sexta-feira, 30 de maio de 2008

ADIN 3510 - O pós-tragédia no STF.

"A proibição das células-tronco equivale a se fechar aos possíveis benefícios da pesquisa com células-tronco embrionárias em nome de uma ética unilateral", afirmou o ministro Joaquim Barbosa.

Infelizmente o que vimos no Supremo Tribunal Federal se resume ao que essa frase lamentável exprime, ou seja, até a ética deve ser relativizada segundo os Ministros.

Durante dois dias vimos uma avalanche de argumentos unilaterais, políticos meramente e ralativistas. A continuar assim, creio que o STF não será mais necessário, já que até a ética pode ser relativizada, futuramente ninguém poderá falar que ninguém foi anti-ético ou que cometeu qualquer ato atentatório a quem quer que seja, afinal, a minha ética não deve estar em julgamento, porque é minha e ninguém tem nada com isso.

Entendemos que jogaram na lata de lixo alguns preceitos jurídicos, outros tantos éticos e um punhado de preceitos morais. Tudo para se poder aceitar a destruição da vida mais frágil e indefesa que existe.

Hoje, dia 30/05, o day-after tragédia no STF, estava olhando as manchetes dos principais jornais do país e uma delas me chamou a atenção em demasia. Todos, sem exceção, divulgavam o resultado a que o STF chegou, mas o maior jornal de Brasília, o qual não vou divulgar o nome porque não me prestarei a fazer esse desserviço à sociedade, me saiu com seguinte manchete “Sim a vida”.

Eis ai o que estamos falando já há algum tempo: relativismo. Por acaso não leram os votos contraditórios dos próprios Ministros que admitem, assim como a maioria esmagadora de cientistas, que a vida começa na concepção? Por acaso não entenderam ainda o que foi julgado? O que foi julgado não é se a vida começa ou não na concepção, o que foi julgado é: quando o indivíduo humano começa a ter direitos? Como diria um conhecido meu “pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem”, com as minhas homenagens ao Márcio Antônio (http://www.elesnaosabem.blogspot.com/)

No mais, estaremos, ao longo da próxima semana, analisando ponto a ponto dos votos dos Ministros e procurando com lupa os caminhos a serem seguidos a partir daqui, sim por que a causa pela vida não acaba aqui, o caminho ainda é longo e vários são os rumos que podemos tomar para tornar ineficaz essa decisão, basta que encontremos o melhor e mais eficiente.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

ADIN 3510 - Julgamento.

Hoje estamos na expectativa, aguardando o julgamento da ADIN 3510 que pretende declarar inconstitucional o artigo 5º da Lei de Biossegurança que permite o uso de células-tronco embrionárias. Tal lei, como já analisamos aqui nesse blog, acaba por institucionalizar o aborto em nosso país, legalizando a pesquisa e destruição de embriões em pesquisas.

Amanhã, com certeza, estaremos analisando o(s) voto(s) para que possamos estar atentos às alternativas. Aguardamos com esperança e oração.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Heresia. Nestorianismo (Séc. V)

O Arianismo, heresia já estuda por nós e que usurpa de Cristo a essência divina, gerou uma série de outros erros. Tais erros, como toda heresia, vem em efeito cascata tentando esconder-se com mentiras sob o manto de uma verdade aparente.

Um dos maiores erros que se vieram a partir do Arisnismo foi justamente essa heresia sobre a pessoa de Cristo que teve início com Nestorius, bispo de Constantinopla que, em sua teoria, negava a Maria o título de Theotokos (literalmente "Mãe de Deus"). Nestorius dizia que Maria deu origem apenas à pessoa humana de Cristo em seu útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos ("Mãe de Cristo"). Criou uma teoria visualmente herética, já que o Arianismo do século anterior já tentava modificar a essência de Cristo e agora o Nestorianismo ia além pois ensinava que Cristo passou a ser Deus em um determinado momento, ou seja, não o foi sempre.

Segundo o Nestorianismo, Jesus Cristo tinha duas naturezas distintas, uma humana e outra divina, completas e afeiçoadas de tal forma que formam um Jesus homem, a exemplo de gêmios siameses: possuidor de natureza divina e humana estando conjuntas em uma união mecânica, muito mais do que orgânica (juntos, porém diferenciadas). Fica claro que Nestorius confundia os termos “natureza” e “pessoas” misturando-os de uma forma aterradora. As duas naturezas de Cristo (humana e divina) para Nestorius era a mesma coisa de dizer que eram duas pessoas. Na verdade ele sinonimizou natureza e pessoa.

Também não criam no purgatório, muito menos na veneração de imagens e relíquias (crenças essas revitalizadas pelos protestantes a partir do século XVI e até hoje).

Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que a teoria de Nestorius dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana e outra divina, unidos por uma espécie de "elo perdido"), de sorte que apenas uma estava no útero de Maria.

Obviamente que a Igreja reagiria, e o fez no ano 431 com o Concílio de Éfeso dirigido pelo Papa Celestino I. Por ser Bispo Nestorius foi chamado para o Concílio automaticamente o que levou a uma discussão sobre Maria (Theotokos ou Christotokos). Tal Concílio definiu que Maria realmente é Mãe de Deus, não no sentido de que ela seja anterior a Deus ou que seja a fonte de Deus, mas no sentido de que a Pessoa que ela carregou em seu útero era de fato o Deus Encarnado.

Em 429 São Cirilo, Bispo de Alexandria, escreveu aos bispos e aos monges do Egito, condenando a doutrina de Nestório. Ambas as correntes se dirigiram ao Papa Celestino I, que rejeitou a doutrina de Nestório num sínodo no ano de 430. O Papa ordenou a São Cirilo que intimasse Nestório a retirar suas teorias em um prazo de dez dias, sob pena de exílio; Cirilo enviou ao Patriarca de Constantinopla uma lista de doze anatematismos que condenavam o nestorianismo.

Após esse episódio, Nestório não se quis dobrar e manteve-se em erro; de mais a mais ele sabia que podia contar com o apoio do Imperador; além de tudo issos, tinha muitos seguidores na escola antioquena, entre os quais o próprio Bispo João de Antioquia. No ano de 431, o Imperador Teodósio II, instigado por Nestório, convocou para Éfeso o terceiro Concílio Ecumênico a fim de solucionar, de uma vez por todas, a questão discutida. São Cirilo, foi nomeado o representante do Papa Celestino I e abriu a assembléia diante de 153 Bispos que estavam presentes. Logo na primeira sessão, foram apresentados os argumentos da literatura antiga favoráveis ao título Theotókos, que,a o final, foi solenemente proclamado por todos os Bispos presentes; tinha-se daí que em Jesus havia uma só pessoa (a Divina); Maria se tornara Mãe de Deus pelo fato lógico de que Deus quisera assumir a natureza humana no seu seio e desde sempre era a natureza divina e humana em uma pessoa divina que ali estava sendo gerada, daí Maria era mãe de Deus. Quatro dias após esta sessão inaugural, isto é, no dia 26/06/431 chegou em Éfeso o Patriarca de Antioquia, levando consigo 43 Bispos seus seguidores, todos favoráveis a Nestório; esses não quiseram se unir ao Concílio Ecumênico presidido por São Cirilo, representante do Papa Celestino I; dessa forma criaram um Concílio paralelo que depôs Cirilo. O Imperador acompanhava, atento, tudo de perto e estava extremamente indeciso. São Cirilo, então, mobilizou todos os recursos que possuía, para mover Teodósio II, o Imperador, em favor da reta doutrina definida pelo Papa; nessa empreitada teve a sincera ajuda de Pulquéria, piedosa e influente irmã mais velha do Imperador. Este finalmente resolveu apoiar a sentença reta de Cirilo e exilou Nestório. Contudo, os antioquenos não se renderam, em momento algum, muito menos de imediato. Eles acusavam Cirilo de arianismo a apolinarismo. Após longos dois anos de litígio em torno da questão, no ano de 433 puseram-se de acordo sobre uma fórmula de fé que. professava um só Cristo e Maria como Theotókos.

Nestorius preferiu continuar em erro, o que levou à sua excomunhão por heresia.

Imagino que todos já identificaram o protestantismo pentecostal neste heresia, não? Isso na verdade é, no protestantismo, apenas uma maneira a mais de menosprezar a Encarnação de Deus. Percebemos que São João escreveu seu Evangelho em resposta clara aos gnósticos, e fez questão de inicia-lo pela Encarnação. Isso aconteceu porque a base gnóstica do protestantismo (e também, de certo modo do nestorianismo) recusa-se a admitir que Nosso Senhor tenha verdadeiramente assumido a nossa natureza, humana, contudo não pecadora. Por esse motivo, por exemplo, que Lutero afirmava que o pecado humano não é jamais apagado, mas apenas encoberto por Deus, seria uma pequena enganação em palavras mais rudes. Para ele, Nosso Senhor mentiria ao dizer o homem não tem pecado, para que ele entre no Céu. É mais conveniente para um gnóstico acreditar em um deus que minta do que em um Deus que se faz verdadeiramente homem, com uma mãe humana, sofrimentos humanos e dores humanas, com exceção do pecado, repetimos.

Evidente é que o nestorianismo seja o alicerce protestante por excelência, nessa temática da Encarnação. É preciso lembrar que a tendência atual da grande maioria dos setores protestantes é de negar o título de Mãe de Deus à Virgem Maria. Os mais instruídos e que conseguem responder a questões teológicas, ao serem interpelados por apologistas católicos sobre ser Jesus Deus e homem ao mesmo tempo, levando à lógica mais evidente de que sendo Maria mãe de Cristo só pode ser também Mãe de Deus, respondem eles, quase com um uníssono com o próprio Nestório: – A Virgem Maria é mãe de Cristo enquanto homem, e não de Cristo enquanto Deus! Impossível ficar criando situações em que Deus Encarnado (Jesus Cristo) ficava encenado ser homem enquanto na verdade era Deus, ou vice-versa (heresias que se vieram em seguida). Muito menos é possível ficar criando teorias no sentido de que havia duas pessoas em Cristo, metamorfizando e dissolvendo a palavra “natureza” no meio da retórica. Deus e o homem estão unidos em Cristo na mesma Pessoa, e é esta Divina. Apenas no nestorianismo, que confunde os termos, é que não. O protestantismo é herdeiro direto do nestorianismo!

