segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A interdependência entre os povos não é uma ameaça.


O discurso de Bento XVI aos novos embaixadores junto à Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira 15 dezembro, 2011 (ZENIT.org) - "A unidade da família humana é agora vista como um fato." O afirmou o Papa Bento XVI durante o seu discurso, pronunciado em francês, durante a audiência com os onze embaixadores junto à Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas cartas credenciais.

Bento XVI referiu-se, em particular, "aos meios de comunicação social que conectam todas as partes do mundo entre si", aos "transportes que facilitam os intercâmbios humanos", às "relações comerciais que fazem as economias interdependentes", aos desafios relativos ao ambiente e fluxos migratórios.
Todos esses fenômenos nos fazem ver como a humanidade tem "um destino comum", disse o Pontífice. Porém, "diante dos aspectos positivos", a toma de consciência de tudo o que é percebido por muitos como "um fardo".

No entanto, o Santo Padre recordou que "o olhar da própria humanidade sobre si mesma deve evoluir no sentido de descobrir nesta interdependência, não uma ameaça, mas um benefício: Os homens que trabalham uns com os outros e uns para os outros".

Uma vez que todos nós somos "responsáveis por tudo", torna-se importante "ter uma concepção positiva da solidariedade", por meio da qual pode ser realizado o "desenvolvimento humano integral que permite a humanidade alcançar a sua realização."

A solidariedade que o Papa falou é, em primeiro lugar, uma solidariedade "entre as gerações" que "está enraizada na família  que deve ser mantida, para continuar a cumprir sua missão na sociedade."

Outro instrumento privilegiado para a promoção da solidariedade é "a educação da juventude"; a este respeito é essencial que os governos "invistam os recursos necessários para dar aos jovens as bases éticas fundamentais" para ajudá-los a lutar contra os "males sociais" do nosso tempo: "o desemprego, as drogas, a criminalidade e o desrespeito da pessoa."

Bento XVI também destacou que o "pluralismo cultural e religioso não se opõem à busca comum do bem, do Belo e do verdadeiro". A Igreja, portanto, "sustentada pela luz da Revelação," encoraja as pessoas "a confiarem na razão que, se purificada pela fé" é capaz de elevá-los e de colocá-los em busca insondável do mistério.

Os "novos desafios", portanto, apelam para a "mobilização das inteligências e da criatividade do homem para lutar contra a pobreza e para um uso eficaz e saudável das energias e dos recursos disponíveis."

Outra questão levantada pelo Santo Padre é o da "responsabilidade de todos", para que sejam garantidos "o respeito e a promoção da dignidade humana".

O "primado do espírito", então, não é uma prerrogativa exclusiva das religiões, mas também deve ser incentivado pelas autoridades estaduais, obrigadas a colocar "políticas culturais que incentivem o acesso de qualquer um aos bens do espírito”, sem desencorajar nunca o homem do “buscar livremente a sua calma espiritual".

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