sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Seria possível multiplicar riquezas dividindo-as?

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. 
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.  O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. 
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
 
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
 
Adrian Rogers, 1931

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Experiência da Bélgica expõe os riscos da eutanásia

Em cada três casos, um não tem consenso do paciente

Por Paul De Maeyer

ROMA, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - No início de março, o parlamento italiano deverá votar a proposta de lei sobre as chamadas “declarações antecipadas de tratamento”, ou DAT. O projeto relacionado com essas “vontades antecipadas” ou “testamentos vitalícios” fecha a porta para a eutanásia ativa e para a interrupção da alimentação e da hidratação artificiais.

Depois do caso de Eluana Englaro – a mulher de Lecco que ficou 17 anos em estado vegetativo e que morreu em 9 de fevereiro de 2009 após a suspensão da nutrição assistida, a pedido de seu pai, Beppe Englaro – o texto exclui também o recurso a orientações eventualmente manifestadas pelo paciente que estejam fora dos procedimentos legais.

Enquanto os partidários da “morte doce” e do suicídio assistido definem o projeto de lei sobre o biotestamento como “proibitivo”, “reacionário” e “liberticida”, chegam notícias chamativas de um dos poucos países europeus em que a eutanásia é legal: na Bélgica, alguns fatos relacionados à prática (legalizada em 2002) convidam a uma profunda reflexão e demonstram que o risco de abusos é muito alto.

No reino, que está sem governo há mais de 250 dias (um recorde mundial), a fórmula das “declarações antecipadas de eutanásia” não parece suscitar muito entusiasmo. O diário Le Soir de 19 de fevereiro informa que no fim de 2010 foram registradas pelas autoridades competentes – o ISPF (Serviço Público Federal de Saúde Pública) – 24.046 declarações, das quais três quartos procedentes de Flandres, a parte norte e mais populosa do país.

No decurso de 2010, foram registradas “só” 8.000 novas declarações, uma média semanal de 170, considerada muito baixa. Segundo o jornal de Bruxelas, com o intuito de limitar a divulgação da prática, é obrigatório dirigir-se aos serviços públicos acompanhado de duas testemunhas adultas; além disso, o documento deve ser renovado a cada cinco anos.

Um processo muito preocupante é exposto por Wesley J. Smith, ativo opositor da eutanásia e do suicídio assistido. Em seu blog Secondhand Smoke, no site da revista norte-americana First Things, Smith chama a atenção para um projeto apresentado em dezembro de 2010 por três peritos belgas em transplantes - os professores Dirk Ysebaert, da Universidade de Amberes, Dirk Van Raemdonck, da Universidade Católica de Louvain, e Michel Meurisse, da Universidade de Liège - durante um simpósio sobre a doação e o transplante de órgãos no país, organizado pela Real Academia de Medicina da Bélgica.

Em sua apresentação, chamada “Organ Donation after Euthanasia. Belgian experience: medical & practical aspects” (a apresentação pode ser baixada na internet em formato .ppt), os três médicos propuseram uma série de diretrizes sobre a extração de órgãos de pessoas mortas por eutanásia para serem usados em transplantes.

De acordo com os autores, 20% (ou 141 de 705) das pessoas que em 2008 optaram oficialmente pela eutanásia na Bélgica sofriam de transtornos neuromusculares. Já que se trata de pacientes com órgãos de qualidade relativamente “alta”, eles representam uma categoria de potenciais doadores que podem contribuir para combater a escassez de órgãos na Bélgica e em outros países membros da organização Eurotransplant.

Segundo os três acadêmicos belgas, que pedem “uma estreita separação” entre o pedido e o procedimento da eutanásia e depois a extração, “a doação de órgãos após a eutanásia é viável”. Além disso, “o forte desejo de doar de um paciente não pode ser negado”, afirmam.

A proposta dos três médicos não é uma hipótese, mas um estudo baseado numa prática já existente. A literatura científica menciona ao menos quatro casos de pacientes mortos por eutanásia na Bélgica dos quais foram extraídos órgãos para transplantes.

Um caso – citado por Wesley Smith na revista Transplantation – foi o de uma mulher em fase não terminal, mas em estado de “locked-in”, condição em que a pessoa é perfeitamente consciente e está acordada, mas é incapaz de se comunicar por estar completamente paralisada. Dez minutos depois da morte proporcionada à mulher, segundo a declaração de três médicos diferentes e em presença do marido, foram extraídos seu fígado e rins.

“É um terreno perigoso, piorado por médicos, cônjuges e por uma respeitada revista médica, já que corroboram a ideia de que é melhor estar morto do que inválido; e também a ideia de que pacientes vivos podem ser considerados, substancialmente, um recurso natural a matar e explorar”, observou Smith no blog.

Que o “modelo belga” está rumando para um terreno escorregadio também se observa a partir de outros dois estudos publicados no ano passado, o primeiro em maio no Canadian Medical Association Journal (CMAJ) e o segundo em outubro no British Medical Journal (BMJ).

O estudo publicado em maio revela que quase um terço (ou 32%) dos casos de “morte assistida” na região de Flandres é aplicada sem o pedido ou o consenso do paciente. Em mais da metade dos casos (52,7%), a pessoa submetida à eutanásia sem ter pedido tinha 80 anos ou mais.

O segundo estudo informa que apenas a metade (ou 52,8%) de todas as mortes por eutanásia em Flandres foi comunicada ao organismo competente, a Comissão Federal de Controle e de Avaliação, apesar de ser uma exigência legal. Chama a atenção também o fato de que quase na metade dos casos não comunicados (41,3%) o procedimento da eutanásia foi realizado por um enfermeiro em ausência de um médico. A lei belga prevê que só um médico pode aplicar a eutanásia.

Os partidários da eutanásia, no entanto, consideram que a atual lei belga ainda não é suficiente, embora considerem que ela “funciona bem”.

Existe o caso de um perito em tratamentos paliativos, professor Wim Distelmans, da Vrije Universiteit Brussel (VUB), que promove a criação de uma verdadeira “clínica da eutanásia” na Bélgica (De Morgen, 22 de janeiro). Também aumentam os pedidos para que a eutanásia seja estendida aos menores, legalizando assim uma prática já enraizada. Conforme estudo publicado em março de 2009 no American Journal of Critical Care (AJCC), em cinco das sete unidades de cuidados intensivos pediátricos, os casos chegaram ao menos a 76 durante os anos 2007-2008.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

COMUNHÃO EM DUAS ESPÉCIES.



