quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Bélgica: debatem ampliar a Lei de Eutanasia para crianças com doenças incuráveis.

Os líderes das principais religiões denunciam: Seria uma prática desumana.

ROMA, 13 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Os líderes cristãos, muçulmanos e judeus da Bélgica, emitiram uma declaração conjunta quarta-feira passada, 9 de Novembro, opondo-se à legalização da eutanásia para menores que tenham doenças incuráveis, uma norma que poderia ser aprovada depois de quase dois anos de debate no Senado. “A eutanásia das pessoas mais frágeis é desumana e destrói os fundamentos da nossa sociedade”, denunciam. “É uma negação da dignidade destas pessoas e as deixa à mercê, ou seja, à arbitrariedade de quem decide”, acrescentam.

Em nota, divulgada pela agência Cathobel, os líderes religiosos destacam também que estão “contra o sofrimento físico e moral, especialmente das crianças”, mas explicam que “propor que os menores possam eleger a sua própria morte é um modo de falsificar a sua faculdade de julgar e por tanto a sua liberdade”. “Expressamos nossa grande preocupação diante do risco da banalização crescente de uma realidade tão grave”, concluem.

Por sua parte, o presidente da Conferência Episcopal e Arcebispo de Malinas-Bruxelas, Mons. André-Joseph Léonard, reconheceu em diversas ocasiões que "é estranho que as crianças não possam tomar decisões em muitas áreas importantes da vida, como, por exemplo, o matrimônio, mas possam dar-se dar ao luxo de tomar uma decisão sobre a sua morte". Trata-se da “decisão mais grave que poderia ser tomada com relação a eles”, concluiu.
A possível legalização da eutanásia para crianças que sofrem de doenças incuráveis está ​​sendo discutido há quase dois anos no Senado. Se a lei for aprovada, a Bélgica vai se tornar em um dos primeiros países a legalizar esta prática. Desta forma se ampliaria a lei da eutanásia para maiores de idade ou menor emancipado (a partir dos 15 anos), capaz, com prognósticos de doença irreversível, que tivesse um sofrimento físico ou psíquico constante e insuportável ou uma doença grave incurável.

A reforma, que é promovida pelos socialistas belgas e apoiada por vários grupos políticos, com exceção do partido flamenco Vlaams Belang e dos democratas-cristãos, tem importância principalmente  porque se tornaria na mais permissiva, já que a de outros países como Holanda deixa a decisão nas mãos do menor entre 16 e 18 anos e exige o consentimento paterno para casos entre os 12 e os 16.

No caso belga a condição seria que o menor tenha “capacidade de discernimento”, algo que terá que ser validado pelo médico que cuide do caso e por um psiquiatra infantil. 

A eutanásia na Europa está legalizada em Luxemburgo, Suíça, Bélgica e Holanda, onde o número de solicitações de eutanásia e suicídio assistido aumentou em 13 % no ano de 2012. No total, a Holanda chegou a ter 4.188 solicitantes este ano, de acordo com um informe dos comitês sanitários regionais encarregados de avaliar estes procedimentos no país.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cardeal Castrillón: O papa não vê problemas no rito extraordinário da missa.


No caso dos Frades da Imaculada, Francisco recomendou o novus ordo devido a questões internas


ROMA, 13 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O cardeal Dario Castrillón Hoyos, presidente emérito da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, participou de uma sessão de perguntas e respostas com os membros da Federação Internacional Una Voce (FIUV), reunidos em assembleia geral em Roma para eleição do seu novo presidente.

A Una Voce México é uma associação católica que agrupa os fiéis leigos daquele país que promovem a liturgia seguindo a forma extraordinária do rito romano, o rito gregoriano, em especial a santa missa conhecida como tridentina, de São Pio V ou tradicional.

Respondendo a perguntas dos membros da FIUV sobre a comunidade dos frades da Imaculada, a quem o papa convidou a usar onovus ordo, o cardeal colombiano precisou que a postura do papa neste caso se deve unicamente a dissensões internas e não a um parecer negativo sobre a liturgia tradicional.

