quarta-feira, 2 de março de 2011

Pesquisa de Harvard se curva ao argumento da Igreja Católica quanto a AIDS e sua prevenção.


É incrível como notícias como essas não saem em jornais. Harvard é uma das mais festejadas universidades do mundo e tem um ar de infalibilidade em seus estudos, mesmo que a falibilidade das “verdades” científicas seja algo premente. Mas um estudo realizado por Harvard deu razão à posição de Bento XVI sobre a AIDS (que coisa heim!), afirmando que um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio cônjuge foram fatores que determinaram uma drástica diminuição da epidemia no Zimbábue.

Essa conclusão me parece e sempre pareceu o óbvio ululante, mas não é assim que pensa a maioria esmagadora da população, ou pelo menos não é assim que ela é levada a pensar.

Daniel Halperin, do Departamento de Saúde Global da População daquela universidade norte-americana explica que, desde 1998, estuda as dinâmicas sociais que causam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis nos países em vias de desenvolvimento. Lembre-se que o Brasil é um deles e Zimbábue está bem atrás nessa linha de desenvolvimento.

Halperin utilizou dados estatísticos e análises sobre o estudo de campo, tais como entrevistas e focus group (em português "discussões de grupo" é uma técnica utilizada na pesquisa de mercado qualitativa, na qual se emprega a discussão moderada de entre 8 e 12 participantes), o que lhe permitiu coletar depoimentos de pessoas que pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos da sociedade.

A tendência de dez anos é evidente: entre 1997 a 2007, a taxa de infecção entre adultos diminuiu de 29% a 16%. Após sua pesquisa, Halperin não hesita em afirmar: a repentina e clara diminuição da incidência de AIDS se deve "à redução de comportamentos de risco, como sexo fora do casamento, com prostitutas e esporádico".

O estudo foi publicado em PloSMedicine.org, foi financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, da qual Halperin foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento. Essa foi a parte que mais me espantou. Esse fundo é muito tendente a financiar pesquisas radicalmente contrárias ao resultado a que se chegou.

"Com este estudo, Halperin promove uma reflexão séria e honesta sobre as políticas até agora adotadas pelas principais agências de combate à AIDS nos países em desenvolvimento", afirma o jornal L'Osservatore Romano, ao dar a notícia, em sua edição de 26 de fevereiro.

De acordo com o estudo, fica claro que a drástica mudança no comportamento sexual da população do Zimbábue "recebeu o apoio de programas de prevenção na mídia e de projetos educativos patrocinados pelas igrejas".

Poucos anos atrás, Halperin se perguntava como é possível que as políticas de prevenção "mais significativas tenham sido feitas até agora baseando-se em evidências extremamente fracas", ou seja, na ineficácia dos preservativos. Uma ineficácia que a Igreja Católica vem divulgando a vários anos e ninguém leva a sério.

Resumindo, segundo o estudo de Halperin, é necessário "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade", apoiando iniciativas que visem a construir na sociedade afetada pela AIDS uma nova cultura.

Como disse Bento XVI, é necessário promover uma "humanização da sexualidade".

Quero ver o que dizer sobre os argumento pífios de que esse tipo de pensamento é retrógrado e não condiz com a realidade, ou mesmo que se trata de cerceamento do direito de liberdade que cada um de nós temos e podemos exercer sobre nosso corpo, e por ai vai.

Acho incrível como as pessoas aceitam o cerceamento do seu direito de ir e vir, no caso de revezamento por número de placas de carro em grandes cidades, mas não aceitam mudar sua atitude quanto a relacionamentos sexuais. Mudanças que influem no seu direito de ir e vir, de possuir ou não (comunismo), de se expressar ou não (liberdade de imprensa), esses podem ser cerceados, mas mexer no direito de fazer sexo todo dia com um parceiro diferente seja ele do mesmo sexo ou não, isso não pode de forma alguma.

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