Com relação à comunhão em duas espécies, dentro do Direito Canônico temos as seguintes determinações:

Cân. 925. Distribua-se a sagrada comunhão só sob a espécie de pão ou, de acordo com as leis litúrgicas, sob ambas as espécies; mas, em caso de necessidade, também apenas sob a espécie de vinho.

Somente com o texto do Código de Direito Canônico já seria possível inferir o que é preciso fazer e que se trata de uma possibilidade pastoral a comunhão sob duas espécies. Como toda questão pastoral, essa fica ou sob a determinação do Ordinário Local, ou seja, o Bispo ou mesmo do Pároco, caso o Bispo assim entenda.

O IGMR (Instrução Geral do Missal Romano) traz mais luz a esse tema não só em um único parágrafo, mas em vários:

14. Este mesmo espírito e zelo pastoral levou o II Concílio do Vaticano a reexaminar as decisões do Concílio de Trento referentes à comunhão sob as duas espécies. Uma vez que, hoje em dia, ninguém põe em dúvida os princípios doutrinais relativos ao pleno valor da comunhão eucarística recebida apenas sob a espécie do pão, o Concílio autorizou para certos casos a comunhão sob as duas espécies, com a qual, graças a uma apresentação mais clara do sinal sacramental, se dá aos fiéis ocasião oportuna para compreender mais profundamente o mistério em que participam.

Essa explicação que o IGMR nos apresenta não é nova, muito menos foi criada por ele. Já a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, o Sacrosanctum Concilium no número 55 já afirmava a mesma coisa:

55. (...)
A comunhão sob as duas espécies, firmes os princípios dogmáticos estabelecidos pelo Concílio de Trento, pode ser permitida, quer aos clérigos e religiosos, quer aos leigos, nos casos a determinar pela Santa Sé e ao arbítrio do Bispo, como seria o caso dos recém-ordenados na missa da ordenação, dos professos na missa da sua profissão religiosa, dos neófitos na missa pós-batismal.

Pois bem, o documento do Concílio Vaticano II é claríssimo em dizer que “pode ser permitida”, ou seja, não há a instrução de obrigação, mas sim de faculdade dessa permissão. Deixa claro, ainda, que fica ao arbítrio do Bispo, isto é, o Ordinário Local tem toda a autoridade sobre o tema, deixando ao seu arbítrio a possibilidade pastoral do uso da Comunhão em duas espécies.

Apenas para arrematar a questão de já existir normas muito mais antigas quanto a necessidade e possibilidade de se distribuir a comunhão em duas espécies, temos que o Concílio de Trento também já manifestava essa mesma recomendação na Sessão XXI, Doctrina de Communione sub utraque specie et parvulorum, e. 1-3, cân. 1-3: Concilium Trident. ed. cit., t. VIII, pp. 698-699.

O IGMR continua deixando implícito que a comunhão sob duas espécies é possível caso ser pastoralmente aconselhável, tudo sob a tutela do Bispo ou do Pároco:

161. Se a Comunhão é dada sob a espécie do pão somente, o sacerdote mostra a cada um a hóstia um pouco elevada, dizendo: O Corpo de Cristo. Quem vai comungar responde: Amém, recebe o Sacramento, na boca ou, onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que recebe a santa hóstia, consome-a inteiramente.
Quando a Comunhão se fizer sob as duas espécies, observe-se o rito descrito no lugar próprio.

A interpretação é muito simples: o parágrafo começa afirmando que “a comunhão é dada sob a espécie do pão somente”. Essa expressão deixa claro que á o ato ordinário, comum, normal é a comunhão somente sob a espécie do pão.

No segundo parágrafo fica mais claro ainda que se trata de situação extraordinária a comunhão em duas espécies, caso contrário não afirmaria “quando a comunhão se fizer em duas espécies...”. O “quando” nos remete a posição e eventualidade, isto é, extraordinariedade.

Sob a mesma ótica podemos observar o nº 182 do IGMR:

182. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe a Comunhão sob as duas espécies do próprio sacerdote e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. Sendo a Comunhão ministrada sob as duas espécies, apresenta o cálice aos comungantes e, terminada a distribuição, consome logo com reverência, ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

191. O acólito legalmente instituído, como ministro extraordinário, pode, se for necessário, ajudar o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. Se a Comunhão for dada sob as duas espécies, na ausência do diácono, o acólito ministra o cálice aos comungantes, ou segura o cálice, se a comunhão for dada por intinção.

O “sendo” e o “se” remete a posição de eventualidade. Caso contrário a expressão seria alguma outra que nos deixasse claro a obrigatoriedade.

Para regulamentar essa determinação, mais recentemente temos o n. 281 a 287 do IGMR (Instrução Geral do Missal Romano) estabelece todos os procedimentos com relação à comunhão em duas espécies:

281. A Comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal, quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino do Pai.

O nº 281 apenas nos informa que “a Comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal, quando sob as duas espécies”, contudo, não é uma cerimônia mais ou menos melhorada por esse motivo. Explica apenas que o modo de realizar o rito da comunhão em duas espécies ajuda a sintonizar melhor a intenção profunda do sacramento e corresponde mais e melhor à vontade do mesmo Cristo: Tomai e Bebei. Entretanto, em momento algum coloca a obrigatoriedade. Veremos que nos números a seguir é justamente o contrário que acontece.

Para um melhor aprofundamento dessa mesma regra e explicação temos essa mesma Instrução Echaristicum Mysterium da Congregação dos Ritos, nº 32 de 25 de maio de 1967.

Seguindo no IGMR temos:

282. Cuidem os pastores de lembrar, da melhor forma possível, aos fiéis que participam do rito ou a ele assistem, a doutrina católica a respeito da forma da Sagrada Comunhão, segundo o Concílio Ecumênico Tridentino. Antes de tudo advirtam os fiéis de que a fé católica ensina que, também sob uma só espécie, se recebe Cristo todo e inteiro, assim como o verdadeiro sacramento; por isso, no que concerne aos frutos da Comunhão, aqueles que recebem uma só espécie não ficam privados de nenhuma graça necessária à salvação.

Esse número do IGMR pode ser sublinhado em duas partes, portanto vejamos cada uma separadamente.

A primeira parte afirma categoricamente que os pastores devem advertir os fiéis que a comunhão em uma só espécie é comunhão do corpo inteiro de Cristo e não uma só parte.

Em um segundo momento temos a explicação de que aquele que recebe a comunhão somente em uma das espécies não fica privado de nenhuma graça necessária e não difere em anda daquele que recebe a comunhão em duas espécies.

Essa mesma explicação e determinação de advertência por parte dos pastores aos fiéis consta no documento do Concílio Tridentino intitulado Decreto sobre a comunhão eucarística na Sessão XXI, capítulos de 1-3 datado de 16 de julho de 1562, ou seja, não tem nada de novo.

Na sequência diz o IGMR:

283. Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:
a) aos sacerdotes que não podem celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;
b) ao diácono e a todos que exercem algum ofício na Missa;
c) aos membros da comunidade na Missa conventual ou na Missa chamada "da comunidade", aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral.
O Bispo diocesano pode baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese, a serem observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos pequenos grupos. Ao mesmo Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as duas espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote a quem, como pastor próprio, a comunidade está confiada, contanto que os fiéis tenham boa formação a respeito e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento, ou o rito se torne mais difícil, por causa do número de participantes ou por outro motivo.
Contudo, quanto ao modo de distribuir a sagrada Comunhão sob as duas espécies aos fiéis, e à extensão da faculdade, as Conferências dos Bispos podem baixar normas, a serem reconhecidas pela Sé Apostólica.

O nº 283 do IGMR elenca três casos clássicos de permissão para a comunhão em duas espécies, quais sejam: aos sacerdotes que por um motivo ou outro não podem ou não puderam concelebrar a missa; ao diácono que serve à missa e aos que tem ofício naquela missa como os leitores, acólitos e MESC’s.

A letra “c” já possui alguns termos que podem confundir algum desavisado. Quanto à Missa Conventual considero que não qualquer dificuldade em entender que pode haver comunhão em duas espécies em missas celebradas em conventos. “Aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral” parece que também não há qualquer dificuldade. O problema está na chamada “missa da comunidade”. Muitas vezes se confunde essa missa com a missa pro populi que deve ser celebrada nas Paróquias em prol da própria comunidade sem intenções especiais (lidas).

Missa da comunidade é aquela dos religiosos de uma comunidade religiosa. Comunidade significa uma casa religiosa. Tanto que se fala em Missa conventual ou Missa da comunidade. Nem toda casa religiosa se chama convento. Se for convento, é conventual a Missa, mas se for religiosa, mas não convento, é Missa da comunidade.

Ademais, nem toda Missa feita na comunidade religiosa ou convento é conventual ou da comunidade. Só a principal, presidida pelo reitor ou alguém por ele designado, com participação dos religiosos assistindo, eventualmente padres em veste coral etc. Dessa forma, essas missas podem ter a comunhão em duas espécies sempre, caso o Ordinário Local assim determine ou o celebrante assim queira.

No mesmo nº 283 do IGMR fica claro que o Bispo tem a faculdade de “baixar normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese” que devem ser observadas por todos, inclusive as ordens religiosas e grupos diversos.

A mesma faculdade é concedida ao Bispo para permitir a Comunhão sob as duas espécies, sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote, ou seja, sempre que for pastoralmente viável. Urge salientar que essa é a postura de nossa Diocese.

Por fim, apenas para que fique claro que a Igreja não obriga ninguém a comungar sob duas espécies, o nº 284 do IGMR, em sua parte final afirma:

284. Aos fiéis que, eventualmente, queiram comungar somente sob a espécie de pão, seja-lhes oferecida a sagrada Comunhão dessa forma.

Assim sendo, chega às seguintes conclusões:

a) Nenhum sacerdote é obrigado a oferecer a comunhão em duas espécies a não ser nos momentos em que as regras assim o determinam;

b) Os Bispos têm a faculdade de decretar os momentos e/ou datas em que se deverá distribuir a comunhão em duas espécies em sua Diocese;

c) Os Bispos têm a faculdade de deixar à livre iniciativa pastoral dos sacerdotes a comunhão em duas espécies, desde que fique claro aos fiéis que a comunhão em duas espécies não vale mais do que a comunhão em espécie única;

d) Fiéis leigos que não exercem qualquer ofício na Missa, não têm direito de cobrar a comunhão em duas espécies;

e) Não existe norma para a Igreja Universal determinando que ocorra comunhão em duas espécies nesse ou naquele momento, mas apenas recomendação;

f) A comunhão em única espécie tem registros multiseculares e nunca houve condenação da Igreja sobre essa prática, pelo contrário.

Goiânia, 16 de fevereiro de 2011.


Emanuel de Oliveira Costa Jr.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bispos dos EUA e projeto de lei contra o aborto.

Incrível como tem aflorado pelo mundo a onda abortista, apesar de que eles (os abortistas) não gostarem nem um pouco desse adjetivo. Engraçado isso!

Mas voltando ao assunto, é preciso que os Católicos como um todo estejamos unidos contra esse que parece ser um dos grandes pontos de ataque à vida e, muitas vezes, ao Catolicismo. Explico. Muita gente é a favor do aborto pelo simples fato de a Igreja ser contra. São os “do-contra” com relação a Igreja. Nem sabem o motivo pelo qual são a favor, mas o são porque a Igreja é contra. Outra coisa que não dá pra entender!

Mas no EUA os bispos americanos tem dado exemplo no sentido de “dar a cara a tapa” ao apoiarem bem abertamente três projetos de lei na Câmara dos Deputados de lá, que pretendem proteger a consciência dos profissionais de saúde e evitar que os fundos provenientes dos impostos sejam usados para financiar abortos.

Bom, antes que me venham ataques, eu sei que os Bispos daqui também apóiam abertamente uma série de coisas, mas o nosso abertamente é bem diferente do abertamente de lá. Abertamente aqui ainda é muito camuflado. Ainda parece haver medo de se expor. Infelizmente é uma atitude muito diferente do exemplo de Cristo e dos santos mártires.

O que acontece é que o presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, cardeal Daniel DiNardo, arcebispo de Galveston-Houston, escreveu três cartas à Câmara dos Deputados com a legislação proposta.

Sobre a Protect Life Act, o purpurado destacou que enfrentaria as lacunas na reforma do sistema de saúde e a colocaria "na linha das políticas sobre o aborto e sobre os direitos de consciência que prevaleceram durante muito tempo em outros programas de saúde federais".

