terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cáritas Brasileira envia mais de 1 milhão de reais aos africanos atingidos pela seca.


Seria interessante saber porque essas coisas não são notícia. Se o governo federal brasileiro escreve uma carta de repúdio à fome decorrente de qualquer coisa em qualquer lugar, vira notícia no Brasil inteiro, em tudo quanto é biboca. Isso mesmo que os ditos famintos não comam papel. Já a Cáritas, que por sinal é maior que a Cruz Vermelha, e muito menos política, obviamente, ninguém menciona nada. E fica a imagem de que a Igreja nunca ajuda os pobres.

Mesmo que a função primordial da Igreja seja a salvação das almas, ela atua fortemente, mais do que praticamente todos do mundo, através de sua Cáritas para estancar um pouco do sofrimento que o mundo causa a ele mesmo.

A reportagem a seguir foi retirada do site da CNBB.
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Lançada em agosto deste ano pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sob coordenação da Cáritas Brasileira, a Campanha SOS África mobilizou milhares de brasileiros e brasileiras que prestaram solidariedade aos povos da África por meio de doações financeiras. Ao todo foi arrecadado e enviado, até o momento, 1 milhão e 300 mil reais.

O objetivo da campanha emergencial é arrecadar fundos que estão sendo destinados para a compra, principalmente, de alimentos e água potável para milhões de africanos que ainda sofrem com a pior seca já registrada nos últimos 60 anos. A catástrofe ambiental atinge o Chifre da África (região Nordeste do continente que compreende países como Somália, Uganda, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia), atinge 13 milhões de pessoas e já matou cerca de 30 mil crianças de fome.

Para ajudar a quebrar o ciclo da seca e da pobreza que atinge toda a região, membros da Cáritas Internationalis (CI) estão ajudando mais de um milhão de pessoas na África Oriental durante esta crise alimentar. Por meio do projeto de Togo Wuchale Pond, diversas ações estão sendo realizadas.

Dentre elas, membros da CI ajudam a cavar um lago de 75 mil metros cúbicos de água que irá fornecer água durante um ano inteiro para uma das vilas afetadas. Além disso, também como parte do projeto, uma equipe treina comunidades inteiras a cultivar árvores frutíferas e mudas, por meio de uma formação adequada para os beneficiários na utilização de pequenas áreas exclusivamente desenhadas para atrair água. O sistema, conhecido como micro bacias, permite que o manejo das mudas plantadas possa absorver mais água e prevenir a erosão do solo.

O projeto ainda mantém sessões de formação na reabilitação de florestas e do meio ambiente, a fim de educar os moradores sobre a importância e a necessidade de conservar o crescimento de plantas ao redor dos poços de água existentes.
De acordo com a diretora executiva nacional da Cáritas Brasileira, Maria Cristina dos Anjos, em conjunto com a Cáritas Somália e a Catholique Release Services (CRS), está em fase de definição um plano de trabalho apoiado pela Igreja do Brasil que será desenvolvido na Somália. “Segundo eles a garantia de água potável para as famílias e o enfrentamento da desnutrição são as prioridades para este momento”, comentou Maria Cristina.

“Estamos felizes com os primeiros resultados da campanha que possibilita o primeiro envio de recursos para a Somália. A sociedade brasileira, de modo especial comunidade católica, tem respondido muito bem aos apelos de solidariedade lançados pela CNBB, integrando assim a essa grande Rede de Solidariedade. Só temos que agradecer a estes gestos concretos de solidariedade e anima aqueles e aquelas que ainda não doaram a fazê-lo. A África Oriental, principalmente a Somália, precisa do nosso apoio”, destacou a diretora.

As doações, em qualquer valor, ainda podem ser realizadas nas seguintes contas:

Banco do Brasil: AG. 3475-4, C/C 26.116-5
Caixa Econômica Federal: AG. 1041, OP. 003, C/C 1751-6
Banco Bradesco: AG. 0606-8, C/C 187587-6

*para DOC e TED o CNPJ é: 33.654.419/0001-16

Ajuda Humanitária

A Caritas Internationalis (CI), por meio da distribuição de alimentos às famílias, água potável e ações de formação que favorecerão a sobrevivencia das populações atingidas pela seca no futuro, desenvolve e implementa programas na África Oriental no valor superior a 30 bilhões de dólares.

"Os membros da Caritas de todo o mundo se moveram rapidamente para ajudar a evitar o sofrimento na África Oriental. Vamos continuar a prestar assistência aos mais famintos e vulneráveis. A seca causou a crise atual, porém, são tantos desastres naturais e artificiais que há a necessidade de resolver o problema do subdesenvolvimento, ajudando as comunidades a se adaptarem às mudanças climáticas na região. Devemos procurar por fim ao conflito na Somália”, afirmou Alistair Dutton, Chefe do Serviço de Ajuda Humanitária da Cáritas Internationalis. 

Na Etiópia, a Cáritas já distribuiu alimentos para cerca de 500 mil pessoas e fornece água potável para 250 mil. No Quênia e na Etiópia, as organizações diocesanas gerenciam centros de alimentação para crianças desnutridas e para ajudar populações que fogem da Somália, os membros da Cáritas trabalham nos campos de refugiados na construção de instalações de saneamento como chuveiros e banheiros.

Para os agricultores que perderam suas colheitas e criações de gado, a Cáritas distribui sementes resistentes a seca e mais de 10 mil animais já foram destinados aos camponeses mais necessitados. Além disso, programas que já estão em andamento irão reforçar sistemas de água e formar os agricultores em técnicas de conservação, de modo que as comunidades africanas possam resistir melhor a condições climáticas extremas.

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