sexta-feira, 25 de julho de 2014

Desproporcionalidade contra guerrilha? Realidade de Israel.


Eu nunca fui muito afeto a teoria de guerra desproporcional que o direito internacional e toda a chamada “ética da guerra” tem. Como isso está em voga agora com Israel e a Palestina (Faixa de Gaza e Cisjordânia), podemos debater isso com um mínimo de audiência.

Essa teoria de desproporcionalidade é como dizer o seguinte: se você me dá um tiro no pé eu não posso metralhar você. Certo! O problema é quando dão o tiro no pé por pura incompetência, porque o que queriam era dar o tiro no meio da cabeça e o outro lado revida com um tiro no meio do joelho, ou seja, impossibilita a locomoção. No revide, o que deu o tiro no pé (Palestinos) resolve mirar na cabeça de novo e dessa vez acerta o joelho. Até quando Israel vai ficar levando tiros sem eliminar logo quem lhe agride. Se coloque no lugar.

Tirando essa questão de ética na guerra, uma vez que uma guerra deve ser evitada, mas se começada se trata de questão de sobrevivência, ou seja, ou mata ou morre, como seguir tanta ética em algo que nasceu pra ser destrutivo e, por esse motivo, precisa acabar logo? Uma guerra é destruição total. Sendo assim, todas as partes envolvidas precisam entender que estão perdendo mais que ganhando com o evento e partir para negociações de paz. À medida que a guerra passa a ser “ética”, ela passa a demorar mais porque a destruição é calculada.

Outro ponto são pequenas perguntas sobre essa possível desproporcionalidade. Não vou entrar em contexto histórico sobre o porquê desses impasses, pra isso existem centenas de livros a respeito e isso aqui é um pequeno texto, mas:

1) Se se constata claramente que Israel tem mais poder de fogo que o Hamas;

2) Se se constata que Israel tem mais preparo institucional e organizacional que qualquer organização pró-palestina dentro ou fora da Faixa de Gaza;

3) Se está claro que o Hamas não consegue nem controlar pra onde vão seus mísseis;

Então por qual raios de motivo que o Hamas, Hezbollah, Fatah, Jihad Islâmica e tudo quanto é organização pró-palestina ainda não foram varridos do mapa por forças israelenses que são pontuais em seus ataques e provocam a destruição quando e onde querem?

A resposta é simples: porque Israel está sendo proporcional. Se quisessem ser desproporcionais não sobrava nada de nada. Na verdade acho que não sobrava nem do Brasil, se é pra falar a verdade.

Não sei se foi possível perceber, mas comecei falando de Palestinos e Faixa de Gaza e terminei falando em Hamas, Hezbollah e Fatah. Não foi por acaso. Um é institucional, o outro é guerrilha. Não existe assimetria bélica ou desproporcionalidade contra guerrilhas.


Com relação ao Brasil e sua população, fica difícil entender isso porque não sabemos mais o que é guerrilha e o que é governo por aqui. Eles se confundem muito. O líder de um passa a ser o líder de outro e por aí vai, mas para boa parte do mundo isso é falta de boa vontade mesmo.

Nenhum comentário: