Nova Iorque, 11 de maio de 2000,
Nos anos recentes e especialmente nos últimos meses, uma organização
autodenominada “Catholics for a Free Choice” (Católicas pelo Direito de
Decidir), uma Organização Não Governamental com sede nos Estados Unidos, tem
defendido uma mudança no ensinamento da Igreja Católica a respeito do aborto e
da contracepção artificial.
Visto que essas atividades podem causar confusão a respeito da posição
que a Igreja Católica tem sempre mantido nesses pontos, a Missão de Observador
Permanente da Santa Sé deseja chamar atenção à declaração relativa às
“Católicas pelo Direito de Decidir” (Catholics for a Free Choice), editada em
10 de maio de 2000, pelo Conselho Nacional de Bispos Católicos dos Estados
Unidos:
DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS CATÓLICOS DOS ESTADOS
UNIDOS
Por muitos anos, um grupo autodenominado “Católicas pelo Direito de
Decidir” (Catholics for a Free Choice - CFFC), tem publicamente defendido o
aborto ao mesmo tempo que diz estar falando como uma autêntica voz católica.
Esta declaração é falsa. De fato, a atividade do grupo é direcionada para
rejeitar e distorcer o ensinamento católico sobre o respeito e a proteção
devida à defesa da vida humana do nascituro indefeso.
Em algumas ocasiões a Conferência Nacional dos Bispos Católicos [dos
Estados Unidos] (NCCB) declarou publicamente que a CFFC não é uma organização
católica, não fala em nome da Igreja Católica e, de fato, promove posições
contrárias ao magistério da Igreja conforme pronunciado pela Santa Sé e pela
NCCB.
A CFFC é, praticamente falando, um braço do “lobby” do aborto nos
Estados Unidos e em todo o mundo. É um grupo de pressão dedicado a apoiar o aborto.
É financiado por algumas poderosas e ricas fundações privadas, principalmente
americanas, para promover o aborto como um método de controle da população.
Esta posição é contrária à política existente nas Nações Unidas e às leis e
políticas da maioria das nações do mundo.
Em sua última campanha, a CFFC assumiu um esforço concentrado de
opinião pública para acabar com a presença oficial e silenciar a voz moral da
Santa Sé nas Nações Unidas como Observador Permanente. A campanha de opinião
pública tem ridicularizado a Santa Sé com uma linguagem que lembra outros
episódios de intolerância anticatólica que a Igreja Católica sofreu no passado.
Como os Bispos Católicos dos Estados Unidos têm afirmado por muitos
anos, o uso do nome “Católica” como uma plataforma de apoio à supressão da vida
humana inocente e de ridicularização da Igreja é ofensivo não somente aos
católicos, mas a todos que esperam honestidade e franqueza em um discurso
público.
Assim, declaramos outra vez com a mais forte veemência:
“Por causa de sua oposição aos direitos humanos de alguns dos mais
indefesos membros da raça humana, e porque seus propósitos e atividades
contradizem os ensinamentos essenciais da fé católica, [o Movimento] 'Católicas
pelo Direito de Decidir' (CFFC) não merece o reconhecimento nem o apoio como
organização católica” (Comitê Administrativo, Conferência Nacional dos Bispos,
1993).
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