claríssima de sociedade machista agressiva, virulenta e desumana, por corifeus, travestidos ou às claras, desse tipo segregador de sociedade.

O artigo 13, no mesmo patamar, dedica à gestante e a seu filho total acolhida e proteção na prioridade conferida à assistência pré-natal e ao acompanhamento psicológico. Assegura-lhes apoio financeiro. À mulher, deixa-a livre para exercer, se o desejar, a maternidade, nessa situação, mas preserva a vida do nascituro, encaminhando-o à adoção.
Por fim, o estuprador, sem que isso signifique, obviamente, levá-lo ao convívio com a mulher, que vitimou, e seu filho, e também não lhe conferindo qualquer direito, a propósito, impõe-se-lhe a obrigação pecuniária, de par com outras, ainda de natureza civil, e a responsabilização criminal.

É cabalmente insano falar-se de “bolsa estupro”, como insano é o viés, reitero, de odioso machismo a inspirar, nesse passo, os detratores do Estatuto do Nascituro.

Importa que construamos e estabeleçamos a sociedade humanista.

Importa que fixemos e vivamos palavras plenas de sabedoria do filósofo humanista Emmanuel Mounier:

“Pela experiência interior a pessoa surge-nos como uma presença voltada para o mundo e para as outras pessoas, sem limites, misturadas com elas numa perspectiva de universalidade. As outras pessoas não a limitam, fazem-na ser e crescer. Não existe senão para os outros, não se conhece senão pelos outros, não se encontra senão nos outros. A experiência primitiva da pessoa é a experiência da segunda pessoa. O “tu” e, adentro dele, o “nós”, precede o “eu”, ou pelo menos acompanha-o.”( leia-se: O Personalismo – pg. 45-46 )

E, definitivo, arremata o filósofo:

“Quando a comunicação se enfraquece ou se corrompe perco-me profundamente eu próprio: todas as loucuras são uma falha nas relações com os outros – o alter torna-se alienus, torno-me também estranho a mim mesmo, alienado. Quase se poderia dizer que só existo na medida em que existo para os outros, ou numa frase-limite: ser é amar.(leia-se: O Personalismo: pg. 46).

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A batalha em favor da vida em Portugal.

Entrevista com o Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Antonio Maria Pinheiro Torres
Por Thácio Lincon Soares de Siqueira
BRASíLIA, 03 de Junho de 2013 (Zenit.org) - "A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) agrupando cerca de duas dezenas de organizações de carácter diferente e espalhadas pelo país inteiro constituiu-se como um ponto de referência institucional", disse em entrevista a ZENIT o vice-presidente da FPV, Antonio Maria Pinheiro Torres. 

Nessa entrevista Antonio Torres explica como está a luta a favor da vida em Portugal, como se articula o movimento Pró-Vida, quais são os desafios e metas a serem conquistadas, como é que Portugal acompanha as propostas de lei contrárias à vida no Brasil, entre outros assuntos.

A Federação Portuguesa pela vida, (fundada em 2002) é uma Instituição que reúne em vínculo federativo Associações e Fundações que tenham por objecto e finalidade a defesa da Vida Humana, desde o momento da concepção até à morte natural, a promoção da dignidade da Pessoa Humana e o apoio à Família e à Maternidade.

ZENIT: Como está o movimento Pró-Vida de Portugal? É unificado? No contexto do Movimento Pró-Vida, onde entra a Federação Portuguesa pela Vida?

Antonio Torres: O movimento pró-vida em Portugal é hoje em dia uma realidade social e política presente em todo o território nacional cujo crescimento vai resultando de cada campanha em que se envolve. Isto é, cada campanha referendária (aborto, procriação artificial, casamento entre pessoas do mesmo sexo) ou outras, independentemente do resultado da mesma, dá origem a novas realidades associativas (basicamente de apoio social ás mulheres e crianças em risco, de formação no planeamento familiar e/ou de intervenção essencialmente cívica e política) e ao aparecimento de novas companhias de caminho que alargam a sua base social de apoio, de que são exemplos a unidade no terreno de intervenção entre católicos e cristãos evangélicos ou a entrada e presença no campo da política oficial e partidária.

Não sendo institucionalmente unificado existe no entanto uma amizade e contacto permanente entre as diversas realidades que mesmo por vezes não partilhando as mesmas escolhas estratégicas dão origem a uma base social de apoio comum com as mesmas opções doutrinais de fundo.