O projeto de lei conseguiria isso evitando que os fundos subsidiassem abortos ou planos de saúde que incluem o aborto, defendendo a liberdade dos profissionais de saúde que se recusam a participar dos abortos e garantindo que a lei não prevalecesse sobre leis estaduais acerca do aborto e da objeção de consciência.

O Abortion Non-Discrimination Act codificaria a política da emenda Hyde/Weldon e daria aos serviços de saúde que não realizam abortos um recurso legal contra a discriminação do governo.

"O projeto de lei declara um princípio fundamental - escreveu o cardeal DiNardo: nenhum posto de saúde deveria ser obrigado pelo governo a realizar abortos ou a participar deles." Questão de objeção de consciência dos profissionais.

O No Taxpayer Funding for Abortion Act, finalmente, codificaria o fato de que "o governo federal não deve usar o dinheiro dos contribuintes para apoiar ou promover o aborto".

O cardeal DiNardo sublinhou que muitas pessoas pensam que isso já está refletido na lei. A medida evitaria problemas e confusão sobre o financiamento do aborto no futuro, acrescentou.

Com estes projetos de lei, concluiu ele, se agiria de forma clara, "em vez de perder-se em debates sobre este procedimento letal que a maioria dos americanos sabe que não está dentro da ‘assistência à saúde'".

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Aborto e verdadeiras necessidades das mulheres

Entrevista com a ex-diretora de “Planned Parenthood”, Abby Johnson

Por Genevieve Pollock

BRYAN, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A compaixão de Abby Johnson pelas mulheres em crise, devido a uma gravidez não desejada, levou-a a trabalhar em Planned Parenthood, mas sua promoção do aborto e da contracepção logo a deixou em dúvida sobre as necessidades reais de tais mulheres.

A ex-diretora da clínica de Planned Parenthood, que deixou o emprego depois de ter assistido a um aborto, falou com ZENIT sobre as necessidades reais das mulheres em situação de crise e sobre como ser pró-vida significa verdadeiramente educar as pessoas na liberdade que determinará suas vidas.

Johnson publicou o livro "Unplanned" no mês passado, no qual explica o programa de Planned Parenthood: ganhar dinheiro incentivando as mulheres a abortar.

Ela está trabalhando atualmente com a organização pró-vida 40 Days For Life, que começará outra campanha de oração, em 9 de março, para chegar de forma pacífica às mulheres em necessidade.

Nesta entrevista com ZENIT, Johnson conta por que sua aproximação de 40 Days For Life foi um sucesso sem precedentes, tanto em sua própria conversão como na da vida de outros.

ZENIT: Em seu livro, uma constante é a sua compaixão e seu desejo sincero de ajudar as mulheres em crise, já que foi justamente isso que a motivou a trabalhar na clínica de Planned Parenthood. Você parece ter notado, entretanto, que sua atitude de caridade evangélica tem mais consonância com a verdade ao unir-se à causa pró-vida. Como aconteceu essa mudança na sua compreensão sobre o que as mulheres em crise realmente precisam?

Abby Johnson: As mulheres em crise não precisam de uma "solução rápida". Esta solução rápida normalmente vem acompanhada de uma dor emocional que dura a vida inteira; entrar em uma clínica sendo mãe e sair dela sem sê-lo mais causa nas mulheres e em suas famílias uma dor que nunca sequer imaginaram.
Eu não estava ciente desta realidade até que eu mesma fui testemunha de um aborto guiado por ecografia.

Ver um corpo perfeitamente formado que foge dos instrumentos do aborto e ver como é cortado em pedacinhos me "despertou", em todos os sentidos. Percebi que eu não estava ajudando as mulheres com problemas: estava adicionando um novo problema a todos os que elas já enfrentavam!

Estas mulheres precisam ser respeitadas e ter tempo para ponderar todas as "escolhas" disponíveis, com seus prós e contras.

Elas precisam de compaixão, de um ombro amigo para chorar, de uma pessoa que as escute e, sobretudo, de alguém que as anime, porque elas merecem algo melhor que o aborto.

As clínicas de aborto continuarão acumulando nelas crise atrás de crise; nós, como pró-vida, continuaremos oferecendo-lhes esperança e um futuro melhor, apesar de seus problemas.

ZENIT: Você já fez muita coisa para explicar como o objetivo de Planned Parenthood é incentivar a abortar por razões econômicas. O que você pensa sobre a difusão de métodos anticoncepcionais? Você mudou sua opinião sobre a eficácia desses meios para "evitar uma gravidez indesejada"?

Abby Johnson: Enquanto eu trabalhava na Planned Parenthood, descobriu que 60% das gravidezes não desejadas eram de mulheres que haviam usado algum método anticoncepcional; uma das razões é que a Planned Parenthood não deseja ter o trabalho e dedicar tempo a educar as mulheres em suas escolhas sobre o método anticoncepcional, mas, ao contrário, sai por aí distribuindo métodos contraceptivos como se fossem balas.

O fato de não dedicarem tempo para explicar os riscos, complicações e componentes necessários para o controle da natalidade faz com que muitas mulheres abusem do método que estão usando, o que as leva a uma gravidez não planejada.

Planned Parenthood, então, usa o aborto como sistema de segurança no controle da natalidade.

Sempre defendi o controle da natalidade, porque, mesmo quando trabalhava na Planned Parenthood, meu objetivo era reduzir os abortos através de meios gratuitos ou a preços acessíveis de controle de natalidade para os casais sexualmente ativos que não estavam dispostos a formar uma família.

Embora eu, pessoalmente, prefira não utilizar métodos contraceptivos hormonais, devido aos riscos médicos envolvidos e às minhas crenças espirituais, compreendo aqueles que o fazem, e nós sabemos que, como associação, precisamos informar as mulheres que há opções melhores do que os contraceptivos hormonais.

Minha recomendação para aqueles que tentam usar um método contraceptivo é o planejamento familiar natural, que é um caminho natural para evitar uma gravidez indesejada ou inesperada, sem o uso de medicamentos ou procedimentos médicos. É também uma maneira de se conectar com o próprio parceiro em um nível muito pessoal, no qual ambos têm o mesmo grau de responsabilidade no processo de fertilidade.

ZENIT: De acordo com a sua história, foi o foco único da campanha 40 Days for Life que tocou seu coração e provocou sua conversão. Em que consiste esta campanha e por que é tão eficaz na promoção da causa pró-vida?