Mais fontes:
Site Veritatis Splendor (www.veritatis.com.br)
BETTENCOURT, Dom Estêvão. AS HERESIAS CRISTOLÓGICAS (I)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Justiça da Bahia manda recolher livros da C.Nova

Procurando por novidades na internet eis que me deparo com uma notícia que me chocou em uma primeira visualização: “Justiça da Bahia manda recolher livros da C.Nova”. Fui procurar saber quais foram esses livros. Descobri que se tratava de todos os exemplares do livro "Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação", da editora Canção Nova, do padre Jonas Abib.

Pra quem não conhece o livro fala de coisas que o Católico deve acreditar ou não e porque.

Segundo o Ministério Público baiano, que pediu o recolhimento do livro, o padre cometeu o crime de "prática e incitação de discriminação ou preconceito religioso", previsto na lei 7.716, de 1989. Cabe recurso à Justiça.

O promotor Almiro Sena alegou que Abib faz "afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto".

Sobre o assunto, começo citando o sermão de uma pessoa que, já no século XIX visualizava esse tipo de excentricidade e que hoje seria não só proibido de falar mas, provavelmente, preso ou, no mínimo processado:

Recriminar à Igreja Católica sua intolerância dogmática, sua afirmação absoluta em matéria de doutrina, é dirigir-lhe uma recriminação muito honrosa. É recriminar à sentinela ser muito fiel e muito vigilante, é recriminar à esposa ser muito delicada e exclusiva.” (Excerto do Sermão pregado na Catedral de Chartres; 1841 pelo Cardeal Pio podendo ser visualizado no endereço: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=235)

Perfeito comentário e muito pertinente ao caso. A verdade é uma só. Seja dois mil anos atrás, seja hoje, a verdade continua a mesma e não está sujeita aos devaneios humanos, graças a Deus.

Felizes os que são recriminados por defenderem a verdade, diria eu em egoísta paráfrase. Se defendem a verdade e são recriminados, se se entregam ao escárnio público pela defesa da verdadeira fé, significa que são mártires pois se entregam por uma causa. Não são mártires entregando a vida, como muitos dos primeiros cristãos, mas são mártires de ideologia e não se dão por vencidos. Espero um dia conseguir chegar à metade dessa coragem, dizendo a verdade e sendo firme como rocha junto ao sucessor de Pedro e da Igreja.

No Evangelho de São João, cap 6, versículo 61 e seguintes é justamente a defesa dessa fé imutável e rígida que o próprio Jesus faz. Quando diz a todos que "quem come de minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele". Isso é absurdo e muito duro, diziam alguns. Em momento algum Jesus, ao ver alguns discípulos desertarem voltou atrás no dizer da verdade, pelo contrário, se voltou aos 12 e disse "Quereis vós também retirar-vos", ou seja, não volto atrás em nenhuma vírgula do eu disse, se a verdade encandaliza vocês então retirem-se por que estou intolerante com a verdade.

Que sejamos sempre intolerantes na difusão da verdade. Mesmo que o mundo caia em nossas cabeças Deus nos recompensará e estaremos sempre ao lado da Igreja que nos apóia e é nosso sustentáculo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

"A inviolabilidade da vida humana" por Cláudio Fonteles.

Por que insistir em pesquisa que tem caminhada de dez anos e nenhum resultado? Ou melhor, cujo resultado é violar a vida humana?

A PROFESSORA Lygia Pereira, em recente artigo, perguntando-se sobre o que considerou 'uma nova polêmica [que] surgiu no mundo todo: esse embrião é uma vida ou não?', foi rápida e enfática na resposta: 'Ora, é claro que ele é uma forma de vida humana, assim como um feto, um recém-nascido e um idoso também são'.

Pensei: bem, a controvérsia está terminada, ao menos entre nós dois, pois, se o embrião, o feto, o recém-nascido e o idoso, todos constituem-se forma de vida humana, vistos por certo nos estágios cronológicos de sua existência, o embrião é vida humana.

Mas eis que a professora Lygia prossegue e, após estabelecer que 'a real questão é 'que formas de vida humana nós permitiremos perturbar?'', sustenta que 'a 'vida' mencionada na nossa Constituição já é legalmente violada em algumas situações'. Elenca a morte cerebral e a permissão do aborto em caso de estupro ou de risco de vida para a gestante a perguntar, então: 'E aquele embrião de cinco dias, produzido por fertilização 'in vitro' e armazenado em um congelador, em que condições ele é uma forma de vida passível de ser violada?', para responder: 'A Lei de Biossegurança, de 2005, permite o uso para pesquisa de embriões inviáveis -que não sejam capazes de se desenvolverem em um recém-nascido ou que estejam congelados há mais de três anos'.

Anotado o eufemismo 'que formas de vida humana nós permitiremos 'perturbar'' e poucos dias após o início do julgamento, eis que a imprensa brasileira, em decisiva matéria sobre o assunto, documenta a existência do menino Vinícius, de seis meses, embrião congelado por oito anos, destacada a frase de sua mãe, Maria Roseli, a dizer: 'Imagine se eu tivesse doado o embrião para pesquisa'.

É a comprovação clara do que a professora Alice Teixeira asseverou na audiência pública, no que não foi contestada até hoje, no sentido de que há no mundo, especificamente nos Estados Unidos, pessoas, embriões congelados por sete, nove e até 13 anos. No Brasil, a professora Alice Teixeira apontou o caso de Alissa, embrião congelado por seis anos. Por certo, inúmeras são as pessoas, embriões congelados por vários anos.