Neste conjunto de realidades e protagonistas a Federação Portuguesa pela Vida agrupando cerca de duas dezenas de organizações de carácter diferente e espalhadas pelo país inteiro constituiu-se como um ponto de referência institucional, interlocutora do poder político e protagonizando a maior parte das intervenções mediáticas. Mas de alguma forma é apenas a face visível em termos públicos dessa área pró-vida que é vasta, diversificada e plural.

ZENIT: Quais são as principais propostas de leis contrárias à vida e à família que Portugal está tendo que enfrentar?

Antonio Torres: Os principais desafios que Portugal enfrenta neste momento são nos campos do aborto e a curto prazo uma modificação da respectiva regulamentação (abolindo a sua gratuidade, conformando a sua prática com a lei e abrindo o espaço legal á oferta de alternativas concretas), a realização a médio prazo de um terceiro referendo sobre o aborto livre a pedido da mãe até as 10 semanas, e a longo prazo, um trabalho social, cultural e político que torne evidente que a barbaridade que o aborto é.

No que respeita á procriação artificial (permitida em termos amplíssimos desde 2006) o objectivo é a curto prazo obstaculizar a introdução das barrigas de aluguer (ainda proibidas) e o acesso á mesma por pares homossexuais, também a curto e médio prazo reduzir o âmbito da lei em vigor (no sentido de assegurar o devido respeito da dignidade humana) e, sobretudo, assegurar a proteção do embrião humano, impedindo a sua utilização em investigação científica.

No campo do divórcio é urgente abolir o divórcio-expresso introduzido na legislação portuguesa em 2008 e que está na origem de um aumento exponencial da conflitualidade nos tribunais de família, da precipitação de um número significativo de mulheres em situação de pobreza e da descredibilização do contrato de casamento, hoje em dia, menos seguro do ponto de vista jurídico do que um contrato de serviços de telecomunicações.

No que respeita á demolição da instituição familiar pelas reivindicações do lóbi homossexual há que retomar a campanha pela realização de um referendo ao casamento gay (permitido desde 2010) e obstaculizar todas as tentativas de permissão da adoção desde a mais imediata em discussão neste momento (a chamada co adoção) até às formas mais alargadas da mesma (por ora ainda proibidas). Também neste campo a lei de mudança de sexo de 2011 criadora de grave incerteza e insegurança jurídicas e aprovada por motivos ideológicos que não levam sequer em consideração as respectivas práticas médicas e científicas, é um diploma que a curto prazo terá de ser revisto e conformado á realidade pré-existente.

Por fim no campo da lei de educação sexual (2009) o ponto decisivo é a clara consagração da liberdade de escolha por parte dos pais que não se encontra expressamente consagrada.
Enfim, todo um programa, mas também um desafio apaixonante. 

ZENIT: O Aborto, a eutanásia, as experiências com embriões... são realidades já aprovadas em Portugal? Há movimentação dos portugueses para tirar essas leis?

Antonio Torres: A eutanásia não se encontra ainda em discussão em Portugal embora se perceba movimentações nesse sentido pelo mesmo sector de sempre nosso adversário em todas as restantes matérias e obedecendo á lógica inevitável da sucessão de leis já descritas.

Quanto aos restantes temas existem de facto movimentações em dois planos distintos: do suporte á existência da Vida (através de uma miríade de associações desde as que se ocupam da dissuasão de última hora ou oração junto aos locais de prática do aborto ás que apoiam mulheres e crianças em risco ou então ao planeamento familiar) ou de defesa desta nos campos social e político: petições ao parlamento (quatro desde 2009 e das quais duas de iniciativa da Federação), uma Caminhada pela Vida (em Maio de 2012), a participação na vida partidária ou nas eleições (em dois partidos de centro-direita, que integram o actual Governo, ou num pequeno partido pró-vida), algumas acções de rua em datas aniversárias significativas, intervenção junto da Comunicação Social, participação na iniciativa da Petição europeia Um de Nós, e um largo etc.

ZENIT: Na realidade política de Portugal, de onde é que mais tem vindo essas propostas contrárias à vida e à família?

Antonio Torres: Vem sobretudo de três sectores: da extrema-esquerda (que em Portugal tem expressão eleitoral significativa: 8 deputados em 230) ou esquerda caviar, dos partidos socialista e comunista, e dos sectores “modernaços” dos partidos de centro-direita (que, em Portugal, embora tendo uma tradição de defesa da dignidade humana, está a perder a sua identidade, parte em consequência da abstenção de participação dos sectores sociais e políticos que são a base das nossas movimentações cívicas). Vem também da maior parte dos pertencentes á Maçonaria hoje preponderante em todo o sistema partidário, com excepção do partido comunista e da extrema-esquerda.

ZENIT: Como é possível que uma proposta de adopção de crianças por casais homossexuais esteja em pauta em Portugal, país tradicionalmente católico?

Antonio Torres: Por dois factores: a deseducação do povo católico e a influência esmagadora da mentalidade comum veiculada por uma comunicação social na qual os sectores moderado ou conservador são minoritários ao nível dos respectivos profissionais e chefias. E também deve-se reconhecê-lo pela abstenção da maioria silenciosa e a eficácia de uma pequena mas determinada minoria que do ponto de vista político-técnico “está de parabéns”.

ZENIT: Como os portugueses vêem a realidade de que países, como o Brasil, também estejam sofrendo os mesmos tipos de propostas?

Antonio Torres: Com natural tristeza mas também uma serena convicção de que ao lado destas ofensivas legislativas podemos ver comunidades humanas florescentes, vidas individuais extraordinárias e que ainda que com muitas perdas e sofrimentos (infligidos por estas leis) a realidade é sempre mais forte do que a ideologia e que aquela inevitável volta final que tudo isto levará (porque este quadro legal não contribui para sociedades saudáveis nem homens felizes) não será nesse momento uma ocasião isolada e própria, mas constituída de todos os nossos esforços presentes.

ZENIT: Por quê lutar para que não se aprove a adopção de crianças por casais homossexuais, não é homofobia e nem discriminação dos homossexuais?

Antonio Torres: Por três razões: porque o ponto de partida na questão é o direito da criança a ser criada no ambiente mais propício a um desenvolvimento harmonioso (onde exista uma dualidade sexual), porque uma sociedade que trata bem as suas crianças é uma sociedade que tendencialmente tratará bem todos os seus membros e porque de facto no ânimo de quem se lhes opõem não existe nem objectiva nem subjectivamente nenhuma adversidade por muito que lhes custe a acreditar. Já infelizmente o contrário é de recear. Isto é, a classificação como homofobia de qualquer juízo moral e/ou de simples humano demérito sobre a homossexualidade (o que não equivale a estendê-lo á pessoa concreta e muito menos a qualquer inadmissível atitude persecutória) e a oposição aos “direitos” que invocam, arrisca trazer uma perseguição a todos os que assim pensam como infelizmente vamos vendo cada vez mais acontecer por esse mundo fora.

ZENIT: O que os Portugueses de boa vontade ainda podem fazer para dificultar a aprovação dessa lei?

Antonio Torres: Pelos meios que entenderem manifestarem-se nos âmbitos próprios (pessoal, profissional, familiar, social) contra esta lei procurando-se informar adequadamente e sobretudo fazendo sentir aos titulares da responsabilidade política a sua oposição a este projecto. Fazerem-no também no interior dos próprios partidos e quando não pertencendo a nenhum escolhendo o que mais lhes agrade e aí referir-se a quem nesse campo já está na frente deste embate. As pessoas têm mais poder do que supõem. Estas leis não vencem pela força dos seus proponentes mas pela abstenção de quem se lhes opõem. Como dizia alguém: “Nem tudo pode ser mudado. Mas nada é mudado se não for tentado”.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Novos decretos da Congregação das Causas dos Santos


Papa autorizou a promulgação dos decretos de 95 mártires mortos in odium fidei durante a Guerra Civil Espanhola
CIDADE DO VATICANO, 04 de Junho de 2013 (Zenit.org) - Beneditinos,Carmelitas, Maristas, sacerdotes, freiras e leigos.  Serão 95 novos Beatosda Igreja Católica. Muitos destes foram mortos por ódio à fé em 1936 durante a Guerra Civil na Espanha. Reconhecidos também quatro novos Veneráveis Servos de Deus. Papa Francisco autorizou nesta segunda-feira,3 de junho, a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os respectivos decretos sobre o reconhecimento do martírio e das virtudesheroicas.

