segunda-feira, 7 de julho de 2014

A moral Cristã e Game of Thrones.

Não é a minha melhor performance falar de cinema, analisar novela e séries e dar uma de crítico dessa arte, na verdade não entendo absolutamente nada do assunto, mas me senti levado a isso nos últimos dias ao ver a quarta temporada da série Game of Thrones. Fiquem tranquilos, não temos spoilers aqui.

Comecei a ver a série por pura propaganda. Era tanta gente falando dela que me senti envolvido pela propaganda boca a boca. Tenho que confessar que fiquei assustado com os primeiros episódios da primeira temporada. Eu não esperava uma violência daquela, mesmo com a propaganda.

Mas o que mais me chamou a atenção é justamente o porquê dessa violência, seja visual, seja psicológica, seja moral. Fui evoluindo na série e, episódio por episódio fui percebendo como funcionou a cabeça do autor. É, eu tenho essas coisas mesmo. No lugar de me envolver com a história fico pensando como foi feito, o que está por trás, com pensou o autor.... Coisa de gente meio doida. Confesso!

Mas percebi que o autor, querendo ou não, imaginou um mundo de fantasias, sem dúvida, e ambientado em uma possível idade média estereotipada , mas, sobretudo, um mundo sem qualquer risco ou herança de moral cristã. Claro que seria impossível pensar em um mundo sem moral cristã, portanto ele usou o que não poderia ser retirado para causar mais violência psicológica ainda.

A tal violência pra mim é algo permanente na série justamente devido à moral cristã estar muito presente no que eu tenho como certo em minha vida. Assim, temos horrores como relacionamento sexual entre irmãos, incestos dos mais variados, orgias, total desprezo pela vida humana, luta pelo poder em um vale tudo político em que as cabeças rolam sem qualquer discriminação. As lutas e sangue escorrendo são meros detalhes. Tudo isso acontece nos deixando em um ambiente de tensão, já que os personagens principais acabam morrendo e você fica sem referência na série até entender que a referência mudou. Um sem número de histórias acontecendo paralelamente em confluência com uma história central também fazem um contexto muito bom.

Toda essa experiência de um mundo sem moral cristã, fez com que o Autor criasse um único mundo possível sem essa moral que muitos querem destruir ultimamente: um mundo de absoluta violência e maquiavélico no sentido literal da palavra (os fins justificam sempre os meios).

Outra coisa que me chamou muito a atenção é o celibato dos que cuidam da muralha: a patrulha da noite. Eles são celibatários justamente para cuidar de algo que está além do entendimento de quem está sendo protegido pela muralha de gelo. Essa analogia me faz pensar em algo mais profundo. Ao que me lembro, no juramento deles consta o celibato, justamente para não se verem responsáveis particularmente por ninguém, mas sim por todos que estão depois da muralha e, assim, poderem fazer o seu trabalho da melhor forma. Consta também que não tem mais sobrenomes, títulos ou regalias. Afirma-se também que protegerão os que nunca saberão que foram protegidos.

A muralha que divide o conhecido do desconhecido e
que deve proteger a todos com a ajuda da Patrulha da Noite
A ideia da Patrulha da Noite é interessante analogamente em todos os pontos de vista. São celibatários, ok. Perdem os títulos e sobrenomes, ok. Protegem o mundo do que está além da muralha e é desconhecido, ok. Não são reconhecidos pela proteção que realizam, muito menos pela vida que dispensam pra esse fim, ok. São pessoas que muitas vezes não conseguem seguir seus votos, ok. E por aí vai.


Muita coisa que merece ser analisada mais a fundo. Muita analogia que foi feita e muitas vezes não nos damos conta. Muita coisa a ver com nossa doutrina cristã e os efeitos dela no mundo atual.

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