Tais fatos, tão inequívocos, constatam que o prazo único de três anos, posto no artigo 5º da Lei de Biossegurança, após o que autorizada estava a pesquisa com embriões, é prazo aleatório, destituído de qualquer fundamento científico sério. O princípio constitucional que consagra como direito individual fundamental a inviolabilidade da vida humana queda inexoravelmente comprometido ao permitir-se que permaneça a eliminação do embrião humano, para qualquer fim. Inviolabilidade da vida humana significa destacar e colocar em patamar supremo a existência do ser humano.

Como manter pesquisa cujo objeto são embriões humanos congelados se, quando descongelados e implantados no útero materno, vivem? Se há os que morrem, há os que vivem. Aí estão Alissa, Vinícius e tantos mais.

O princípio da inviolabilidade da vida humana não se define por estatísticas. Demonstrado e provado, como está, e por forma inequívoca, que o embrião congelado por mais de três anos vive, a norma jurídica que autoriza sua eliminação para pesquisa é flagrantemente inconstitucional.

Como, ainda, diante de fatos tão claros e inequívocos, dizer que Alissa, Vinícius e tantos mais não são vidas humanas, não são brasileiros, porque foram embriões congelados e, segundo o pensamento do relator, ministro Carlos Britto, fecundados 'in vitro', estariam condenados à solidão infinita e vida neles não há?

Depois que propus a ação direta de inconstitucionalidade, linhas várias de pesquisa se abriram, a indicar o valor do líquido amniótico, da placenta, do cordão umbilical, a presença das células-tronco adultas nas paredes de todos os vasos sanguíneos -aqui, graças ao trabalho de equipe de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, segundo declaração à imprensa do professor Dimas Tadeu Covas-, no tratamento das doenças degenerativas.

O professor Thompson, quem primeiro pesquisou com células-tronco embrionárias, abandonou essa linha de pesquisa para concentrar-se, como o faz o professor Yamanaka e equipe, em outra vertente: a reprogramação genética das células adultas, conduzindo-as à pluripotência.

O leque de pesquisas está aberto. Por que insistir naquela vertente que já tem caminhada de dez anos e cujo resultado é nenhum ou, a dizer com a realidade, cujo resultado é violar a vida humana?

Termino repetindo o alerta de Maria Roseli, mãe de Vinícius: 'Imagine se eu tivesse doado o embrião para pesquisa'.

CLAUDIO FONTELES, 61, mestre em direito pela UnB (Universidade de Brasília), professor de direito processual penal, é subprocurador-geral da República. Foi procurador-geral da República de 2003 a 2005.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Resultado votação da PLC 122/2006 - Homofobia

A CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado acabou adiando a votação prevista para esta quinta-feira (dia 15/05) do substitutivo ao projeto de lei que criminaliza a discriminação sexual.
Os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo da igreja Universal do Reino de Deus, e Magno Malta (PR-ES) apresentaram voto em separado para tentar amenizar as punições estabelecidas pelo projeto. Crivella afirmou que o projeto atenta contra a liberdade religiosa.
Convenhamos, qualquer gesto, qualquer olhar, poderá ser enquadrado como constrangimento. Será que é isto que queremos, levar uma comissão de bispos para a cadeia?”, defendeu. Durante o debate, a comissão estava lotada, principalmente com representantes das igrejas católicas e evangélicas.
A relatora da proposta, senadora Fátima Cleide (PT-RO), pediu mais tempo para poder analisar as dez emendas ao texto apresentadas, mas avisou que não irá protelar a votação do seu parecer. A matéria ainda segue para análise nas comissões de Direitos Humanos e de Constituição e Justiça.

Votação da PLC 122/2006 - Homofobia

Hoje estamos no aguardo da votação do PLC 122/2006 (que institui o crime de homofobia). Ele está no item nº 1 da pauta prevista para o dia 15 de maio (quinta-feira) da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal - CAS.
A reunião começa as 10 horas e pode ser conferido no site http://webthes.senado.gov.br/bin/gate.exe?f=recordn&state=kgd8kl.1.1
Agora só nos resta aguardar e esperar o inesperado: bom senso.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Heresia. Pelagianismo (Séc. V)

Pelagius (360-425), foi um monge gaulês (irlandês) que deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava ferozmente que nós herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos individualmente pecadores pelo simples fato de nascemos em imergidos e solidários a uma comunidade pecadora a qual nos dá maus exemplos. No mesmo sentido e com os mesmos argumentos, ele negava que herdamos a santidade ou justiça advinda da morte cruenta de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos pessoalmente justos e merecedores da salvação através da instrução e imitação da comunidade cristã, seguindo o exemplo de Cristo.

Pelagius afirmava a todos que queriam ouvi-lo que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com esse pensamento, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.

No século V Pelágio havia discutido vociferante com Santo Agostinho sobre este assunto. Santo Agostinho, obviamente, mantinha-se rígido no argumento de que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro prisma, Pelágio insistia que o pecado de Adão afetara apenas a ele próprio, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas a sua imagem e semelhança, Deus também deveria conceder a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou, mais adiante, que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse a obediência.

O Catecismo da Igreja Católica menciona no parágrafo 406 que a Doutrina do Pecado Original foi muito estudada no século V, em virtude do pelagianismo.

