segunda-feira, 25 de março de 2013

Quebrando Hipócrates ao meio.


Esses dias, por alguma coincidência, eu lia sobre o juramento de Hipócrates em sua versão original, claro porque a que ouvimos dos nossos futuros médicos em suas colações de grau não é o original que é bem maior, de toda forma, eis ai o que mais comum e simplificado que costuma ser jurado pelos médicos:

“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”

O juramento promete exercer a arte de curar conforme os preceitos de honestidade, caridade e pela ciência além de afirmar que nunca servirá a profissão para corromper costumes ou favorecer crime.

Inicialmente vamos nos ater somente ao juramente e esquecer um pouco a soberba do Conselho Federal de Medicina – CFM de querer falar por todos os médicos mesmo sem mandato para tal.

Esses dias o CFM lançou posição favorável ao aborto com jargões absolutamente anticientíficos e contra os costumes sociais.

No juramente de Hipócrates é jurado “exercer a arte de curar”. Ao que tudo indica não se trata de curar ninguém o ato de abortar, pelo contrário, se trata de matar alguém. Quanto ao critério científico que tanto a classe se vangloria, onde está o tal critério quando se diz que uma pessoa com 11 semanas e 6 dias não tem direito a vida e um dia depois, com 12 semanas passa a ter o direito? De onde saíram esses números? Qual o critério? Jogar com a vida humana dessa forma, sonhando com números e lançando em um papel, não nos parece criterioso, muito menos científico. Na verdade sequer nos parece humano. Qual seria a verdadeira idade das trevas?

Por outro lado, apenas para constar: como pode o CFM falar pela classe médica sem consulta-la antes? Os médicos não votaram nos que hoje dirigem o CFM com as propostas desses na mão inclusive a possibilidade de liberar o aborto. O CFM não fala pela classe médica, mas sim por meia dúzia de afortunados que dirigem o órgão e querem fazer sua voz ser amplificada com o uso indevido do Conselho. Os médicos aceitarão essa instrumentalização?

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