“Eu conversei com o papa Francisco recentemente e ele me confirmou que não vê inconveniente nenhum no rito antigo e que não vê nenhum problema nos grupos de leigos e nas associações como a de vocês, que o promovem”.

O novo presidente da FIUV, o advogado James Bogle, presidente da União Católica da Grã-Bretanha, declarou: “Estamos muito gratos a Sua Eminência, o cardeal Castrillón Hoyos, a Sua Eminência, o cardeal Brandmüller, e ao arcebispo Pozzo por participarem da nossa Assembleia Geral da Federação Internacional Una Voce”. E acrescentou que os membros da assembleia estão “muito contentes porque a celebração da missa tradicional está progredindo mundialmente. É claro que estamos muito gratos a Bento XVI e ao nosso papa atual, Francisco, por todo o seu apoio ao nosso direito de participar do rito romano tradicional”.
(RED/HSM)


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Aproximação entre a Igreja Ortodoxa e Romana progridem.

Entrevista com o metropolita Hilarion de Volokolamsk, o ministro de assuntos exteriores do patriarcado de Moscou
Por Sergio Mora

ROMA, 13 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O metropolita Hilarion de Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou, participou de uma jornada ecumênica na sala Pio XI, em Roma, organizada conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, pelo Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou e pelo Pontifício Conselho para a Família, sobre o tema "Os ortodoxos e os católicos juntos pela família". Hilarion tem uma agenda intensa de atividades em Roma nos próximos dias.
Ontem, o metropolita se reuniu com o santo padre e lhe apresentou o livro "Verbo de Deus e palavra do homem", que recolhe vários pronunciamentos do filósofo Sergei Averintsev. À noite, presidiu um concerto pela paz, realizado com o apoio do Pontifício Conselho para a Cultura.
Publicamos a seguir a entrevista que ZENIT fez com Hilarion.

ZENIT: Como foi o encontro com o santo padre Francisco?
--O encontro foi muito bem. Falamos durante uma hora e tratamos de muitos assuntos. Falamos do diálogo bilateral entre a Igreja ortodoxa russa e a Igreja católica romana, mas também sobre o diálogo ortodoxo em que participam todas as igrejas ortodoxas.

ZENIT: E sobre as raízes cristãs do oriente e do ocidente?
--Falamos dos cristãos nos países em que eles são perseguidos e ameaçados e da necessidade de trabalhar para ajudar os cristãos perseguidos. Falamos também dos valores cristãos que somos chamados a defender, do valor da família, que é o tema deste congresso.

ZENIT: Quais são as perspectivas ecumênicas entre as duas Igrejas?
--Eu acho que as relações entre a Igreja ortodoxa russa e a Igreja católica romana estão progredindo na direção certa, em posições comuns que se referem às questões morais. Vamos desenvolver as nossas relações nos campos em que podemos testemunhar o nosso patrimônio cristão comum.

ZENIT: E sobre a importância da oração entre os cristãos para apoiar a unidade dos cristãos?
--A Igreja é uma comunidade de gente que reza. Sem oração, nenhum homem pode ser chamado de cristão. Tudo o que nos preocupa tem que ser levado para as nossas orações.
Neste ponto da entrevista, chegaram colegas de outros meios de comunicação. A jornalista da Rádio Vaticano perguntou sobre os desafios da família no mundo ortodoxo e ouviu esta resposta de Sua Eminência:
"São os mesmos [desafios] que existem para o mundo católico", devido à influência da destruição dos valores gerada pela ideologia liberal moderna. “Eles tentam persuadir os jovens de que a família entre um homem e uma mulher abertos à vida é um conceito obsoleto". Hilarion afirmou que, graças à pastoral familiar, alguns lugares da Rússia registram hoje taxas altas de crescimento demográfico, semelhantes às de Bangladesh.
Outro jornalista perguntou sobre o tempo necessário para um encontro entre o papa e o patriarca ortodoxo. "Não estamos preparados ainda para dizer quando e onde acontecerá esse encontro, mas estamos prontos para trabalhar nisto. Que seja uma preparação não só do ponto de vista do protocolo. E por isso temos que elaborar o conteúdo desse encontro".