A doutrina da Igreja sobre a transmissão do pecado original adquiriu precisão sobretudo no século V, em especial sob o impulso da reflexão de Santo Agostinho contra o pelagianismo.” (CIC§406)

Naquele momento histórico os erros heréticos de Pelágio encontraram um belo campo de disseminação, isto é, um vazio para se espalhar na Igreja, pois, evolvida pelas controvérsias relativas à Encarnação, não tinha, ainda, desenvolvido detalhadamente as doutrinas atinentes à queda da humanidade, renovação, graça e livre vontade.

No pensamento Agostiniano, todos, inclusive os que nascem de um matrimônio de cristãos, precisam ser regenerados pelo batismo, ao qual ele chama “banho de regeneração”, uma vez que, diferentemente dos pecados pessoais, o pecado original se contrai a partir dos pais:

“…declararei, segundo a fé católica, que qualquer que seja o seu nascimento, [as crianças] são inocentes no que diz respeito aos pecados pessoais e culpadas em razão do pecado original” (Contra Iulianum Pelagianum III, XXIII, 52).

Santo Agostinho ainda escreveu sobre o a gravidade que essa heresia trazia, já que negava às crianças o batismo e, portanto, negava-lhes se revestirem de Cristo:

Este nosso adversário, afastando-se da fé apostólica e católica com os pelagianos, não quer que os que nascem estejam sob o domínio do diabo, para que as crianças não sejam levadas a Cristo, arrancadas do poder das trevas e levadas para o Seu reino. E especialmente acusa a Igreja espalhada pelo mundo inteiro, onde todas as crianças durante o batismo recebem em todas as partes o rito da insuflação não por outra razão senão para lançar para fora delas o príncipe do mundo, sob o domínio necessariamente estão os vasos de ira desde que nascem de Adão e não renascem em Cristo; [renascidas em Cristo,] são transladadas para o Seu Reino, já que se tornam vasos de misericórdia pela graça” (Contra Iulianum Pelagianum II, XVIII, 33).

Sabemos que uma das grandes disputas e controvérsias durante a Reforma protestante versou, muitas vezes, quase que exclusivamente sobre a natureza e a extensão do pecado original.

Sabemos que o resultado dessa discussão não poderia ter outro senão o que teve. No ano de 418, no Concílio de Cartago, a Igreja deu razão a Santo Agostinho. Pelágio, por sua vez, não abriu mão da sua crença herege e por isso acabou sendo excomungado junto com muitos de seus seguidores.

Remetendo-se ao Papa Zózimo, a Pelágiofpo concedida a oportunidade para defender os seus ensinamentos antes de um Concilio. No dia 1 de maio de 418 o Concilio de Cartago formalmente condenou Pelagius e definiu as doutrinas contra as quais ele tinha errado:

a) Aquela morte, em Adão, era o resultado de pecado;

b) As crianças necessitam do batismo devido a pecado original contraído como filhos de Adão;

c) A Graça Santificante é necessária tanto para conhecer como obedecer às ordens de Deus;

d) Que sem a Graça é impossível realizar boas obras.

Analisando mais detidamente o pelagianismo, temos que ainda hoje, muitas, pra não dizer a maioria das pessoas que se dizem Católicas, ou mesmo as que lutam diariamente para que uma conversão diária aconteça, sendo fiéis ao Papa e à Igreja, têm em seu íntimo, sérias dúvidas sobre o pecado original.

Diversas vezes nos deparamos com a pergunta: como acreditar no pecado original se não foi eu quem o cometeu, muito menos se foi algo que aconteceu a tanto tempo.?

Esquecemos que nossos primeiros pais foram Adão e Eva e que eles se envolveram em grave ato de desobediência. Adão e Eva foram dotados de muitos dons sobrenaturais e preternaturias. Dom seria, por definição, algo que pertence à pessoa, portanto dado por alguém, e que é imerecido, haja vista ela possuir aquilo sem ter pedido ou ter feito nada para aquilo. Os dons sobrenaturais serviriam para engrandecer a natureza humana e assim poderem compartilha da vida divina, inclusive com a visão beatífica que é o que todos nós queremos, ou seja, ir para o céu. Dentro desses dons sobrenaturais estavam a graça santificante, as virtudes teológicas sobrenaturais de fé, esperança e caridade, as virtudes morais sobrenaturais da prudência, justiça, fortaleza e temperança, e os sete dons do Espírito Santo. São as maravilhas que todos nós queremos alcançar e buscamos incessantemente, mesmo sabendo que não alcançaremos, mas que a tentativa já nos ensinará muito e nos fará mais próximos de Deus.

Já com relação aos dons preternaturais, esses foram concedidos ao homem, por Deus, para que esse mesmo homem pudesse se aperfeiçoar a cada dia como homem. Estes dons incluíam imortalidade, intransitabilidade, integridade e conhecimento infuso. Por geração natural, todos estes dons seriam transmitidos a toda a raça humana. Por sua desobediência, Adão e Eva os perderam, para eles próprios, e conseqüentemente, para todas as futuras gerações.

O pelagianismo negava tudo isso afirmando que o que Adão e Eva perderam foi apenas com relação a eles próprios e não com relação a toda a humanidade da qual eles seriam antecessores.

