De acordo com o livro de Regis Jolivet: Tratado de Filosofia, Tomo III, Metafísica, quando trata do ser em si mesmo, há algumas afirmações de especial relevância que podem ser profundamente complicadas ou devidamente simples quando realmente entendidas. Eis aí o grande problema: entender o que é matéria não inteligível que é Deus, função da metafísica na busca de estudar o sobrenatural.
A noção objetiva de ser está ligada universalmente a tudo o
que é ou que pode ser em um mundo possível para a inteligência humana e compreensível à sensibilidade, mas essa é uma noção análoga já que a existência não é
exercida da mesma forma por todos os seres que existem.
A noção objetiva de ser
é, então uma noção de proporção e de semelhança, porque todas as essências
estão proporcionalmente ligadas a existência única, do único ser realmente existente. Por esse motivo o acidente
e a existência estão proporcionalmente ligados, já que acima deles está uma existência
única de onde se provém todas as coisas, entenda-se: Deus.
O caráter analógico só poderá ser compreendido se ligado por causalidade a existência do Ser em si. A partir do nosso ponto
só podemos ver a analogia do Ser em si com a nossa própria experiência, o que
macula o entendimento do Ser divino (Ser em si). O ser, portanto, só corresponde às
exigências do seu tipo quando se aproxima mais e mais do Ser em si, ou seja, do Ser que lhe deu causa, o ser verdadeiramente ser, isto é, aquele que vive em si
e por si. Aquele que não está sujeito a outro ser em suas deficiências e em
servidão.
Não há como pensar o ser (humano, por exemplo) individualmente e sozinho, solto no mundo como se não fosse ligado a nada ou ninguém, como se não tivesse tido uma causa primeira que lhe desse existência. Por isso o Ser em si, Deus, que não é causado por nada, mas dá causa a tudo, é essa unidade entre todos os seres: acidentais e substanciais.
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