Os decretos dizem respeito ao martírio dos Servos de Deus Mauro (Abel Angelo Palazuelos) e 17 companheiros da Ordem de São Bento, mortos por ódio à fé na Espanha em 1936; o martírio dos Servos de Deus João de Jesus (João Vilaregut Ferrer) e três companheiros, da Ordem dos Carmelitas Descalços, e Paulo Segalá Sole, Sacerdote diocesano, mortos por ódio à fé na Espanha, em 1936; o martírio dos Servos de Deus Crisanto, Aquilino, Cipriano José e 63 Companheiros, do Instituto dos Irmãos Maristas da Escola Pequenos irmãos de Maria, e dois leigos, mortos por ódio à fé na Espanha entre 1936 e 1939; o martírio das Servas de Deus Aurelia (Clementina Arambarri Fuente) e 3 Companheiras, Irmãs professas das Servas de Maria Ministras dos Enfermos, mortas por ódio à fé na Espanha em 1936.

As virtudes heroicas do Servo de Deus João de Oliveira Matos Ferreira, Bispo titular de Aureliópolis e Bispo Auxiliar de Guarda, Fundador da Associação “Liga dos Servos de Jesus”, nascido em Portugal em 1º de março de 1879 e morto em Guarda (Portugal) em 29 de agosto de 1962; as virtudesheroicasdo Servo de Deus Nicola Mazza, sacerdote diocesano, Fundador dos Institutos para a Educação; nascido em Verona (Itália) em 10 de março de 1790 e falecido em 2 de agosto de 1865; as virtudes heróicas da Serva de Deus Maria Celeste (Júlia Crostarosa), Monja, Fundadora da Ordem das Irmãs do Santíssimo Redentor; nascida em Nápoles em 31 de outubro de 1696 e falecida em Foggia (Itália) em 14 de setembro de 1755; as virtudes heróicas da Serva de Deus Teresa de São José (Teresa Toda e Juncosa), Fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas Teresianas de São José; nascida em Riudecanyes (Espanha) em 19 de agosto de 1826 e falecida em Barcelona (Espanha) em 30 de julho de 1898.

domingo, 9 de junho de 2013

Hungria sob ataque por defender a família e a vida na sua constituição


Durante os últimos meses, alguns grupos e instituições europeias questionaram a legitimidade da constituição da Hungria, que define a família como fruto do matrimônio entre um homem e uma mulher e protege a vida do feto desde a concepção.

Devido a esses ataques, a associação espanhola Profissionais pela Ética pôs em ação uma campanha de apoio à constituição húngara. O documento de apoio foi assinado por cinco mil pessoas e 62 associações de 51 países.

Entre as associações que assinaram, destacam-se a Family Watch International e The Catholic Family and Human Rights Institute (EUA), Red Women of Canada, European Large Families Confederation (de vários países europeus), Human Rights Institute (Itália), Hazteoir (Espanha), New Women for Europe (Bélgica), Rede pela Vida e pela Família (Chile), Aliança Latino-Americana pela Família (América Latina) e Endeavour Forum (Austrália).

As pessoas que apoiaram a Hungria e a sua lei fundamental são dos cinco continentes. Além dos europeus, merece destaque a participação de latino-americanos, asiáticos (Filipinas, China, Paquistão, Cazaquistão), Oceania (Austrália, Nova Zelândia) e africanos (África do Sul, Nigéria, Quênia).

O ministro húngaro de Assuntos Sociais e de Família, Miklós Soltész, agradeceu aos que apoiaram esta campanha, afirmando que seu governo está plenamente comprometido “com os valores humanos tradicionais, incluídos os princípios familiares e morais”, além de “acreditarmos no papel essencial da fé para a conquista dos nossos propósitos. Estamos convictos de que os países devem proteger a família como base da sobrevivência da nação”.

A Embaixada da Hungria na Espanha também manifestou sua gratidão aos Profissionais pela Ética.

Para Leonor Tamayo, encarregada da área internacional da associação espanhola, “a resposta da sociedade civil mundial foi muito generosa; associações e pessoas de todo o mundo estão conscientes da importância de apoiar um país que, no uso da sua soberania, decidiu consagrar na sua constituição realidades naturais e direitos fundamentais que merecem toda a proteção jurídica. O êxito nos anima a globalizar a luta pela dignidade da pessoa e pelos seus direitos, entre eles o direito à vida e a crescer e formar uma família natural. Este modelo constitucional deve ser exportado para todo o mundo”.

sábado, 8 de junho de 2013

Corte Interamericana condena Costa Rica por não aprovar a inseminação artificial.