Com a desobediência de Adão tudo isso foi perdido, contudo, a perda da graça santificante foi e ainda é a maior conseqüência do pecado de Adão. Isto nos leva à privação do destino sobrenatural que Deus legou à humanidade, isto é, o céu. Agora precisamos merecer a visão beatífica, o que não é nada fácil.

Além disso tudo, os poderes naturais ficaram "feridos", debilitados, surgindo dessa forma a ignorância no intelecto (tão presente hoje em dia em todos nós), malícia nos desejos, concupiscência no apetite, e debilidade geral. Dor e sofrimento no parto, juntamente com a sujeição à luxúria dos homens, foi destinado às mulheres.

O pelagianismo não nega somente verdades de magistério ou tradição mas também as que estão lançadas na Bíblia. Várias são as passagens, entretanto, apenas enfatizaremos uma delas:

"Para viver eu fui concebido em iniqüidade; e em pecados minha mãe me concebeu" (Sl. 51 [50], 5);

O pelagianismo é uma visão herética que continuamos a encontrar nos dias atuais, por exemplo, dentro da Teologia da Libertação de Leonardo Boff, Frei Beto e Cia. A TL, em brevíssimo resumo, enfatiza o seguinte: o que tem realmente importância é o esforço do homem, a graça de Deus é muito bem vinda mas não é necessária, etc. Agora podemos entender o porque de os TL darem tanto valor à "auto-estima", nome enfeitado para o vício do Orgulho: para eles é importante amar A salvação (ou a utopia socialista, no caso...) viria apenas através do esforço do homem.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Heresia. Arianismo (Séc. IV)

O Arianismo se substanciou em uma das maiores heresias que a Igreja precisou confrontar ao longo dos séculos.

Arius, presbítero de Alexandria, sustentava uma visão Cristológica de que Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus, mesmo que a mais sublime, mas ainda assim uma criatura destinada a ser instrumentos para a criação de outros seres. Negava, portanto, a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualasse, transformando Cristo pré-existente uma criatura como todos nós.

Junto com essa teoria, Árius também afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que, dessa forma, nenhuma criatura conseguira ou seria capaz de revelá-lo, haja vista que Ele não pode revelar a si mesmo. Dentro dessa linha de raciocínio, o historiador H. M. Gwatkin afirmou em seu livro The Arian Controversy (A Disputa Ariana): "O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério”.

Nos parece estranho pensar que Jesus Cristo não participava da essência divina, contudo, era exatamente isso que Árius pregava em sua seita herética. O verbo era apenas uma criatura, a mais sublime delas, mas uma critura
Ao mascarar sua heresia usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear uma enorme grande confusão na Igreja e, assim, conquistou o apoio de inúmeros Bispos e a rejeição de outros tantos.

No ano de 318, vendo a confusão que Arius, ou Ario, estava causando, o Bispo local chamado Alexandre, de Alexandria convocou e reuniu um Sínodo local, que contou com cerca de cem Bispos, que, conjuntamente, condenaram a doutrina de Ário e dos seus seguidores. A decisão advinda desse Sínodo foi comunicada a outros tantos Bispos, inclusive ao Papa São Silvestre.

A heresia não foi contida pelo Sínodo pois Ário continuou com suas pregações e as conversões às suas idéias herética foram se tornando numerosas.

A heresia ariana foi oficialmente condenada no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Nicéia, convocado por Constantino e que contou com cerca de 300 Bispos e dois presbíteros representantes do Papa Silvestre. Esse Concílio, por sua vez, definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito Santo. Desses dois Concílios surgiram o Credo Niceno que são recitado nas Missas Dominicais.

As discussões no Concílio de Nicéia foram longas e agitadas. Ao final, os padres conciliares redigiram o Símbolo de Fé de Nicéia, que afirmava ser o Filho Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, consubstancial (homoousios) ao Pai; por Ele foram feitas todas as coisas.

Surgiu um sério conflito ideológico entre Arianismo e o Trinitarismo, que se tornou dominante desde então. Essa foi a primeira grande dificuldade doutrinal na Igreja Católica, após a legalização do Cristianismo pelo imperador Constantino I e a sua elevação a religião oficial do Império Romano. Percebendo que as disputas entre os cristãos poderiam causar uma ruptura política interna no Império, Constantino adentrou ao interesse estritamente religioso e, politicamente, determinou que o arianismo estava errado, que este era uma heresia, julgando assim contribuir para manter a coesão política do império, embora mais tarde viesse a aderir a ele, tendo sido batizado por um bispo ariano antes de morrer. Lembre-se que, a determinação de Constantino foi política e, portanto, tratou-se de uma visão do Estado que tinha interesses únicos e exclusivos de manter a unidade e a ordem social. Sabemos, obviamente, que uma heresia só pode ser considerada como tal, no âmbito religioso, quando a autoridade eclesiástica competente assim a declara.

Constantino convocou o Concílio de Nicéia, contudo a convocação dependia da autorização e aceitação da autoridade eclesiástica que, vendo a situação em que a heresia estava imersa, resolveu dar seu aval para a convocação de Constantino. Não reverberam, portanto, tantas acusações que surgem, nos dias atuais das interferências que, possivelmente, Constantino teria praticado junto à Igreja.

