Esses dias, por alguma coincidência, eu lia sobre o
juramento de Hipócrates em sua versão original, claro porque a que ouvimos dos
nossos futuros médicos em suas colações de grau não é o original que é bem
maior, de toda forma, eis ai o que mais comum e simplificado que costuma ser
jurado pelos médicos:
“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei
sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando
no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos
que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei
da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu
cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a
minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele
afastar-me, suceda-me o contrário.”
O juramento promete exercer a arte de curar
conforme os preceitos de honestidade, caridade e pela ciência além de afirmar
que nunca servirá a profissão para corromper costumes ou favorecer crime.
Inicialmente vamos nos ater somente ao juramente e
esquecer um pouco a soberba do Conselho Federal de Medicina – CFM de querer
falar por todos os médicos mesmo sem mandato para tal.
Esses dias o CFM lançou posição favorável ao aborto
com jargões absolutamente anticientíficos e contra os costumes sociais.
No juramente de Hipócrates é jurado “exercer a arte
de curar”. Ao que tudo indica não se trata de curar ninguém o ato de abortar,
pelo contrário, se trata de matar alguém. Quanto ao critério científico que
tanto a classe se vangloria, onde está o tal critério quando se diz que uma
pessoa com 11 semanas e 6 dias não tem direito a vida e um dia depois, com 12
semanas passa a ter o direito? De onde saíram esses números? Qual o critério?
Jogar com a vida humana dessa forma, sonhando com números e lançando em um
papel, não nos parece criterioso, muito menos científico. Na verdade sequer nos
parece humano. Qual seria a verdadeira idade das trevas?
Por outro lado, apenas para constar: como pode o
CFM falar pela classe médica sem consulta-la antes? Os médicos não votaram nos
que hoje dirigem o CFM com as propostas desses na mão inclusive a possibilidade
de liberar o aborto. O CFM não fala pela classe médica, mas sim por meia dúzia
de afortunados que dirigem o órgão e querem fazer sua voz ser amplificada com o
uso indevido do Conselho. Os médicos aceitarão essa instrumentalização?
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