Pelagius (360-425), foi um monge gaulês (irlandês) que deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava ferozmente que nós herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos individualmente pecadores pelo simples fato de nascemos em imergidos e solidários a uma comunidade pecadora a qual nos dá maus exemplos. No mesmo sentido e com os mesmos argumentos, ele negava que herdamos a santidade ou justiça advinda da morte cruenta de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos pessoalmente justos e merecedores da salvação através da instrução e imitação da comunidade cristã, seguindo o exemplo de Cristo.
Pelagius afirmava a todos que queriam ouvi-lo que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com esse pensamento, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.
No século V Pelágio havia discutido vociferante com Santo Agostinho sobre este assunto. Santo Agostinho, obviamente, mantinha-se rígido no argumento de que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro prisma, Pelágio insistia que o pecado de Adão afetara apenas a ele próprio, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas a sua imagem e semelhança, Deus também deveria conceder a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou, mais adiante, que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse a obediência.
O Catecismo da Igreja Católica menciona no parágrafo 406 que a Doutrina do Pecado Original foi muito estudada no século V, em virtude do pelagianismo.
“A doutrina da Igreja sobre a transmissão do pecado original adquiriu precisão sobretudo no século V, em especial sob o impulso da reflexão de Santo Agostinho contra o pelagianismo.” (CIC§406)
Naquele momento histórico os erros heréticos de Pelágio encontraram um belo campo de disseminação, isto é, um vazio para se espalhar na Igreja, pois, evolvida pelas controvérsias relativas à Encarnação, não tinha, ainda, desenvolvido detalhadamente as doutrinas atinentes à queda da humanidade, renovação, graça e livre vontade.
No pensamento Agostiniano, todos, inclusive os que nascem de um matrimônio de cristãos, precisam ser regenerados pelo batismo, ao qual ele chama “banho de regeneração”, uma vez que, diferentemente dos pecados pessoais, o pecado original se contrai a partir dos pais:
“…declararei, segundo a fé católica, que qualquer que seja o seu nascimento, [as crianças] são inocentes no que diz respeito aos pecados pessoais e culpadas em razão do pecado original” (Contra Iulianum Pelagianum III, XXIII, 52).
Santo Agostinho ainda escreveu sobre o a gravidade que essa heresia trazia, já que negava às crianças o batismo e, portanto, negava-lhes se revestirem de Cristo:
“Este nosso adversário, afastando-se da fé apostólica e católica com os pelagianos, não quer que os que nascem estejam sob o domínio do diabo, para que as crianças não sejam levadas a Cristo, arrancadas do poder das trevas e levadas para o Seu reino. E especialmente acusa a Igreja espalhada pelo mundo inteiro, onde todas as crianças durante o batismo recebem em todas as partes o rito da insuflação não por outra razão senão para lançar para fora delas o príncipe do mundo, sob o domínio necessariamente estão os vasos de ira desde que nascem de Adão e não renascem em Cristo; [renascidas em Cristo,] são transladadas para o Seu Reino, já que se tornam vasos de misericórdia pela graça” (Contra Iulianum Pelagianum II, XVIII, 33).
Sabemos que uma das grandes disputas e controvérsias durante a Reforma protestante versou, muitas vezes, quase que exclusivamente sobre a natureza e a extensão do pecado original.
Sabemos que o resultado dessa discussão não poderia ter outro senão o que teve. No ano de 418, no Concílio de Cartago, a Igreja deu razão a Santo Agostinho. Pelágio, por sua vez, não abriu mão da sua crença herege e por isso acabou sendo excomungado junto com muitos de seus seguidores.
Remetendo-se ao Papa Zózimo, a Pelágiofpo concedida a oportunidade para defender os seus ensinamentos antes de um Concilio. No dia 1 de maio de 418 o Concilio de Cartago formalmente condenou Pelagius e definiu as doutrinas contra as quais ele tinha errado:
a) Aquela morte, em Adão, era o resultado de pecado;
b) As crianças necessitam do batismo devido a pecado original contraído como filhos de Adão;
c) A Graça Santificante é necessária tanto para conhecer como obedecer às ordens de Deus;
d) Que sem a Graça é impossível realizar boas obras.
