quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jornal argentino Clarín. Perseguição à mídia. Cristina Kirchner. Cenas novas da novela.


Só pra dar um feedback da história contada aqui, ai está a continuação. Aos poucos teremos cenas dos próximos capítulos:

FONTE;


A Justiça argentina investigará o caso de extorsão ao jornal Clarín por Luis Siri, representante do sindicato dos trabalhadores das gráficas na AGR (empresa que imprime as publicações do grupo) e principal líder dos piquetes e greves realizados contra o periódico.

Siri, sindicalista vinculado ao governo da presidente Cristina Kirchner, foi filmado com uma câmara oculta pedindo o pagamento de uma propina ao Clarín. Para a eventualidade de o jornal não pagar a propina, Siri fazia uma ameaça: "Bloqueio o jornal e ele não sai mais, hein!".

A gravação foi feita em 17 de fevereiro. Em 27 de março Siri e seus colegas bloquearam o Clarín. Nesse período, o jornal rejeitou pagar a propina.

Na gravação, que foi feita pelos funcionários do Clarín sob acompanhamento de um tabelião (que lacrou a câmera com a qual foi feita a gravação), Siri deixa claro que os motivos das pressões sindicais ao jornal não são trabalhistas, mas sim, políticas: "É um erro encarar isso como um conflito trabalhista e não como (um conflito) político".

No vídeo, Siri aparece pedindo ao Clarín 3,150 milhões de pesos (US$ 780 mil) para uso próprio. Além disso, fez questão de explicar que 150 mil pesos (US$ 37,5 mil) eram para a mulher dele, que não participa do movimento sindical, mas que tinha ficado sabendo do pedido de propina e queria uma participação.

Influência. O sindicalista afirma que reúne-se com frequência com o chefe do gabinete de ministros Aníbal Fernández e com Facundo Moyano, líder do sindicato dos caminhoneiros e filho de Hugo Moyano, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, principal pilar do governo na área social.

"A capacidade de prejudicar que eu tenho é imensa. Se eu não quero que o jornal saia, ele não sai. Ora, vocês podem comprar mais horas de sono com isso. Preferem continuar dormindo apenas 4 horas e acordar esgotados? Ou preferem dormir toda a noite e acordar esfuziantes? Olha, vocês estão comprando tranquilidade...", disse Siri.

Mas, em uma segunda reunião Siri apareceu acompanhado de um colega sindicalista, Cristián Quiróz, que também exigiu um pagamento de 2 milhões de pesos (US$ 500 mil) para ele. De quebra, exigiu um adicional para outros dois colegas que não participaram da reunião. No total, exigiam 12 milhões de pesos (US$ 3 milhões).

Mas, diante da expressão de surpresa dos funcionários do Clarín pelo valor exigido, os sindicalistas fizeram um desconto e explicaram que o dinheiro que teria de ser entregue a Siri (e o adicional extra para a mulher dele), a Quiróz e aos dois colegas ausentes seria um total de 9,150 milhões de pesos (US$ 2,287 milhões). Quiróz indicou que talvez os outros dois sindicalistas fizessem um desconto ao Clarín.

A promotoria considera que se trata de um caso de extorsão. Os partidos de oposição condenaram o pedido de Siri e pedem que os promotores investiguem suas conexões com o governo. Enquanto isso, a administração Kirchner mantém silêncio sobre o escândalo da propina.

Nos bloqueios anteriores feitos contra o Clarín o sindicalista havia se tornado a estrela de vários programas jornalísticos do canal estatal 7, a TV Pública.

O Clarín foi declarado inimigo de Cristina em 2008, quando o jornal deixou de respaldar a política econômica do governo. De lá para cá, a administração Kirchner e seus aliados - por vias diretas ou indiretas - tentaram reduzir a influência do jornal e dos canais de TV do grupo.

O governo afirma que os piquetes feitos diante do Clarín são o resultado de conflitos trabalhistas entre a empresa e os trabalhadores das gráficas e não possuem conotações políticas. Mas, no ano passado, os manifestantes que protestavam diante do Clarín receberam a visita do próprio chanceler argentino, o ex-jornalista Héctor Timerman.

CERCO À MÍDIA

Assédio fiscal
Em setembro de 2009, agentes do Fisco invadem a sede do jornal ''Clarín'' e confiscam livros contábeis e outros documentos

Lei de Mídia
Congresso aprova lei que restringe a atuação empresarial de grupos de mídia. Entre as medidas, a lei impede que empresa tenha um canal de TV aberta e um a cabo. O ''Clarín'' é o mais prejudicado

Caça à Fibertel
Governo cassa a licença de funcionamento da Fibertel, a principal provedora de internet do país, ligada ao Grupo Clarín. Serviços de internet representavam 64,9% do faturamento do grupo

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