Eu
nunca fui muito afeto a teoria de guerra desproporcional que o direito
internacional e toda a chamada “ética da guerra” tem. Como isso está em voga
agora com Israel e a Palestina (Faixa de Gaza e Cisjordânia), podemos debater
isso com um mínimo de audiência.
Essa
teoria de desproporcionalidade é como dizer o seguinte: se você me dá um tiro
no pé eu não posso metralhar você. Certo! O problema é quando dão o tiro no pé
por pura incompetência, porque o que queriam era dar o tiro no meio da cabeça e
o outro lado revida com um tiro no meio do joelho, ou seja, impossibilita a
locomoção. No revide, o que deu o tiro no pé (Palestinos) resolve mirar na
cabeça de novo e dessa vez acerta o joelho. Até quando Israel vai ficar levando
tiros sem eliminar logo quem lhe agride. Se coloque no lugar.
Tirando
essa questão de ética na guerra, uma vez que uma guerra deve ser evitada, mas
se começada se trata de questão de sobrevivência, ou seja, ou mata ou morre,
como seguir tanta ética em algo que nasceu pra ser destrutivo e, por esse
motivo, precisa acabar logo? Uma guerra é destruição total. Sendo assim, todas
as partes envolvidas precisam entender que estão perdendo mais que ganhando com
o evento e partir para negociações de paz. À medida que a guerra passa a ser “ética”,
ela passa a demorar mais porque a destruição é calculada.
Outro
ponto são pequenas perguntas sobre essa possível desproporcionalidade. Não vou
entrar em contexto histórico sobre o porquê desses impasses, pra isso existem
centenas de livros a respeito e isso aqui é um pequeno texto, mas:
1) Se se constata
claramente que Israel tem mais poder de fogo que o Hamas;
2) Se se constata
que Israel tem mais preparo institucional e organizacional que qualquer
organização pró-palestina dentro ou fora da Faixa de Gaza;
3) Se está claro que
o Hamas não consegue nem controlar pra onde vão seus mísseis;
Então
por qual raios de motivo que o Hamas, Hezbollah, Fatah, Jihad Islâmica e tudo
quanto é organização pró-palestina ainda não foram varridos do mapa por forças
israelenses que são pontuais em seus ataques e provocam a destruição quando e
onde querem?
A
resposta é simples: porque Israel está sendo proporcional. Se quisessem ser
desproporcionais não sobrava nada de nada. Na verdade acho que não sobrava nem
do Brasil, se é pra falar a verdade.
Não
sei se foi possível perceber, mas comecei falando de Palestinos e Faixa de Gaza
e terminei falando em Hamas, Hezbollah e Fatah. Não foi por acaso. Um é
institucional, o outro é guerrilha. Não existe assimetria bélica ou desproporcionalidade
contra guerrilhas.
Com
relação ao Brasil e sua população, fica difícil entender isso porque não
sabemos mais o que é guerrilha e o que é governo por aqui. Eles se confundem
muito. O líder de um passa a ser o líder de outro e por aí vai, mas para boa
parte do mundo isso é falta de boa vontade mesmo.
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