Um documento internacional, no entanto, defende as razões do país centro-americano
Por Ilaria Nava
Médicos, filósofos, biólogos e, especialmente, juristas estão entre os signatários de um novo e importante documento de bioética elaborado a propósito de um caso internacional. Trata-se da Declaração de Guanajuato, de 20 de abril, firmada na cidade mexicana homônima por uma equipe multidisciplinar. Em seguida, a declaração foi aberta às assinaturas de todos os que queiram apoiar o seu conteúdo.

O documento é o resultado da análise da sentença do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, que, em 28 de novembro de 2012, condenou a Costa Rica por ter rejeitado a inseminação artificial. No pequeno país da América Central, qualquer forma de fertilização in vitro está hoje proibida. A decisão da Corte Suprema da Costa Rica, em 15 de março de 2000, declarou inconstitucional o decreto que regulamentava tais técnicas, sancionando assim a sua proibição.

Um recente projeto de lei que pretende reintroduzir a inseminação artificial no país foi rejeitado pelo Legislativo em junho de 2011. Mas o recurso de alguns casais contra o Estado levou o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que condenou o país por ter proibido a fertilização in vitro. A Declaração de Guanajuato analisa o julgamento, destacando diversos aspectos de legitimidade duvidosa tanto do ponto de vista científico quanto jurídico, sujeitando-os à atenção da comunidade internacional. Por causa desses erros, os signatários da carta afirmam que o seu valor se limita ao caso concreto e não tem força vinculativa para o Estado.

"O termo 'concepção', referido no artigo 4.1 da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos, deve ser entendido da mesma forma com que foi definido quando da sua assinatura em 1969, isto é, como a união de óvulo e espermatozoide. O argumento de que a implantação no útero seria o fato definidor da concepção é falso; a implantação termina o ciclo da concepção, que, entre outras coisas, permite diagnosticar a gravidez. A prática de fertilização in vitro mostra que o desenvolvimento do embrião começa no momento da fecundação".

Na pequena república centro-americana, que é um dos países mais avançado do mundo na proteção dos direitos das pessoas com deficiências e no qual o aborto é proibido, a sentença do tribunal acendeu as reações da opinião pública. A procuradora da República, Ana Lorena Brenes, continua defendendo a tese da proibição da inseminação artificial: "O embrião tem direito à vida e nós estamos surpresos de ter sido condenados por proteger a sua existência".

O jornal local Diario Extra já tinha condenado duramente as pressões exercidas sobre o país pela Corte Interamericana em favor da introdução das técnicas de inseminação artificial. O presidente da Conferência Episcopal da Costa Rica e arcebispo de San José, dom Hugo Barrantes Ureña, tinha manifestado as razões pelas quais convidava o legislativo a não aprovar a normativa: "É uma técnica que, para atingir os seus objetivos, elimina, em seu processo, um grande número de embriões fecundados, ou seja, vidas humanas nascentes".

Além disso, ao expressar "solidariedade aos cônjuges que não podem satisfazer o desejo legítimo de ter filhos", ele destacou que "uma criança é sempre um dom" e, portanto, nunca um meio para "satisfazer uma necessidade ou um desejo, porque a sua dignidade inviolável de pessoa exige que ela sempre seja tratada como um fim".

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A situação da liberdade religiosa em todo o mundo.


Dois novos relatórios mostram as duas faces da mesma moeda
Por John Flynn, LC

Segunda-feira, 20 de maio, o Departamento dos EUA divulgou o seu relatório anual sobre a liberdade religiosa, que abrange todo 2012.

Durante a coletiva de imprensa de apresentação do relatório, Suzan J. Cook, embaixador dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional, pediu aos governos para condenar a intolerância religiosa e para tomar medidas contra aqueles que cometem crimes motivados pelo fanatismo religioso.

Infelizmente, observou Cooke, em um certo número de países, a intolerância contra as minorias religiosas está aumentando, e é uma intolerância que muitas vezes resulta em violência.

"O direito à liberdade religiosa diz respeito a cada ser humano", diz o relatório. Um direito que, no entanto, em 2012, ainda não é respeitado por muitas nações.

No relatório não há mudanças relacionadas aos oito países já identificados pelo Departamento de Estado como sendo os que causam “especial preocupação”: Birmânia, China, Irã, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Sudão e Uzbequistão.

Com exceção de alguns países específicos, o relatório observa uma constante relacionada com as leis contra a blasfêmia e apostasia, que são frequentemente utilizados de forma discriminatória.

O relatório também denuncia um contínuo crescimento do anti-semitismo, especialmente na Venezuela, Egito e Irã.

Por ocasião do relatório, o Secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou que Ira Forman, ex-líder do Conselho Nacional Democrático Judeu, estará operacional como enviado especial para o monitoramento e combate ao anti-semitismo.

No que diz respeito aos relatórios sobre os piores inimigos da liberdade religiosa, nota-se que, apesar de algumas notícias positivas da Birmânia, como a liberação de alguns monges presos após os protestos pró-democráticos em 2007, o respeito pela liberdade religiosa por parte do governo não mudou significativamente ao longo de 2012.

As organizações religiosas continuam a ser monitoradas pelo governo, enquanto continuam as restrições à liberdade de reunir-se e de expressar as próprias opiniões. Mesmo a proibição de construção ou renovação de novos edifícios para o culto ainda está em vigor.
Também na China continua o controle do Estado sobre a religião. As autoridades locais, muitas vezes fazem pressão aos cidadãos para aderirem à Associações patrióticas oficialmente aprovadas, enquanto são penalizadas as pessoas que pertencem a grupos religiosos não registrados.

Tais inscrições em seminários ou instituições relacionadas com as associações patrióticas são exigidas pelo governo para demonstrar a "confiança política".

No geral, o relatório observa que o respeito pela liberdade religiosa por parte do governo está bem abaixo dos padrões internacionais.

Entre as medidas utilizadas para pressionar os membros de grupos religiosos não registrados, existem campos de trabalho e os hospitais psiquiátricos.

As minorias religiosas, como os budistas tibetanos ou os muçulmanos uigures, continuam a sofrer discriminação, seja pela crença religiosa que ao seu status de minoria étnica.

Um outro país em que no 2012 a liberdade religiosa dolorosamente está ausente é o Irã. O relatório refere-se ao fato de que o respeito pela liberdade religiosa por parte do governo diminuiu ainda mais no ano passado. As condições das prisões pioraram para aqueles que estão detidos por atividades religiosas, enquanto a prisão e perseguição das minorias religiosas estão crescendo.

A retórica do governo e os meios de comunicação controlados pelo regime continuam a ameaçar as minorias religiosas e a promover campanhas de difamação contra elas. Também aconteceu uma discriminação contra as minorias em áreas como o emprego, a educação e a habitação.

Além da política do governo, o relatório evidencia que a constituição iraniana e as leis ordinárias são severamente restritivas da liberdade religiosa. A constituição não permite que os muçulmanos mudem de religião e a apostasia do Islã é punível com a morte. Mesmo o proselitismo por parte dos não-muçulmanos é sujeito à pena de morte.

O segundo relatório divulgado na semana passada - também esse na segunda-feira, 20 de maio – fala dos casos de intolerância e discriminação contra cristãos relativos a 2012 e realizado pelo Observatório sobre a intolerância e a Discriminação contra os Cristãos da Europa, com base na Áustria.

O documento aborda temas como a objeção de consciência em assuntos como o aborto, a eutanásia e a pesquisa com células-tronco. Está em andamento – afirma o relatório – uma virulenta campanha por parte de alguns grupos de pressão para sabotar o direito à objeção de consciência.

Muitas leis contra a incitação do ódio são muitas vezes usadas contra os Cristãos, especialmente em duas áreas: o Islã e a homossexualidade.

"O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem demonstrou um crescente apoio à censura dos argumentos", diz o relatório.

A proteção da liberdade de expressão não é isenta de riscos, afirma o relatório, no entanto, se aceitarmos a ideia de que o Estado deva censurar o debate público, então corre-se o risco de não existir limites às idéias a serem sufocadas.

Invocar o princípio da igualdade também levou a restrições na liberdade religiosa, diz o relatório. O princípio da igualdade perante a lei já foi estendido para a arena das escolhas morais e a como as pessoas deveriam tratar-se mutuamente.

Isto levou a uma amarga legislação anti-discriminatória em vários países. Essas leis dizem respeito a pessoas que alugam quartos ou salas para celebrações. Também afetam as organizações, no momento da contratação de novos funcionários. Mesmo as agências matrimoniais cristãs estão na mira das autoridades.

Embora a discriminação sofrida pelos Cristãos na Europa Ocidental tenha diferentes conotações com relação à descrita pelo Departamento de Estado, trata-se, porém, de uma real ameaça à liberdade religiosa, ainda em constante crescimento.
(Tradução Thácio Siqueira)