Eu realmente gosto de
arroz, feijão, alguma salada e bife. É minha comida predileta. Não precisa
muito mais que isso, mesmo que todo dia, para me agradar. Eu também gosto de
ler, assistir algumas séries de TV, novela não, mas um ou outro filme,
especialmente daqueles que muita gente morre de uma só vez sabe... estilo “Duro
de Matar” e coisas do tipo. São os meus gostos. Sempre os sigo.
Fico imaginando se
eu fosse um revolucionário desses comunistas ou anarquistas ou qualquer coisa
lunática dessa. Provavelmente, dentro do pensamento deles, eu deveria gostar do
comer arroz, bife e salada, mas não deveria continuar fazendo isso porque iria
contra a revolução.
Na verdade eu não
estou ficando doido e nem escrevi isso em uma noite mal dormida. Na verdade
estou usando um argumento simples: você conserva o que gosta. Seu eu não
gostasse de ver filmes de ação eu simplesmente mudaria de canal. Já que eu
gosto, eu os mantenho. Eu os conservo.
Conseguiu pegar o
cerne da questão? O conservador é aquela pessoa que está feliz e satisfeita com
o que tem e como as coisas são. Não é uma pessoa simplesmente conformista, mas
que está feliz e realmente gosta de como as coisas funcionam. Elas podem até
não funcionarem sempre dentro da perfeição desejada, mas o conservador entende
que as coisas não são perfeitas para que se exija perfeição delas e,
principalmente, entende que as pessoas não são perfeitas, inclusive ele. Se não
há perfeição nos agentes de uma ação, impossível cobrar perfeição no resultado
final. Contudo é possível melhorar cada vez mais o caminho para que se chegue
cada vez melhor em um resultado. O revolucionário não pretende melhorar nada.
Ele pretende destruir todo o caminho pra fazer um resultado melhor. Como isso
pode dar certo, nem eles sabem explicar.
Tudo isso, por parte
do revolucionário, é um tanto quanto contraditório. O revolucionário quando não
gosta do filme ele não se contenta em mudar de canal, ele difama o canal, liga
para a operadora de TV a cabo (se for o caso), reclama nas redes sociais e, no
final de tudo, quebra a televisão. O revolucionário é um infeliz por natureza.
Isso é lógico! Quando se está infeliz com algo o que queremos é mudar e não
conservar. O conservador pretende conservar justamente porque é feliz com o que
pretende manter, apesar de saber que tudo pode ficar ainda melhor.
Trata-se de uma
pequena linha de raciocínio em lógica para definirmos alguns pontos.
Contrapontos são sempre bem vindos, contudo devem ser igualmente bem vindos os
contra-argumentos, o que o revolucionário também não permite já que ele está
certo e você sempre errado pelo simples fato de você existir.
Antes que alguém
realmente me chame de louco por argumentar assim, já afirmo aqui que a linha de
raciocínio não é minha, mas de Peter Kreeft em seu livro “Sócrates encontra
Marx”. Uma bela sugestão de leitura principalmente para os revolucionários de
plantão. Mas tem que ler até o fim heim.
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