Abby Johnson: A 40 Days For Life é uma campanha que consiste em 40 dias de vigílias de oração pacíficas no exterior das clínicas de aborto. Sua finalidade é diferente dos "pelotões" que havia fora das clínicas de aborto há alguns anos. Seu objetivo não é condenar ou odiar, mas chegar a uma aproximação amorosa, de paz e de oração.

Os 40 dias de vigilância constante não são só pela dedicação, mas por uma causa que vai além dos esforços da indústria do aborto para ajudar essas mulheres. Não se preocupam somente com a saúde ou com o bem-estar físico das mulheres que podem ou não estar grávidas, mas também pelo seu bem-estar espiritual.

ZENIT: O que você gostaria que as pessoas pró-vida aprendessem com a sua história, sobre como falar com amigos, familiares ou colegas que são pró-aborto?

Abby Johnson: A única maneira de conversar com amigos, familiares ou colegas pró-aborto é a partir da serenidade, da oração e do amor. No meu livro, relato como as pessoas se reuniam na frente da Planned Parenthood para condenar; isso nos fazia - a mim e aos meus colegas de trabalho - querer "proteger" mais ainda essas mulheres.

Sempre foram a presença e as palavras de pessoas de paz, de oração e de amor que me fizeram pensar mais e até mesmo refletir realmente com elas.

Eu sabia que queriam o mesmo que eu; queriam desesperadamente ajudar essas mulheres (embora eu pensasse que queriam ajudar de forma errada). Apesar da minha mentalidade pró-aborto, essas pessoas me impressionaram, e acabei absorvendo suas palavras e ações, até o dia em que deixei Planned Parenthood.

Minhas palavras a todos os pró-vida são: "Não desistam! Mas vocês devem se apresentar de uma forma que os trabalhadores ou advogados da causa abortista se sintam atraídos por vocês e que não se esqueçam de vocês, porque isso é o que transforma os corações".

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Igreja não pode viver sem o "escândalo" do celibato, afirma Prefeito vaticano.

O Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal italiano Mauro Piacenza, assinalou que a Igreja não pode viver "sem o escândalo do celibato" que dá testemunho de Deus perante o mundo.

O L'Osservatore Romano deu a conhecer este 15 de fevereiro uma análise que fez recentemente o Cardeal Piacenza sobre o celibato desde a perspectiva do Papa Bento XVI.

Esta meditação é parte de uma série de reflexões oferecidas recentemente sobre o magistério dos pontífices do século XX na localidade de Ars, França, terra natal de São João Maria Vianney a quem o Papa dedicou o Ano Sacerdotal concluído em junho de 2010.

O Cardeal recordou que na clausura deste ano jubilar na Praça de São Pedro em Roma, perante milhares de sacerdotes de todo o círculo, o Papa disse que "para o mundo agnóstico, o mundo no qual Deus não entra, o celibato é um grande escândalo, porque mostra que Deus é considerado e vivido como realidade. Com a vida escatológica do celibato, o mundo futuro de Deus entra nas realidades de nosso tempo".

Depois de recordar as palavras do Papa, o Cardeal Piacenza questionou: "como poderia a Igreja viver sem o escândalo do celibato? Sem homens dispostos a afirmar no presente, também e sobre tudo através da própria carne, a realidade de Deus?"

"Tais afirmações tiveram cumprimento e, em certo modo, coroação na extraordinária homilia pronunciada na clausura do Ano Sacerdotal na qual o Papa rezou para que, como Igreja, sejamos livres dos escândalos dos menores, para que apareça o verdadeiro escândalo da história, que é Cristo o Senhor".

O magistério do Papa Bento XVI "sobre o celibato sacerdotal não deixa dúvida alguma" a respeito de sua validez e fundamento, considerado na exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis de 2007 como "uma riqueza inestimável".

Nesse documento, o Papa afirma que "o fato de que Cristo mesmo, sacerdote eterno, tenha vivido até o sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto de referência segura para compreender o sentido da tradição da Igreja".

"Em realidade representa uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo", acrescenta.

"Em unidade com a grande tradição eclesiástica, com o Concílio Vaticano II e com meus predecessores, reafirmo a beleza e a importância de uma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo da dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e confirmo assim a obrigatoriedade para a Tradição latina".

"O celibato sacerdotal vivido com maturidade, firmeza e dedicação é uma maior bênção para a Igreja e para a sociedade mesma".

FONTE: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=21128

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Papa que libertou a Europa do comunismo.

Entrevista com Dom Mariusz Frukacz, redator do semanário Niedziela

Por Antonio Gaspari

ROMA, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Em 1º de maio, Bento XVI beatificará em Roma o seu predecessor, Karol Wojtyla.

Para ajudar a entender melhor as virtudes e a santidade de João Paulo II, ZENIT passa a publicar diversos testemunhos de pessoas que o conheceram e conviveram com ele.

Começamos entrevistando Mariusz Frukacz, sacerdote da arquidiocese de Częstochowa, redator do semanário católico Niedziela e correspondente diocesano da Agência Católica de Informação.

ZENIT: A Polônia ficou submetida duramente ao regime soviético. O que significou para o povo a eleição de João Paulo II como papa?

Pe. Frukacz: Em 1978, quando o Card. Wojtyła foi eleito Pontífice com o nome de João Paulo II, a Polônia estava esmagada pelo regime comunista. A eleição de João Paulo II, o primeiro Pontífice eslavo, teve uma grande relevância não só para a Polônia, mas para toda a Europa central e oriental. O povo na Polônia, mas também nos outros países submetidos ao regime soviético, vislumbrou, além da grande alegria, também o espírito da liberdade. João Paulo II trouxe consigo a fidelidade ao Evangelho e a coragem da fé na verdade. Para mim, as palavras “Não tenham medo, escancarem as portas para Cristo” deram vida às mudanças da época na Polônia e em toda a Europa. A eleição de João Paulo II significou o início da primavera da liberdade. A eleição daquele Pontífice deu ao povo polonês a força espiritual e moral para passar da resistência contra a injustiça para a vitória do bem sobre o mal. João Paulo II deu a largada para a revolução espiritual e moral na Polônia e nos outros países da Europa central e oriental.

ZENIT: É verdade que os russos não invadiram a Polônia porque Wojtyla era o Papa?