Analisando mais detidamente o pelagianismo, temos que ainda hoje, muitas, pra não dizer a maioria das pessoas que se dizem Católicas, ou mesmo as que lutam diariamente para que uma conversão diária aconteça, sendo fiéis ao Papa e à Igreja, têm em seu íntimo, sérias dúvidas sobre o pecado original.
Diversas vezes nos deparamos com a pergunta: como acreditar no pecado original se não foi eu quem o cometeu, muito menos se foi algo que aconteceu a tanto tempo.?
Esquecemos que nossos primeiros pais foram Adão e Eva e que eles se envolveram em grave ato de desobediência. Adão e Eva foram dotados de muitos dons sobrenaturais e preternaturias. Dom seria, por definição, algo que pertence à pessoa, portanto dado por alguém, e que é imerecido, haja vista ela possuir aquilo sem ter pedido ou ter feito nada para aquilo. Os dons sobrenaturais serviriam para engrandecer a natureza humana e assim poderem compartilha da vida divina, inclusive com a visão beatífica que é o que todos nós queremos, ou seja, ir para o céu. Dentro desses dons sobrenaturais estavam a graça santificante, as virtudes teológicas sobrenaturais de fé, esperança e caridade, as virtudes morais sobrenaturais da prudência, justiça, fortaleza e temperança, e os sete dons do Espírito Santo. São as maravilhas que todos nós queremos alcançar e buscamos incessantemente, mesmo sabendo que não alcançaremos, mas que a tentativa já nos ensinará muito e nos fará mais próximos de Deus.
Já com relação aos dons preternaturais, esses foram concedidos ao homem, por Deus, para que esse mesmo homem pudesse se aperfeiçoar a cada dia como homem. Estes dons incluíam imortalidade, intransitabilidade, integridade e conhecimento infuso. Por geração natural, todos estes dons seriam transmitidos a toda a raça humana. Por sua desobediência, Adão e Eva os perderam, para eles próprios, e conseqüentemente, para todas as futuras gerações.
O pelagianismo negava tudo isso afirmando que o que Adão e Eva perderam foi apenas com relação a eles próprios e não com relação a toda a humanidade da qual eles seriam antecessores.
Com a desobediência de Adão tudo isso foi perdido, contudo, a perda da graça santificante foi e ainda é a maior conseqüência do pecado de Adão. Isto nos leva à privação do destino sobrenatural que Deus legou à humanidade, isto é, o céu. Agora precisamos merecer a visão beatífica, o que não é nada fácil.
Além disso tudo, os poderes naturais ficaram "feridos", debilitados, surgindo dessa forma a ignorância no intelecto (tão presente hoje em dia em todos nós), malícia nos desejos, concupiscência no apetite, e debilidade geral. Dor e sofrimento no parto, juntamente com a sujeição à luxúria dos homens, foi destinado às mulheres.
O pelagianismo não nega somente verdades de magistério ou tradição mas também as que estão lançadas na Bíblia. Várias são as passagens, entretanto, apenas enfatizaremos uma delas:
"Para viver eu fui concebido em iniqüidade; e em pecados minha mãe me concebeu" (Sl. 51 [50], 5);
O pelagianismo é uma visão herética que continuamos a encontrar nos dias atuais, por exemplo, dentro da Teologia da Libertação de Leonardo Boff, Frei Beto e Cia. A TL, em brevíssimo resumo, enfatiza o seguinte: o que tem realmente importância é o esforço do homem, a graça de Deus é muito bem vinda mas não é necessária, etc. Agora podemos entender o porque de os TL darem tanto valor à "auto-estima", nome enfeitado para o vício do Orgulho: para eles é importante amar A salvação (ou a utopia socialista, no caso...) viria apenas através do esforço do homem.
Pelagius afirmava a todos que queriam ouvi-lo que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com esse pensamento, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.