Ao longo da história, muitos reis e rainhas opinaram junto à Igreja sobre questões temporais e espirituais que achavam pertinentes e assim continuam hoje os presidentes, primeiros-ministros e outros chefes de Estado. Não significa, entretanto que o Papa está sujeito a aceitação de todas esses opiniões.

Consideramos importante essa observação feita acima uma vez que pessoas de má-fé, durante toda a história desde o surgimento da Igreja, imputam que a autoridade eclesiástica estava sujeita à autoridade estatal, passando a nítida impressão de que a Igreja estava se sucumbindo a interesses meramente temporais e deixando o lado espiritual de lado.

A negativa é contundente. Sempre que o Estado interfere em questões religiosas, o faz unilateralmente por motivo de ordem pública e interesses políticos. Nos dias atuais temos dificuldade em firmar essa visão uma vez que não temos mais uma religião oficial do Estado. Sendo assim, o Estado não deveria ter interesse em assuntos religiosos. Naquela época era o contrário. A unificação religiosa era vista como a unificação dos povos, algo muito mais importante naquele momento histórico do que agora. Assim, era de profundo interesse do Estado que a religião se mantivesse coesa e, por isso, várias interferências estatais foram feitas sem, contudo, significar que contavam com o apoio ou mesmo a curvatura da Igreja.

Em um determinado momento do conflito doutrinário, o Arianismo ganhou força e influência junto à família do imperador e nobreza imperial, e porque Ulfila, (missionário enviado pelo Imperador Romano do Oriente) foi o apóstolo junto aos Godos, convertendo-os ao cristianismo sob a forma herética ariana. Os Ostrogodos e Visigodos vieram à Europa ocidental já cristianizados e plenamente convertidos, contudo incultados na heresia ariana.

Entretanto, visões semelhantes e em alguns casos revivificação do nome, ocorreram desde a oficialização da heresia e do heresiarca entre elas o Nestorianismo. Os "Testemunhas de Jeová", por exemplo têm esta crença, assim como os Unitarianos.
A igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecidos como Mórmons, também prega a separação entre Deus que é pai, Jesus Cristo que é filho literal na carne e Espírito Santo que é o que testifica aos homens as coisas de Deus. De acordo com a regra de fé (1º Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo.) Joseph Smith Jr o primeiro profeta dessa igreja teve uma visão na qual viu Deus e Jesus Cristo lado a lado.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

PL 1135/91 rejeitado por unanimidade pela CSSFC

Consideramos interessante dar um pausa, por hoje apenas, no estudo das heresias para um plantão noticiário que realmente vale a pena: finalmente aconteceu uma vitória frente à crescente onda abortista que vem acontecendo no Brasil e no mundo.

O Projeto de Lei nº 1135/91, que visava suprimir do Código Penal o artigo 124, para informação de todos o artigo 124 pune os praticantes e cumplices de aborto, foi, ontem, votado e rechaçado pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.

Esse projeto vinha assolando e rondando nossas vidas, chegando a ser discutido muito seriamente, na tentativa de descriminalizar o aborto, o que traria a impunidade para centenas de pessoas que cometem esse tipo de homicídio.

O Projeto de Lei foi rejeitado ontem (07/05) por unanimidade, contando com o voto de 33 deputados. Obviamente que, irritados com a manobra que permitiu a votação do parecer do deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) contra a legalização, os defensores do projeto de lei se retiraram da reunião. Grupos pró e contra o aborto acompanharam a sessão. Agora, o projeto será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a tendência é de nova rejeição.

De acordo com o parecer que foi aprovado, fica mantido o artigo do Código Penal que prevê pena de um a três anos de prisão para a mulher que praticar aborto (art. 124 do CP). As exceções, infelizmente, ainda continuam sendo para casos de estupro ou de gravidez de alto risco para a mãe. "A votação na comissão foi um reflexo da vontade popular. Agora o governo tem que pensar em políticas de saúde pública, de planejamento. Mas ficou claro que a lei deve ficar como está", disse Mudalen depois da votação. O deputado lembrou que foram feitas três audiências públicas para discutir o assunto.

Não podemos deixar de enfatizar que os deputados que saíram derrotados dessa luta pela aprovação do projeto abortista, lançaram, mais uma vez, o argumento de que a fundamentação foi religiosa. Não havendo outra forma de argumentação essa é sempre a mais utilizada por eles.

Lembramos, ainda, que existe uma grupo de deputados que fundaram um tipo de associação chamada Frente Parlamentar pela Vida ( http://www.frenteparlamentarpelavida.com.br/ ) e que esse grupo foi essecial para eleminar com o tal projeto.

Sendo assim, termino a publicação de hoje divulgando os nomes dos 33 deputados que votaram a favor da vida e contra o aborto e que devem ser lembrados quando todos nós formos votar esse ano e nos anos que se seguem:

Aline Corrêa, Geraldo Resende, Henrique Afonso, Jofran Frejat, José Linhares, Maurício Trindade, Nazareno Fonteles, Rita Camata, Roberto Britto, Solange Almeida, Eduardo Barbosa, Germano Bonow, João Bittar, Leandro Sampaio, Rafael Guerra, Raimundo Gomes de Matos, Rodrigo Maia, Ronaldo Caiado, Armando Abílio, Mauro Nazif, Dr. Talmir, Tonha Magalhães - Titulares; Costa Ferreira, Gorete Pereira, Íris de Araújo, Luiz Bassuma, Neilton Mulim, Simão Sessim, Tadeu Filipelli, Jorge Tadeu Mudalen, Manato, Valtenir Pereira, Miguel Martini - Suplentes.