Pe. Frukacz: Esta pergunta não tem uma resposta simples. Ainda não conhecemos todos os documentos do regime comunista, e pouco se sabe do período em que o general Wojciech Jaruzelski instaurou o estado de guerra, em que foram suspensos os direitos civis, em que os ativistas do Solidarność foram presos. Eu acho que alguns historiadores têm razão quando escrevem que os russos não invadiram a Polônia porque não queriam repetir a situação de 1968, quando invadiram a Tchecoslováquia. O general Wojciech Jaruzelski afirma que no dia 13 de dezembro de 1981 teve que instaurar o estado de guerra na Polônia porque, se não, os russos teriam invadido o país. Hoje sabemos que Jaruzelski não falou a verdade. Do ponto de vista de alguns documentos e com base em testemunhos, os historiadores da Polônia sustentam que o regime comunista, em especial Leonid Brezniev, o primeiro-secretário do partido comunista da União Soviética, queria que o general Jaruzelski e o regime comunista na Polônia resolvessem o problema do Solidarność com suas próprias forças. Sabemos também que, durante o estado de guerra na Polônia, João Paulo II mantinha estreitos contatos diplomáticos com o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e que escreveu a Leonid Breżniev para convencê-lo a não invadir a Polônia. Apesar disso, não podemos dizer com suficiente certeza que os russos não invadiram a Polônia porque o Card. Wojtyla era Papa.

ZENIT: O nazismo, primeiro, e o comunismo, depois, tentaram arrancar as raízes cristãs e apagar a fé católica do povo polonês. Por que não conseguiram? 

Pe. Frukacz: É verdade que o nazismo e o comunismo tentaram arrancar as raízes cristãs e apagar a fé católica do povo polonês. E não conseguiram. Penso que o recurso decisivo que salvou a fé católica foram as famílias polonesas, que respeitaram e transmitiram aos filhos o patrimônio espiritual das gerações precedentes. Nas famílias cristãs polonesas, durante o regime nazista e depois no comunista, era vivo e forte o vínculo da fé com a cultura cristã e a cultura nacional. Para o povo polaco, a fé tem a sua importância também na vida social. Não é uma coisa privada. A fé tem uma dimensão social e nacional. Para os polacos, a fé é vinculada ao patriotismo verdadeiro, que é amor por Deus e pela Pátria.

Acho também que um grande papel para manter fortes as raízes cristãs na sociedade polaca foi desempenhado pelos movimentos e associações cristãs, como o Movimento Luz e Vida, do Servo de Deus Franciszek Blachnicki. Também teve muita importância o Clube da Inteligência Católica, a pastoral acadêmica e as semanas da cultura cristã, quando os artistas apresentavam e transmitiam nas igrejas a cultura e a literatura nacional para os fiéis.

Outro papel-chave foi do Card. Stefan Wyszyński, Primaz do Milênio. Foi ele que organizou os "Votos de Jasna Góra" em 1956, a novena pelos mil anos do cristianismo na Polônia (1957-1966). O Card. Wyszyński aprofundou e difundiu a "Teologia da Nação" para reforçar a identidade católica dos poloneses. João Paulo II também testemunhou a relevância e a grandeza da figura de Wyszyński quando disse: “Não teria havido um Pontífice polaco no trono de Pedro se não fosse pela fé do Card. Wyszyński”.

ZENIT: Primeiro a beatificação de Jerzy Popieluszko, agora a de Karol Wojtyla, dois heróis modernos. Existem muitos elementos comuns na coragem e no testemunho heroico de ambos. Pode ressaltá-los?

Pe. Frukacz: Claro, são muitos elementos comuns. O primeiro, eu considero, é a forte fé. O beato Popiełuszko e João Paulo II são homens de fé no sentido de total obediência a Deus. Os dois são também homens que realizaram na vida a verdadeira fidelidade ao Evangelho e aos valores cristãos. Em nome do Evangelho e do respeito aos valores cristãos na esfera da vida pública, eles defenderam os direitos humanos e a dignidade da pessoa humana. Os dois deram verdadeiro testemunho de Cristo até derramar o sangue. O beato Jerzy Popiełuszko foi morto pelos serviços secretos comunistas. João Paulo II sofreu um atentado na Praça de São Pedro no dia 13 de maio de 1981.

Don Popiełuszko e João Paulo II promoveram os direitos humanos, os direitos dos trabalhadores e a dignidade das pessoas humanas, tudo à luz do Evangelho. Para a Polônia e para o mundo inteiro, eles testemunharam a coragem, a fidelidade a Deus, à Cruz de Cristo e ao Evangelho, o amor por Deus e pela Pátria. Os dois representaram o patriotismo em sentido cristão, como virtude cultural e social. Acho que um elemento comum aos dois é a espiritualidade mariana e a confiança total em Maria. Para don Popiełuszko, o exemplo era São Maximiliano Kolbe, e para João Paulo II era São Luis Maria Grignion de Montfort.

ZENIT: O senhor conheceu e conviveu com Karol Wojtyla. Quais são, do seu ponto de vista, as qualidades singulares de João Paulo II?

Pe. Frukacz: Meu primeiro encontro com João Paulo II foi na viagem apostólica à Polônia, em junho de 1979. Eu tinha 8 anos. Me lembro bem da figura branca com os braços abertos. Me lembro do clima de alegria daqueles dias históricos. Me lembro também das lágrimas dos meus pais, especialmente do meu pai, Marian, que fazia parte do Solidarność. Nos anos seguintes, participei com os meus familiares nos outros encontros com João Paulo II em Jasna Góra e em Częstochowa, durante as viagens de 1983, 1987, 1991, 1997, 1999.

Muito importante também para a minha espiritualidade foi o encontro em agosto de 1991, quando João Paulo II veio abençoar o nosso Seminário Maior em Częstochowa. Eu estava no segundo ano. As palavras do papa me bateram muito quando ele disse: “Com dedicação total, própria da postura de Maria sob a Cruz... proclamar o Evangelho do Seu Filho e testemunhá-lo na vida, com generosidade, sem nenhum compromisso com o espírito deste mundo e sem medo nenhum”.

O Papa polaco foi um homem de oração. Está viva na minha alma a Missa que concelebrei com João Paulo II na capela privada do Palácio Apostólico, em 7 de setembro de 2000. Penso que João Paulo II foi um homem de genuína alegria cristã. Durante os meus estudos em Roma (2000-2007) pude encontrá-lo e falar com ele na época de Natal, e me lembro bem dele entoando conosco os cantos de Natal. Penso que João Paulo II foi um homem de grande amor ao próximo, a Cristo e à Igreja. Ele amava muito Maria, foi um homem do terço. Sempre trago comigo o terço que ele me deu.

ZENIT: Quantos poloneses virão a Roma para a beatificação de João Paulo II?

Don Frukacz: Não dá para dizer a quantidade certa, mas posso dizer que a Polônia toda está em movimento. A mídia polonesa diz que, para a beatificação de João Paulo II, virão a Roma mais de um milhão de peregrinos da Polônia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Avaliação do SUS. Encomenda? Será?

Hoje, ouvindo a rádio quando ia trabalhar me deparei com um notícia: população avaliou o SUS e a pessima avaliação ficou por conta de quem não utiliza o sistema. A justifica veio, obviamente da forma que mais conveio, eis a lógica deles: se eles não utilizam e consideram ruim, quer dizer que fatores externos fazem parte de sua avaliação, portanto só avaliam de forma ruim porque são influenciados pela mídia. Grande conclusão.

Eis o excerto de texto que fala sobre o assunto:

"O Sistema de Indicadores de Percepção Social mostra também que as avaliações são melhores quando o entrevistado já passou por atendimento em um desses serviços ou acompanhou familiares na busca pela rede pública. Na opinião de 30,4% dos pesquisados, os serviços prestados são bons ou muito bons, proporção maior de avaliações positivas se comparado àqueles que declararam não ter utilizado o SUS (19,2%). Dos que se beneficiaram da rede pública, 27,6% avaliam como ruim ou muito ruim, ante 34,3% daqueles que não utilizaram os serviços. "A experiência de utilização de fato influencia na avaliação", diz Luciana."
(Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/09022011/25/manchetes-populacao-ve-acesso-sus-dificil.html)

A tal Luciana é técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea que foi o Instituto que fez a pesquisa.

Eu dou outra explicação para que os que não utilizam o sistema o avaliem como ruim. Minha tese é a seguinte: já utilizaram e/ou tem pessoas muito próximas que utilizaram e devido a considerar que o sistema poderia ser melhor resolveram testar o particular, já que tinham condições para isso. Pronto! Descobriram que o particular tem vários problemas mas que esses problemas são mínimos perto do SUS. Ai vem a avaliação. Tudo questão de parâmetro de avaliação.

Como é que querem que uma pessoa que nunca usou outro sistema avalie esses mesmo sistema? Qual parâmetro vai usar? Será que a pesquisa e a conclusão foram encomendadas? Será?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Marta Suplicy consegue as 27assinaturas para tirar PLC 122 da gaveta.

O primeiro ato da Senadora Marta Suplicy no Senado foi conseguir as 27 assinaturas necessárias para desengavetar o PLC 122, arquivado no dia 02 de janeiro. Ela teria 30 dias, segundo o regimento da casa, mas conseguiu todas as assinaturas em apenas um dia. Na noite desta quinta-feira, 3, ela apresentou as assinaturas para a Mesa diretora e pediu seu desarquivamento.

Uma vez desarquivado, o projeto volta para a Comissão de Direitos Humanos do Senado, onde tramitava antes de ir para a gaveta. Caso aprovado, ele segue para a Comissão de Constituição e Justiça antes de ser submetido à votação em plenário.

Segundo ela, a questão é "proteger uma parcela da população que vive sob ameaça".

http://mixbrasil.uol.com.br/pride/politica/marta-suplicy-consegue-as-27assinaturas-para-tirar-plc-122-da-gaveta.html

Essa é uma atitude a ser colocada em auto-falantes para que nós não nos esqueçamos que muitos, mas muitos "catolicos" , inclusive padres católicos da TL APOIARAM a sra Marta Suplicio a ser senadora......

Segundo ela, a questão é "proteger uma parcela da população que vive sob ameaça". Aos que perguntarem:  porque somos contra então? Ora, Somos contra porque favorecer um certo grupo em detrimento dos outros, além de não ser moralmente aceitável, é inconstituciional afinal, todos somos iguais perante a lei ou não? Por favor não me respondam. Que se faça justiça a todos, que a lei seja cumprida para todos e não somente para grupos específicos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A (falta de) Moral Comunista/Socialista.

Pesquisando por ai, e não é preciso uma ampla pesquisa, descobre-se que a moral é algo abominável ao comunista/socialista assim como o inferno o é para o cristão.
Incrível como quem não quer ver simplesmente fura os olhos para que seus delírios comunistas/socialistas continuem se esguerando pelos becos a fim de atacar os mais desavisados. 

Incrível como não percebem o quanto Lula/Dilma e seus partidos de esquerda seguem a risca os preceitos dessa máquina de destruir com a moral.

Vejamos algumas pérolas de grandes comunistas/socialistas:

"É necessário saber adaptar-se a tudo, a todos os sacrifícios e até, se necessário for, usar vários estratagemas, enganos, procedimentos ilegais, usar o silêncio, a dissimulação da verdade para penetrar nos sindicatos, permanecer neles, desenvolver neles a qualquer custo o embrião comunista." 
(LÊNIN apud Trotski, Moral e Revolução, 1936)

“Justo é o que favorece a Revolução e injusto é o que dificulta” 
(Lênin apud Alceu Amoroso Lima, Introdução ao direito moderno, ed. Agir, p. 15)

"Subordinamos nossa ética à tarefa da luta de classes”. 
(Lênin, Staat und Revolution, zit. n. Ausgewälte Werke, Bd, II, Moskau, 1947, 225).
"O melhor revolucionário é um jovem desprovido de toda moral" 
(Lênin).
Essa é atribuida a Lênin, não sei se realmente porque não tenho referência de quando ou onde disse isso, mas é claro que não duvido que tenha dito. 

“A lei, a moral, a religião são preconceitos burgueses, atrás dos quais se ocultam outros tantos interesses burgueses.” (MARX, Karl. Manifesto comunista, p. 36)

“O comunismo, porém, abole as verdades eternas, abole a religião e a moral” (MARX, Karl. Manifesto comunista. p. 44)
“A moral, é a impotência colocada em ação” (Marx, in “A Sagrada Família”) 

“o fim (a democracia ou o socialismo) justifica, em certas circunstâncias, meios como a violência e o homicídio.” (LEON TROTSKI, Moral e Revolução, 1936)
 
“Do ponto de vista das "verdades eternas" a revolução é, naturalmente, "imoral". Mas isso significa apenas que a moral idealista é contra-revolucionária, isto é, encontra-se a serviço dos exploradores.” (LEON TROTSKI, Moral e Revolução, 1936)

Agora lance essas frases em um debate com um desses comunistinhas de plantão e veja o que acontece. É uma experiência horripilante. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

França: “não” ao casamento homossexual


Para lei francesa, casamento ainda é união de um homem e uma mulher

Por Paul de Maeyer
PARIS, quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - O Conselho Constitucional francês, um órgão de proteção constitucional das leis do país, divulgou, na sexta-feira, 28 de janeiro, sua resposta à chamada "Questão Prioritária de Constitucionalidade" (QPC), criado por duas mulheres lésbicas, Corinne Cestino e Sophie Hasslauer, e estabeleceu que a atual proibição do casamento homossexual está conforme a Constituição vigente.

Segundo as duas mulheres, que estão juntas há quase 15 anos e agora estão unidas pelo PACS (ou Pacto Civil de Solidariedade), a única maneira de proteger ao máximo os quatro filhos que crescem com elas é o casamento. Com o apoio ativo dos grupos de direitos dos homossexuais SOS Homophobie  e Associação de Pais e futuros pais gays e lésbicas (APGL), as duas mulheres pediram, para o bem de seus filhos, o direito de se casar, que os legisladores negaram até agora.

A atual proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em especial os artigos 75 e 144 do Código Civil, afirmam as duas mulheres, seriam contrários aos direitos e liberdades que a Constituição francesa garante no artigo 66, especialmente ao direito à liberdade de casamento, ao direito a uma vida familiar normal e ao princípio de igualdade perante a lei.

Em sua resposta, que está disponível no site do organismo*, os "sábios" (como são conhecido os membros do Conseil Constitutionnel), reiteraram que o artigo 66 da Constituição, que proíbe a detenção arbitrária, não é aplicável ao casamento. "O princípio da acusação alegando violação do artigo 66 da Constituição é inválido", escreveu o Conselho em sua sentença.

Os "sábios" observam, por outro lado, que os artigos 75 e 144 do Código Civil não restringem a liberdade de os casais homossexuais viverem em concubinato ou beneficiar-se do regime jurídico previsto pelo PACS. Além disso, "o direito de ter uma vida familiar normal não implica no direito de casar-se para casais do mesmo sexo".

O Conselho também confirmou a sentença de 13 de março de 2007, emitida pela Corte de Cassação, que tinha anulado o "casamento" gay realizado em maio de 2004 pelo prefeito ecologista de Bègles, Noël Mamère, e estabelece que os dois artigos "envolvidos" do Código Civil estão de acordo com a Constituição.

De acordo com os "sábios", a lei é muito específica e não deixa dúvida alguma. "Segundo a lei francesa, o casamento é a união de um homem e uma mulher", diz.

Por este motivo, de acordo com o comunicado, "o legislador, no exercício das suas funções [...], avaliou que a diferença de situações entre casais do mesmo sexo e casais compostos por um homem e uma mulher pode justificar uma diferença de tratamento quanto às regras do direito familiar".

Portanto, é o legislador quem, eventualmente, pode modificar os limites vigentes, não os "sábios". "Não cabe ao Conselho Constitucional substituir seu parecer pelo do legislador [...] nesta área", sublinha o comunicado de 28 de janeiro.

A sentença decepcionou o casal demandante e as associações dos direitos dos homossexuais. Corinne Cestino e Sophie Hasslauer falam de uma sentença "escandalosa". "As mais altas autoridades do Estado institucionalizam a homofobia", disseram (Le Monde, 28 de janeiro). A advogada das associações SOS Homophobie e APGL, Caroline Mécary, disse em um comunicado que "o Conselho Constitucional desperdiçou uma oportunidade histórica para acabar com a discriminação que se tornou intolerável para mais de três milhões de pessoas gays e lésbicas na França". Provavelmente, é necessário "esperar por uma alternativa política em 2012, para que os partidos de esquerda, que são favoráveis à abertura do casamento e da adoção para casais do mesmo sexo, iniciem uma reforma" (Agence France-Presse, 28 de janeiro).

Enquanto a Associação Act Up-Paris  fala inclusive de uma "fúria homofóbica", para Noel Mamère, que em 2004 tinha realizado o primeiro casamento gay da França (que depois foi anulado), a sentença não é uma surpresa, mas sim, além de tudo, "é interessante porque não fecha a porta à abertura do casamento para casais do mesmo sexo" (Le Monde).

Christine Boutin, presidente do Partido Democrata Cristão (PCD), elogiou a sentença e falou de "uma decisão que respeita a nossa tradição jurídica e política". "Aqueles que pensaram em obter satisfação através da proliferação de pequenos procedimentos, encontram hoje a resposta: na França, o direito não é o objeto deste ou daquele lobby" (AFP, 28 de janeiro).

Também o Collectif pour l'Enfant manifestou a sua satisfação pela sentença. "Se, em nome da liberdade individual, permite-se que as pessoas se casem com alguém do mesmo sexo, por que manter a proibição relativa à poligamia? Isso seria discriminatório a todas as pessoas que se amam", disse a porta-voz do organismo, Béatrice Bourges (Chrétienté.info, 28 de janeiro).

A pergunta que não quer calar é: e o que acontecerá agora? Pode-se interpretar a decisão da última sexta-feira como um convite do Conselho Constitucional aos legisladores, a legislar e alterar o Código Civil. Este é o temor de François de Lacoste Lareymondie. "Em um primeiro momento, poderíamos estar satisfeitos com a resposta que os "sábios" deram à questão da prioridade da constitucionalidade", disse o vice-presidente da Association pour la Fondation de service politique (Décryptage, 28 de janeiro).

Mas o que preocupa o autor é que, na sentença de 28 de janeiro, o Conselho Constitucional fez "exatamente o mesmo raciocínio" que, em 1975, validou a lei Veil sobre o aborto e confirmou "a sua recusa em considerar os fundamentos de toda sociedade política e inclinar-se diante das questões ontológicas". Podemos apostar, continua ele, que em breve aparecerá no Parlamento a proposta de reconhecimento do casamento homossexual e, especialmente, que o Conselho Constitucional não censurará esta lei, mas a aprovará, já que quase se comprometeu a fazer isso.