sexta-feira, 13 de abril de 2018

Quem quer saber o que é bom?


(Texto inspirado nos primeiros parágrafos do livro "Hereges" de Chesterton).

Parece ser uma constatação fácil de identificar que fazemos de tudo para não falar do que é o bem, do que é bom e do que é correto. Fugimos de todas as formas desses conceitos. Falamos de tudo o que está em volta, mas evitamos ao máximo entrar no mérito da questão do que é realmente bom.

É fácil você encontrar uma pessoa que, com a melhor das intenções, fala com você sobre liberdade. É óbvio que a liberdade é algo bom, mas é preciso entender que é uma faceta do algo bom. A liberdade pode ter lados que não levam para o bem. 

Facilmente você também encontra pessoas que falam de progresso. Elas usam esse expediente para fugir da discussão do que é bom. O progresso pode ser bom, mas também pode ter uma face bem ruim.

Vamos encontrar muitas e muitas pessoas por aí que falam sobre educação, mas fogem de falar o que é algo bom. É claro que a educação é algo bom, mas é claro que a educação só pode ser algo bom quando parte do conceito de bom. Quando é usada para o mal...

O problema é que conceituar o bom é não relativizar e tomar posição sobre o assunto. Quem quer isso? O que as pessoas querem é abraçar a liberdade, mas se esquecem que é preciso conceituar uma série de coisas para conseguir chegar a essa liberdade. É preciso conceituar, inclusive, o que é liberdade. E é preciso dentro do conceito de liberdade saber se liberdade é algo bom. Para saber se algo é bom é preciso saber o que é bom. E mais uma vez eu pergunto: quem quer isso?

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