Lembramos que a Frente Parlamentar pela vida tem outros tantos membros espalhados pelos Estados e que não constam o nome nesse rol, mas que devem ser lembrados: http://www.frenteparlamentarpelavida.com.br/membros.php

terça-feira, 6 de maio de 2008

Heresia. Sabelianismo (Princípio do Séc. III)

O Sabelianismo também foi conhecido como modalismo e foi a crença que se estabeleceu no Século III ministrando que a Trindade Santa não se configura em três pessoas distintas, mas em modos ou módulos, ou atributos de Deus.

Ela é atribuída a Sabélio, que foi um teólogo cristão, provavelmente nascido na Líbia ou Egito. Começou a tornar-se famoso quando foi para Roma e tornou-se líder daqueles que aceitaram a doutrina do monarquianismo modalista. Ele foi excomungado pelo Papa Calixto I no ano de 220.

Sabélio opôs-se ao ensino ortodoxo da Trindade Essencial que a Igreja pregava. Defendeu uma doutrina propria chamada Trindade Econômica. Veremos que a palavra econômica não vem à toa. Deus teria uma substância indivisível, mas dividido em três atividades fundamentais, ou modos, manifestando-se sucessivamente como o Pai (criador e legislador), Filho (o redentor), e o Espírito Santo (o criador da vida, e a divina presença no homem).

Este pregador herético professava três revelações de Deus: uma, como Pai, na criação e na legislação do Antigo Testamento; a segunda, como Filho, na Redenção; e a terceira, como Espírito Santo, na obra de santificação dos homens. Chamava cada uma dessas manifestações como prósopon, palavra grega que significava originariamente “máscara ou papel de ator de teatro“

A palavra Sabelianismo foi posteriormente usada para definir todas as idéias que se vieram e se agregaram às originais idéias de Sabélio e seus seguidores. No oriente, usa-se o termo "Sabeliano" para incluir todos os monarquianistas.

Como podemos perceber, a grande dificuldade consistia em afirmar a Trindade de Pessoas em Deus sem descambar para o triteísmo ou sem professar três deuses.

O famoso Hipólito conheceu o teólogo Sabélio pessoalmente e mencionou-o na Filosofomena. Hipólito sabia que Sabélio discordava da teologia Trinitariana, discordância essa que ele denominou Monarquianismo Modal a heresia de Noetos.

O Sabelianismo foi embalado pelos cristãos em Cirenaica, para quem Demétrio, Patriarca de Alexandria, escreveu cartas rebatendo sua fé. O principal oponente do Sabelianismo foi Tertuliano, que tachou o movimento de "Patripassianismo", a partir dos termos latinos patris para "pai", e passus por "sofrer", já que isto concluiria que Deus, o Pai teria sofrido na Cruz. Assim Tertuliano o definiu e conceituou na obra Adversus Praxeas, Capítulo II, nos seguintes termos: "Com isto Praxeas fez um duplo serviço para o diabo em Roma: ele desviou a profecia para longe e a trouxe em heresia; pôs em vôo o Paracleto, e crucificou o pai".

A controvérsia herética havia de arder em argumentos, adaptações e adesões por todo o século IV, envolvendo todas as camadas da população, englobando desde o Imperador até os mais simples fiéis. A falta de tato e ingerência do poder imperial, que desde 313 era simpático ao Cristianismo, contribuiu para tornar dificultar essas discussões teológicas. Tais discussões assumiam, costumeiramente, um caráter direta ou indiretamente político.

É fundamental verificar que as únicas fontes atuais para chegarmos ao conhecimento do Sabelianismo são exatamente as de seus detratores, do que resulta que os estudantes de teologia modernos não estão de acordo sobre o que Sabélio ou Praxeas ensinaram.

Nos dias atuais, o Sabelianismo é rejeitado pela grande maioria das doutrinas cristãs, chegando alguns a dizer que ele leva necessariamente ao Nestorianismo. É, contudo, aceito em seus princípios por alguns grupos Pentecostais, denominados Unicidade Pentecostal ou grupos "Só Jesus" que temos espalhados por ai.

O Sabelianismo histórico explicita que Deus, o Pai é a única pessoa da Divindade, como o fazem a Unicidade Pentecostal hoje. Seus ensinamento concluem que Deus, o Pai, e Jesus são o mesmo. De acordo com sua crença, os termos "Pai" e "Espírito Santo" descrevem ambos o Deus que habitou em Jesus. Foram os detratores da doutrina que chamaram esta doutrina de "Só Jesus".

A questão provocou na Igreja os estudos e o debruçar de numerosos santos e doutores sobre a questão, que, com seus talentos intelectuais e sua vida, contribuíram de forma definitiva para a reta formulação da fé cristã, debatendo e lançando por terra, finalmente, a heresia.

Os Sabelianistas acabaram por ensinar que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos, faces ou operações de uma única pessoa. De acordo com essa heresia e seus seguidores, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva.
Esta visão está presente em muitos movimentos ditos "ecumênicos" protestantes atuais, especialmente entre as seitas mais antigas. Nosso Senhor para eles dissolve-se em uma vaga "divindade".