No século V Pelágio havia discutido vociferante com Santo Agostinho sobre este assunto. Santo Agostinho, obviamente, mantinha-se rígido no argumento de que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro prisma, Pelágio insistia que o pecado de Adão afetara apenas a ele próprio, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas a sua imagem e semelhança, Deus também deveria conceder a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou, mais adiante, que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse a obediência.
O Catecismo da Igreja Católica menciona no parágrafo 406 que a Doutrina do Pecado Original foi muito estudada no século V, em virtude do pelagianismo.
“A doutrina da Igreja sobre a transmissão do pecado original adquiriu precisão sobretudo no século V, em especial sob o impulso da reflexão de Santo Agostinho contra o pelagianismo.” (CIC§406)
Naquele momento histórico os erros heréticos de Pelágio encontraram um belo campo de disseminação, isto é, um vazio para se espalhar na Igreja, pois, evolvida pelas controvérsias relativas à Encarnação, não tinha, ainda, desenvolvido detalhadamente as doutrinas atinentes à queda da humanidade, renovação, graça e livre vontade.
No pensamento Agostiniano, todos, inclusive os que nascem de um matrimônio de cristãos, precisam ser regenerados pelo batismo, ao qual ele chama “banho de regeneração”, uma vez que, diferentemente dos pecados pessoais, o pecado original se contrai a partir dos pais:
“…declararei, segundo a fé católica, que qualquer que seja o seu nascimento, [as crianças] são inocentes no que diz respeito aos pecados pessoais e culpadas em razão do pecado original” (Contra Iulianum Pelagianum III, XXIII, 52).
Santo Agostinho ainda escreveu sobre o a gravidade que essa heresia trazia, já que negava às crianças o batismo e, portanto, negava-lhes se revestirem de Cristo:
“Este nosso adversário, afastando-se da fé apostólica e católica com os pelagianos, não quer que os que nascem estejam sob o domínio do diabo, para que as crianças não sejam levadas a Cristo, arrancadas do poder das trevas e levadas para o Seu reino. E especialmente acusa a Igreja espalhada pelo mundo inteiro, onde todas as crianças durante o batismo recebem em todas as partes o rito da insuflação não por outra razão senão para lançar para fora delas o príncipe do mundo, sob o domínio necessariamente estão os vasos de ira desde que nascem de Adão e não renascem em Cristo; [renascidas em Cristo,] são transladadas para o Seu Reino, já que se tornam vasos de misericórdia pela graça” (Contra Iulianum Pelagianum II, XVIII, 33).
Sabemos que uma das grandes disputas e controvérsias durante a Reforma protestante versou, muitas vezes, quase que exclusivamente sobre a natureza e a extensão do pecado original.
Sabemos que o resultado dessa discussão não poderia ter outro senão o que teve. No ano de 418, no Concílio de Cartago, a Igreja deu razão a Santo Agostinho. Pelágio, por sua vez, não abriu mão da sua crença herege e por isso acabou sendo excomungado junto com muitos de seus seguidores.
Remetendo-se ao Papa Zózimo, a Pelágiofpo concedida a oportunidade para defender os seus ensinamentos antes de um Concilio. No dia 1 de maio de 418 o Concilio de Cartago formalmente condenou Pelagius e definiu as doutrinas contra as quais ele tinha errado:
a) Aquela morte, em Adão, era o resultado de pecado;
b) As crianças necessitam do batismo devido a pecado original contraído como filhos de Adão;
c) A Graça Santificante é necessária tanto para conhecer como obedecer às ordens de Deus;
d) Que sem a Graça é impossível realizar boas obras.
Analisando mais detidamente o pelagianismo, temos que ainda hoje, muitas, pra não dizer a maioria das pessoas que se dizem Católicas, ou mesmo as que lutam diariamente para que uma conversão diária aconteça, sendo fiéis ao Papa e à Igreja, têm em seu íntimo, sérias dúvidas sobre o pecado original.
