sexta-feira, 11 de maio de 2018

Véu, missa Tridentina e outras obscuridades.


Hoje eu pretendo começar escrevendo este texto de uma forma diferente do que é o meu estilo. Pois é, eu tenho um estilo. Mas vamos ao que interessa. 

Normalmente eu procuro me justificar, quando realmente o faço, só no final do texto e de forma mais conclusiva possível, mas hoje vamos fazer isso logo no início do texto, caso contrário vai ter gente que não vai passar do terceiro parágrafo.

Bom, a justificativa é que eu não sou católico tradicionalista, nem católico progressista, muito menos católico carismático ou católico teelista. A verdade é que eu acredito que após dizer-se católico não cabe nenhum adjetivo na frente.

Sabendo disso e acreditando que um monte de criticas virão assim mesmo, vamos aos fatos. Não há nada que eu ache mais estranho do que as críticas veementes a quem queira usar véu oo queira assistir a missa tridentina ou casar-se nesse rito.

As motivações para esse tipo de crítica são as mais diversas: na verdade estimulam a vaidade; não passa de modinha; são pessoas querendo ser mais católicas que o Papa; estão todos querendo aparecer... e por aí vai.

Não nego que tudo isso possa acontecer. Não nego de forma alguma que várias mulheres que usam véu deturpam seu uso deixando a modéstia e a humildade de lado e usando por simples modismo e vaidade. Aliás, que fique bem claro que a vaidade espiritual é a pior delas.

Não nego também que muita gente tem assistido a missas tridentinas e queiram casar-se nesse rito por simples moda. Eu tenho certeza que muitos seguem esse caminho não só por moda mas também por achar-se mais dignos que os demais. Fora aquela pontinha de gnosticismo quando se sentem "os Iluminados" com o saber que os outros ainda não alcançaram.

É óbvio que tudo isso existe e nem é tão difícil de achar. Mas também é óbvio que não dá para jogar todo mundo no mesmo saco e dizer que é tudo a mesma coisa. 

Da mesma forma que conheço pessoas que usam véu por modismo ou por vaidade, também conheço uma série de mulheres que usam véu e que realmente buscam aquela humildade e modéstia que caracterizam o uso correto.

Conheço também uma série de pessoas que frequentam a missa no rito extraordinário porque realmente se sentem mais envolvidos no clima místico e contemplativo através desse rito. Aliás, não foi por esse motivo que o Papa Bento XVI promulgou o Motu Proprio que liberou a celebração da missa no rito extraordinário para todos os sacerdotes que quiserem celebrá-lo, sendo desnecessária autorização do Bispo?

Como diz um velho ditado que ainda corre por aí: não se pode jogar a criança fora junto com a água suja do banho. O que não é intrinsecamente mau precisa ter o que é bom separado, mesmo que para isso seja preciso esperar um tempo. Não é exatamente isso que Jesus nos ensina na parábola do joio e do trigo? Não é preciso deixar crescer os dois juntos para separar só ao final, justamente para não se arrancar o trigo junto com o joio e jogue tudo fora?

O mais impressionante disso tudo é que eu não vejo tanto empenho em condenar e atacar coisas que são frontalmente contra a doutrina católica, ou seja, puro joio, sem trigo algum. Não vejo o mesmo empenho em condenar pessoas que transformam a Santa Missa em um evento social, em boate, um show musical, em peça de teatro ou um espetáculo decadente de heresias contra a Doutrina Social da Igreja - DSI. Fora os que tratam as vigílias de adoração ao Santíssimo como se fossem festas rave.

Esses sim deveriam ser veementemente alvejados com empenho digno de nota. Mas não é bem isso que se vê por aí.

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