sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O episódio do paralítico e a quaresma.

No domingo anterior à quarta-feira de cinzas, o último domingo do tempo comum antes da quaresma do ano B, temos um evangelho que mexe muito com os nossos brios e vida religiosa, para aqueles que realmente as tem.

O evangelho é o da cura do paralítico. Aquele que resolveram destelhar uma casa para que a cama em que ficava chegasse até Jesus. Nesse evangelho temos que Jesus se vira para o povo e para o próprio paralítico e pergunta se é mais fácil dizer “seus pecados estão perdoados” ou “levante, pega a tua cama e anda”. Essa pergunta nos leva a refletir sobre nossa atitude perante Deus e a Sua Igreja.

Quando procuramos a Igreja? Quando estamos em péssima situação de saúde? Quando nossa vida não anda lá essas coisas? Procuramos Deus através de Sua Igreja só para elaborar listas quilométricas de pedidos? A resposta normalmente é sim.

A resposta só é sim porque somos egoístas e pretendemos tirar o máximo possível das mãos de Deus que está estendida a nós. Queremos tirar o máximo de Deus Pai que já nos concede tanto. Nos esquecemos de algo simples: Deus prefere a cura da alma que do corpo. O corpo é importante mas secundário frente à alma. Esse nosso corpo temporário é muito menos significante do que nossa alma, que normalmente está em estado de putrefação.

Deus nos concede um remédio tão fácil, puro e simples que não acreditamos que seja tão possível assim e, conseqüentemente o desprezamos com facilidade. A confissão é o melhor antibiótico para a doença da alma. Quando se confessa com anterior arrependimento e vontade de não mais pecar, se cura a alma como se retira a dor com a mão.

É uma cirurgia rápida e simples que teimamos em ignorar dia após dia. Jesus disse aos apóstolos que “os pecados que perdoardes serão perdoados e aqueles que retiverdes, esses serão retidos”. A Igreja é o único médico que pode trazer saúde plena, porque teimamos em ignorar essa cura tão eficaz?

Criamos vários subterfúgios para chegar a Deus. Assim fez o paralítico que removeu as telhas da casa onde Jesus estava e fez descer sua cama até ele. Criamos mil caminhos, mil formas e fórmulas para nos aproximar Dele. Porque não nos lembramos que ele deixou Pedro com os apóstolos e a Sua Igreja para ser nosso guia? Porque no esquecemos de recorrer ao Seu perdão e infinita misericórdia através do sacramento da confissão, antes de querer uma lista infindável de pedidos?

Esse tempo de quaresma que se iniciou é um tempo em que somos chamados a profunda e contínua conversão. Uma conversão que passa pela meditação e sacrifícios e que desembocarão na eterna graça, Deus queira assim.

2 comentários:

Christiane Forcinito Ashlay Silva de Oliveira disse...

Emanuel

Meu amigo... Olha voê disse tudo. O mundo inteiro deveria perceber o quão simples a vida é.

Fiquei sem computador por um tempo, pois ele estava com vírus , por isso estava um pouco sumida, mas estou de volta.

Isso foi bom pois tive mais contato com as pessoas (risos) e pude comprovar o quanto as pessoas conseguem complicar suas vidas em tomadas de decisões nas quais um simples pedido de perdão seria o finalização perfeita, clara e simples de tal situação.

Está tudo a nossa frente. É incrível que Deus está entre nós e conosco todo dia quietinho lá nos esperando no sacrário e fica feliz quando pelo menos passamos lá e dizemos um "oi"...

Amigo... Há muito o que fazer. Excelente texto. pensarei nele hoje na minha meditação.

Grande abraço. Estou de volta.

Chris :)

Unknown disse...

Infelizmente, só procuramos por Deus quando "precisamos" de algo. A conversão deveria ser diária não só na quaresma, nós estamos num mundo em que as pessoas estão correndo atrás de qualquer religião elas não procuram entender o quão fácil é estar perto de Deus, perto de Maria... Devemos meditar sobre nossos pecados e nos arrepender deles e depois confessarmos e sentirmos mais aliviados e mais pertos do Pai. Não é o que fazemos, mas o que deveríamos fazer enquanto católicos que somos. Deus te abençoe.