Formação. Ligação coma Igreja. Distância. Morte através da política.
Alguns anos trabalhando com formação católica, cheguei a uma conclusão: aprendi que não posso e não tenho que divulgar minhas verdades e que essas certezas que tenho vão se rachando a cada linha ensinada pela Igreja.
De anos pra cá muito precisou ser reformado e até demolido em meu pensamento, que entendi ser revolucionário, ou seja, um pensamento cheio de certezas e que justificava os meios pelos fins.
Vivemos em um mundo em que, sem querer (ou não), temos certezas cercadas por uma carapaça de justiça e de busca da verdade mas que, na verdade, não passa de arrogância e orgulho de parar e pensar que não sou dono da verdade nem nunca serei. A única verdade emana de um único lugar, e sabemos qual é esse lugar e de quem se trata.
Faço formação católica porque sou bonzinho e tenho um ideal vazio de um mundo melhor? Não. Faço porque sou interesseiro. Explico porque.
Meu objetivo é e sempre foi minha salvação. A questão é que, seguindo os passos da Igreja acabo usando bons meios para um ótimo fim.
Deus nunca me revelou que deveria fazer isso ou aquilo, afinal me considero um tanto quanto mínimo para ter um relacionamento tão íntimo assim com Deus. Outras pessoas conversam, ou dizem que conversam, com Deus quase que diariamente, não é o meu caso. Eu tento. Mas daí a ouvi-lo com tanta nitidez já é outra questão.
Ouço Deus através da Igreja. A Igreja que Ele mesmo fundou e disse que é indestrutível, apesar dos percalços que deveria passar. Deus revelou à Igreja através de seus apóstolos: “eis que vos enviarei como cordeiros em meio a lobos”. Essa a cada dia que passa eu sinto na pele. Descobri que quanto mais próximo se chega da Igreja, portanto de Deus, mais atacado você passa a ser. Não ser trata de ataque unilateral, se trata de ataque de todos os lados, inclusive de dentro. A esquerda, a direita, os cristãos mais distantes, os não cristãos e os ateus, o comunismo e o capitalismo selvagem, as roupas e as atitudes, os amigos e inimigos. Realmente são lobos, assim mesmo, no plural.
Contudo, a gratificação de sentir essa perseguição na pele é de uma enormidade tão grande que se torna paradoxal para alguns. A questão é entender que a gratificação vem de fazer a vontade de Deus através de Sua Igreja. Não interessa se vai ser bom ou mau para o que eu considero bom ou mau, interessa que seja bom para Deus, e Esse eu não vou entender em Sua plenitude. Então literalmente entrego pra Deus.
“Ai de mim se não evangelizar”. Essa é outra revelação que vem de Deus através de São Paulo e foi confirmada pela Igreja. Então, se ela, a Igreja, determina que devo evangelizar assim devo proceder. Ela, a Igreja, não manda por vontade própria mas porque Deus determina, será que conseguimos entender isso? É uma instituição Divina.
Acho que até ai está fácil. O problema é quando começamos a evangelizar de nossa própria cabeça. Que pensamento esquizofrênico é esse que começa com uma determinação da Igreja e termina em ir contra ela? Não posso, não devo evangelizar da minha cabeça. A Igreja nos revela a forma com que isso deve ser feito e o que dizer e porque dizer. Ela nos revela exatamente o que e como fazer. Ai eu resolvo ir contra a lógica e evangelizar da minha cabeça porque Deus me disse...
Essas revelações bíblicas que citei acima não são as únicas. Existem diversas outras que não estão na Bíblia, que são igualmente revelações de Deus e que, igualmente, tenho que seguir com o mesmo estímulo e mesmo impulso.
Verdades de fé e moral ensinadas infalivelmente pelos 266 Papas até aqui, são também verdades que devem ser ensinadas.
Qual a loucura de um pensamento que entende que o ensinamento de Deus deve emanar da cabeça de cada um? A cabeça de cada um já fez absurdos com a humanidade, veja-se Stalin, Mao-Tsé Tung e Hitler. Esse último, diga-se de passagem, foi uma criança com estilingue na mão perto dos outros dois. Foi esse pensamento humano e distante da Igreja que criou mais de cem milhões de mortos. Estaríamos nós voltando a esse pensamento ao aderir a uma política tão afastada de Deus quanto a que vemos surgir há algumas décadas no Brasil? Um caso a pensar.
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