Diversas vezes nos deparamos com a pergunta: como acreditar no pecado original se não foi eu quem o cometeu, muito menos se foi algo que aconteceu a tanto tempo.?
Esquecemos que nossos primeiros pais foram Adão e Eva e que eles se envolveram em grave ato de desobediência. Adão e Eva foram dotados de muitos dons sobrenaturais e preternaturias. Dom seria, por definição, algo que pertence à pessoa, portanto dado por alguém, e que é imerecido, haja vista ela possuir aquilo sem ter pedido ou ter feito nada para aquilo. Os dons sobrenaturais serviriam para engrandecer a natureza humana e assim poderem compartilha da vida divina, inclusive com a visão beatífica que é o que todos nós queremos, ou seja, ir para o céu. Dentro desses dons sobrenaturais estavam a graça santificante, as virtudes teológicas sobrenaturais de fé, esperança e caridade, as virtudes morais sobrenaturais da prudência, justiça, fortaleza e temperança, e os sete dons do Espírito Santo. São as maravilhas que todos nós queremos alcançar e buscamos incessantemente, mesmo sabendo que não alcançaremos, mas que a tentativa já nos ensinará muito e nos fará mais próximos de Deus.
Já com relação aos dons preternaturais, esses foram concedidos ao homem, por Deus, para que esse mesmo homem pudesse se aperfeiçoar a cada dia como homem. Estes dons incluíam imortalidade, intransitabilidade, integridade e conhecimento infuso. Por geração natural, todos estes dons seriam transmitidos a toda a raça humana. Por sua desobediência, Adão e Eva os perderam, para eles próprios, e conseqüentemente, para todas as futuras gerações.
O pelagianismo negava tudo isso afirmando que o que Adão e Eva perderam foi apenas com relação a eles próprios e não com relação a toda a humanidade da qual eles seriam antecessores.
Com a desobediência de Adão tudo isso foi perdido, contudo, a perda da graça santificante foi e ainda é a maior conseqüência do pecado de Adão. Isto nos leva à privação do destino sobrenatural que Deus legou à humanidade, isto é, o céu. Agora precisamos merecer a visão beatífica, o que não é nada fácil.
Além disso tudo, os poderes naturais ficaram "feridos", debilitados, surgindo dessa forma a ignorância no intelecto (tão presente hoje em dia em todos nós), malícia nos desejos, concupiscência no apetite, e debilidade geral. Dor e sofrimento no parto, juntamente com a sujeição à luxúria dos homens, foi destinado às mulheres.
O pelagianismo não nega somente verdades de magistério ou tradição mas também as que estão lançadas na Bíblia. Várias são as passagens, entretanto, apenas enfatizaremos uma delas:
"Para viver eu fui concebido em iniqüidade; e em pecados minha mãe me concebeu" (Sl. 51 [50], 5);
O pelagianismo é uma visão herética que continuamos a encontrar nos dias atuais, por exemplo, dentro da Teologia da Libertação de Leonardo Boff, Frei Beto e Cia. A TL, em brevíssimo resumo, enfatiza o seguinte: o que tem realmente importância é o esforço do homem, a graça de Deus é muito bem vinda mas não é necessária, etc. Agora podemos entender o porque de os TL darem tanto valor à "auto-estima", nome enfeitado para o vício do Orgulho: para eles é importante amar A salvação (ou a utopia socialista, no caso...) viria apenas através do esforço do homem.
3 comentários:
me adimira um advogado postar um negocio desse contra a TL
Thadeu Viana, me desculpe nunca ter te respondido. Me passou batido seu comentário. Não é a praxis aqui.
Mas a TL deve ser combatida sempre e a qualquer tempo. Em qualquer oportunidade.
Olá Emanuel, só que o problema do Boff não é negar a necessidade da graça de Cristo e sim afirmar que a mesma tem outros caminhos no mundo rumo às pessoas, que não somente a vinda de Jesus ao mundo e o ministério de sua igreja no mundo. Acho importante, precisar e focar as exatas afirmações de Boff para melhor revida-las.
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